sábado, 30 de maio de 2009

Produção de Spector pro Let It Be, dos Beatles - C*gada ou Obra-Prima?


A sentença de 19 anos de prisão atribuída a Phil Spector, me levou a criar este post. Tem gente até dizendo que são 17 anos pelo assassinato de Lana Clarkson e mais dois anos pela produção do álbum Let It Be, dos Beatles (inventei essa agora).

Voltemos então no tempo. Começo de 1970: Os Beatles já não tocavam mais juntos, e a banda já estava com os dias contados. Mas havia algo inacabado, então Lennon e Harrison convidaram Phil Spector para produzir um disco com as fitas abandonadas do projeto "Get Back".

Lennon e Harrison gostaram do trabalho, tanto que convidaram o cara para produzir alguns trabalhos solo. Mas Paul McCartney ficou muito p*to, principalmente com os arranjos de "The Long and Winding Road". Quando ele viu não dava mais tempo, o disco estava saindo do forno. Ele só conseguiu remendar isso 33 anos depois, com o lançamento de "Let It Be... Naked", nome que considero deveras infeliz, talvez deveria ser "Get Back" - nome original do projeto que representava a volta dos Beatles pro som ao vivo, e que ao mesmo tempo daria a idéia de "voltar atrás" com a produção do Spector.

Para quem está meio por fora e quiser comparar as versões de Winding Road... E vou deixar aqui a minha opinião: talvez por influências nostalgísticas, fico impedido de não gostar do trabalho do Spector, portanto não consigo dizer qual minha preferência entre os dois trabalhos. Eu isento ele de culpa (neste caso!), pois ele simplesmente botou a arte dele no disco como ele gostaria que fosse e como ele sempre fez na época. Aos que desgostam do que ele fez, acho que a responsabilidade por isso deveria ser de quem o chamou para fazer o trabalho...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Censo - 1991 - Rush

Ano: 1991. Trabalhei como supervisor do censo no IBGE. Os supervisores faziam o trabalho de supervisionar (!!!) o trabalho dos recenseadores, conferindo e/ou corrigindo os formulários do censo Prenchidos por eles. Fizemos um mutirão na cidade de Montenegro, pois lá estava atrasado o trabalho e, na mesa de trabalho, fomos anotando os nomes mais estranhos que apareciam nos formulários como forma de divertimento. Resultado: o nome que mais apareceu foi "MAGÁIVER". Hoje, com idade em torno dos 20 anos, devem odiar Rush e em particular "Tom Sawyer".

O livro é sempre melhor que o filme: Verdade ou Besteira?

Sexta-feira, dia de estreias nos cinemas, vamos falar de Sétima Arte.

Essa discussão seguramente já foi fomentada por qualquer pessoa: sempre que um filme baseado num livro é lançado, a comparação por parte dos que fruíram de ambas as obras costuma ser unânime: o livro é melhor, sempre. O filme? Nada mais do que um vilão que, de forma arbitrária, mudar o conteúdo idealizado da publicação na qual se baseia.

Para deixar a discussão organizada, vamos por tópicos:
1 – Por que fazemos comparações entre livro e filme?

O motivo é bastante simples. Tanto a literatura como o cinema são formas de narrativa. Claro que nem todos os formatos de expressão literária (como boa parte da poesia) ou cinematográfica (como a videoarte) narram de fato alguma coisa – mas, generalizando, as formas mais consagradas de livros e filmes (o romance e o longa-metragem) são aquelas que contam histórias, onde personagens vivem suas jornadas.

A proximidade entre um e o outro também se dá por conta da maneira que eles funcionam na nossa cabeça: enquanto o livro cria uma seqüência se imagens na mente do leitor, o cinema apresenta esta seqüência já pronta aos olhos do espectador. O cinema, assim, funcionaria como a realização de um sonho literário: as passagens que antes viviam na cabeça de alguém passam a ser disponíveis a todos.

2 – Por que achamos o livro sempre melhor que o filme?
Por conta do nosso envolvimento. As maneiras de apreciar cada uma destas expressões são diferentes. Enquanto o filme despende de apenas algumas poucas horas do nosso tempo, a leitura pode demorar dias, mesmo semanas ou meses, para ser efetuada. Até quem lê rápido, naqueles casos de não conseguir largar o livro, vai demorar mais para ler um romance de 300 páginas do que para ver um filme de 90 minutos.

