segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

México, 6 a 19 de fevereiro de 2011

A secura: a primeira coisa que reparamos na cidade é o clima seco. A pele, olhos, boca, nariz, sequíssimos. Usar um “batom hidratante” era tão comum que nem os paulistas e cariocas faziam suas frequentes piadas sobre viadagem. Tô exagerando? Tivemos um colega nosso que teve seu retorno pro Brasil antecipado: foi retirar as lentes de contato e acabou machucando a córnea. Nessa época a temperatura não varia: friozinho de 8 graus de manhã e uma agradável temperatura triplicada à tarde. E sem chuva - parece que chove apenas dois meses por ano lá.

Infraestrutural: numa das maiores cidades do mundo, o trânsito é bem maluquete, com carros bloqueando as avenidas para mudar de sentido. A preferencial é de quem chega primeiro. Ônibus parando no cruzamento para pegar passageiros. Os veículos tiram fininho. Poucas motos. E muito engarrafamento. Caminhar do hotel ao escritório levava 15 minutos, e quem resolvia voltar de van sempre demorava mais tempo que isso. Como estávamos num bairro em que moram os chefes do narcotráfico, estávamos bem seguros, podendo andar a pé, com mochila, à noite.

Tínhamos bastante trabalho lá, e às noites apenas dava tempo para jantar. Mas conseguimos aproveitar o final de semana. No sábado fomos visitar a Basílica de Guadalupe, com suas diversas igrejas anexadas. Após, fomos em Teotihuacan, cidade em que viveu um povo desconhecido durante o período de 100 a 800 D.C. O povo Asteca, ao descobrir a cidade no meio do mato por volta do século XIV com aquelas duas imensas pirâmides, acreditava ter pertencido aos deuses.


A Praça Garibaldi é uma praça imensa cheia de Mariachis e bêbados. Em um dos restaurantes de lá, assistimos a shows de canto e danças típicas. Tiramos fotos com bêbados (eles apareciam do nada posando com a gente).

La Valentina é um restaurante típico mexicano onde revivi o que tinha aprendido há 16 anos, cantando Jalisco. Foi assim: os Mariachis estavam se oferecendo para tocar, negociamos o preço pela música, mas eu disse que ia cantar. Após a música, meti a mão no bolso pra pegar o dinheiro e eles não aceitaram... a piada dos colegas foi que eu abandonaria o projeto para me tornar um Mariachi.

Gastronomia: não gosto de comida mexicana. Nunca vi graça nenhuma em Doritos. Tortilla (com seu forte gosto de farinha de milho), jalapeño e abacate com sal, não me agradam. Bem ao contrário da maioria das pessoas que visitam o México, eu sou mais da pimenta do que a própria comida mexicana. Felizmente, como toda grande cidade, há muitas opções da "cozinha internacional" (usando um termo almofadinha, na falta de um melhor). Se a higiene não é devidamente observada, é bem provável que você sofra a Vingança do Montezuma, diarréia típica causada por uma bactéria que acomete os viajantes. Felizmente nenhum de nós se transformou em um Churrioman. Curiosidade: essa doença deu o nome a um dos meus jogos favoritos de Atari, Montezuma’s Revenge.

Foi interessante retornar à cidade do México depois de 16 anos. Os propósitos foram bem diferentes. Revisitei lugares, mas infelizmente não foi possível reencontrar as pessoas daquela época. Quem sabe quando retornar pra lá, que deve ser muito em breve. Chapultepec!*

*piada interna