Ou seja, temos um envolvimento muito maior com as páginas escritas – até porque as controlamos mais. Podemos parar de ler de acordo com nossa vontade, retomar algum trecho que passou batido, reler as partes mais tocantes. A leitura nos pede maior aplicação, por vezes se faz sofrida. Temos até um ato físico do processo, o de virar as páginas. Já o filme exige imobilidade por parte do espectador. A etiqueta da Sétima das Artes recomenda que nunca se pare de assistir a um filme, ou de voltar uma cena no meio da exibição. É uma experiência com hora para acabar, ao contrário do livro – quantos leitores não diminuem o ritmo ao se aproximar do final de um romance, para poder aproveitar mais tempo?

3 – Por que não devemos comparar livros e filmes?
O motivo é simplíssimo: são artes diferentes. Pô-los lado a lado é o mesmo que comparar uma escultura a uma música, ou um número de dança com uma pintura. Algo impossível, mesmo quanto tratam dos mesmos temas. Uma música, um livro e um filme podem se basear num único assunto, mas sempre serão formas diferenciadas de representá-lo.

Por sinal, é salutar que o filme não seja totalmente fiel ao livro. É a visão de um outro artista (o diretor) em cima da mesma questão, e ela (a visão do outro artista) não pode ser engessada. A versão cinematográfica precisa ser distinta da versão literária – e quanto mais diferente, mais rica ela fica.

Por fim, a função última de uma obra cinematográfica é ser um bom filme em si, não uma boa adaptação ou um exemplo de fidelidade a uma obra prévia.

4 – O livro sempre vai ser considerado melhor que o filme?
Não. Qualquer um ficaria de cabelo em pé ao descobrir quantos grandes filmes são baseados em livros que hoje não são mais lembrados. As versões cinematográficas acabaram ficando em nossa cultura como definitivas. São exemplos disso obras tão distantes entre si como O Poderoso Chefão, Psicose, ... E o Vento Levou, Tubarão e Bambi. Até mesmo Rambo e Duro de Matar são baseados em livros que ninguém leu nos últimos 20 anos. Tarzan, herói criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs e imenso sucesso editorial nas primeiras décadas do século passado, hoje é mais lembrado pelos filmes em que aparece – pouquíssimos deles fiéis aos escritos originais.

Não raro, os filmes – por serem mais sintéticos – concentraram melhor os conceitos dos livros, que por vezes os dissolvem no transcorrer das linhas. É o caso de Laranja Mecânica, romance levado às telas por Stanley Kubrick e de autoria de Anthony Burgess. O cineasta retirou da sua adaptação todo o último capítulo bolado pelo escritor, onde o personagem Alex De Large se redimia e passava a levar uma vida normal. Kubrick achava que o final feliz destoava totalmente com o conteúdo ácido e cínico do restante do livro. Pensava que Burgess tinha perdido, na última hora, a coragem de fazer um final petulante como a trajetória do personagem pedia.

Em suma: o livro é sempre melhor que o filme? Não, isso é besteira. O que não quer dizer que o filme sempre será sempre superior...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Mesa-redonda bola-quadrada

Pra aplacar de uma vez os temores do Ulisses que a gente acabaria falando só de música, vamos começar uma tradição de, ao final de cada rodada futebolística, fazermos um post para debatê-la (ou seja, dois posts esportivos por semana, uma na quinta e um na segunda). Vamos lá, então, resumo da rodada:
  • Inter 3x1 Coritiba
  • Caracas 1x1 Grêmio
  • outros resultados: Barcelona 2x0 Manchester United (final da Champions League), Cruzeiro 2x1 São Paulo, Vasco 1x1 Corinthians
Bom, de minha parte eu só assisti o jogo do Inter. Surpreendido no começo com duas furadas consecutivas que resultaram no 1x0 pro Coxa, conseguiu fechar o primeiro tempo empatando em 1x1 com mais uma obra da dupla Nilmar-Taison. O erro do Coritiba foi gostar do placar de empate. No segundo tempo, cederam espaço pro Inter e tomaram 2 num intervalo curto de tempo e aí o jogo estava morto. Depois do gol do Alecsandro e da pintura que foi a jogada que resultou no gol do Andrezinho (jogando com a 5, e mais uma vez destaque) a partida deu uma esfriada. E aí, quem viu o jogo do Grêmio, como foi?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Modificações de guitarra "inusitadas"


Caros,


Como guitarrista que sou (e tem vários da minha espécie colaborando por aqui), compartilho com vocês um link pra dar umas risadas:


O título do post original é "20 modificações ridículas de guitarra". Não concordo com o "ridículas", acho algumas bem criativas até... trocaria o "ridículas" por um "inusitadas"...

Alguém arriscaria fazer isso com seus próprios instrumentos?

LP x CD: Alta Fidelidade ou Saudosismo?

Muito se discute sobre as vantagens e desvantagens entre o vinil e o CD. Os mais saudosistas e conservadores insistem que o Long Play é muito superior ao Compact Disc, pois é uma mídia analógica com graves mais "profundos", agudos ultrasônicos e uma ampla faixa dinâmica. Do outro lado, os defensores da tecnologia digital minimizam estas diferenças e acrescentam em sua defesa as comodidades que o mundo digital proporciona.

Quanto a comparações técnicas como resposta em frequência, extensão dinâmica e distorção, recomendo a leitura deste artigo. Minha intenção aqui é analisar aspectos mais subjetivos que estão incrustados na revolução tecnológica dos últimos anos, impactando a forma como nós vemos a arte.

Apesar da grande admiração e respeito que tenho pelo LP e pela sua importância na história fonográfica e na cultura do século XX, me alinho ao grupo dos "digitais". Acredito que o CD tem inúmeras vantagens com relação ao vinil. Pode-se colocar muito mais informação em um CD; não é necessário virar o lado; a qualidade do som não degrada com o uso; pode-se fazer infinitas cópias fieis... A única exceção é a arte da capa, que perdeu em muito com a diminuição do tamanho.

Algo que se deve ter cuidado em analisar esta questão é o mito do analógico vs. digital. Mesmo sendo uma mídia analógica, ou seja, sem "degraus" numéricos entre os valores, o vinil tem uma granulação mínima, que limita a extensão analógica, criando os mesmos "degraus". Além disso, o ato de passar a agulha no sulco vai quebrando as ranhuras, diminuindo a resposta em altas frequências e a dinâmica, além de aumentar a distorção e o ruído. E esta degradação é acentuada a cada reprodução!

Do ponto de vista artístico, existe o costume de ouvir o som com aquele chiado característico. Na fotografia e no cinema ocorre o mesmo. A fidelidade dessas mídias está cada vez mais se aproximando da percepção humana. Porém, a textura criada pelo ruído e resposta não-linear da película ao brilho e às cores nos é muito mais convincente que um filme ou uma fotografia digitais. É muito mais agradável assistir um vídeo em película do que em um formato digital, pois aquilo nos remete muito mais facilmente ao "mundo da arte".

Para resolver a disputa entre LP e CD, pode-se fazer um teste cego e concluir cientificamente se a tecnologia digital limita estas características. Já que se diz que o CD degrada o som com relação ao LP, basta gravar um LP em CD e ouvir os dois sem saber qual é qual. Se o ouvinte notar diferença é porque realmente o CD degrada o som. Caso contrário, é apenas saudosismo.

Discussões técnico-artístico-subjetivas à parte, uma coisa é certa: a tecnologia digital está tomando conta do terreno pelas inúmeras vantagens que possui frente os métodos analógicos. E não há como escapar disto! Daqui alguns anos, os LPs, fitas, películas e filmes fotográficos serão peças de museu e serão utilizados apenas por saudosistas e artistas com a finalidade de resgatar o passado. Afinal, não se vê gramofone nem lambe-lambe à venda no shopping...
E a foto do blog é de gênio.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Tessste, tessste

Esse blog é a reunião de um bando de amigos que discutem os assuntos mais variados, analisam a vida e o universo sob as mais diversas óticas, falam bobagens... e sofrem pra cacete com o maldito sol, que é sempre a corda que desafina primeiro!

Vamos ver no que vai dar... boas vindas ao blog!

...e dá pra dar um pouquinho mais de gás no retorno?