segunda-feira, 29 de junho de 2009

Mesa-redonda bola-quadrada: Inter x Coritiba, Sport x Grêmio

Rodada do Campeonato Brasileiro no "aquece" para o meio-de-semana de decisões. Times reservas em campo, e muitos gols:
  • Inter 3x0 Coritiba
  • Sport 3x1 Grêmio
Inter enfim vence de novo, com três gols de Bolaños. Vai ver que o time full-reserva é mais entrosado que os times mistos que vinham jogando. :-) Já o time reserva do Grêmio amargou uma derrota na sempre complicada Ilha do Retiro.

Enquanto isso, na Copa das Confederações, os EUA quase fizeram história fechando o primeiro tempo com 2x0 sobre o Brasil. Mas não durou muito, já que a seleção soube mostrar sangue frio na decisão. Uma bela virada: dois gols de Luís Fabiano (o nome da competição), e uma bela cabeçada do capitão Lúcio. Brasil 3x2 Estados Unidos. E lá vamos nós pra 2010, já acostumados com o zumbido das cornetas.

domingo, 28 de junho de 2009

Mais uma de Montenegro

Há um mês atrás, o Moser escreveu uma curiosidade sobre o município de Montenegro durante o Censo Nacional de 2001. Na ocasião, comentei que a cidade (que, por acaso do destino, é onde eu nasci e me criei) era uma bela duma Sucupira, só que real — ou não.

Para confirmar a minha declarção, eis que Montenegro volta aos noticiários: a primeira morte por vírus da Gripe Suína no Rio Grande do Sul e do Brasil pode ter acontecido dentro dos limites montenegrinos. A vítima seria um engenheiro norte-americano — que teve a infelicidade imbecil de sair do mundo civilizado para morrer logo adivinhem onde.

Só que a cidade é tão estapafúrdia que, quando parece que vai acontecer algo inédito, que Montenegro será conhecida pelo mundo todo, vem alguém e rouba a primazia — no caso, Passo Fundo, outro município onde só acontecem coisas esdrúxulas, como o caso da gata que deu à luz uma ninhada de cachorrinhos.

O que esperar de uma cidade que teve um maníaco estuprador conhecido como Tarado Mascarado à solta por 18 anos e que elegeu um deputado que quer fazer um trem-bala ligando Porto Alegre à praia?

Eu disse: daqui um pouco Montenegro vai precisar de uma seção para si no Sol Desafinado...

Mesa-redonda bola-quadrada: Cruzeiro x Grêmio, Inter x LDU

Envolvido com o FISL 10, acabei esquecendo de postar o MRBQ da rodada, mas felizmente o Ulisses não deixou passar em branco. Não assisti nenhum dos jogos, numa rodada de derrotas gaúchas:
  • Cruzeiro 3x1 Grêmio (semifinal da Libertadores)
  • Inter 0x1 LDU (Recopa)
  • Brasil 1x0 África do Sul (Copa das Confederações)
Depois de saber o resultado do jogo do Grêmio, comentei que "Porto Alegre se transforma na capital mundial do 'eu acredito' ", com Inter e Grêmio precisando reverter vantagens de dois gols nos seus respectivos campeonatos. Com o resultado de quinta, mais ainda. Inter vive o seu "inferno astral" da temporada, justo nas finais. Na Libertadores, os resultados parciais apontam para a final Cruzeiro x Estudiantes que eu previ logo após as oitavas-de-final. Agora é hora de ver quem tem força de reverter.

sábado, 27 de junho de 2009

Bogotá, Colômbia – 15 a 20 de junho de 2009

A ida: Na segunda-feira (15) acordei às 3:15 da manhã (!) para pegar o primeiro vôo do dia. Precisava estar em Guarulhos o quanto antes para pegar o vôo da Avianca para Bogotá às 8:35. O vôo chegou bem no horário, as malas é que demoraram 30 minutos para aparecer na esteira, o que fez com que eu fosse o último a emitir a passagem na Avianca – no mesmo momento um funcionário anunciou que o check-in estava encerrado.

Ao embarcar, um senhor muito simpático estava auxiliando a recolher as passagens, mas estava sem o uniforme da Avianca. Dentro da aeronave, este mesmo senhor ocupa o último lugar vazio, que é ao meu lado. Passa grande parte da viagem analisando documentos. Depois de descer, meu colega me disse que aquele cara era Germán Efromovich, o dono da Oceanair e da Avianca, além de ter outros grandes negócios. É capa da revista Dinero deste mês. Pesquisando sobre a história dele, vi que ele tem um jeito bem simples de ser, que eu admiro muito. Ele tem a paixão pela aviação por causa do contato com as pessoas. Curiosidade: foi professor de supletivo do Lula. “Enquanto eu distribuía panfletos do supletivo, ele distribuía panfletos do sindicato” – diz ele.

A língua espanhola: chegando em Bogotá, minha primeira gafe, logo na imigração: para dizer o número “86”, eu disse: “Ocho, media”. O cara me disse “¿Que?”, pensei por uns segundos e disse “Ah, sí... ocho, seis!”
Discutimos com o pessoal daqui os falsos cognatos. Chegou no clássico “buseta” (que em espanhol se pronuncia como se fosse com “c”, como nós...), é tipo um micro-ônibus nosso. Um gaiato daqui, que sabia do significado em português, disse que “Es un transporte masivo!” Foi a piada da semana! (sorry girls...)

Infraestrutural: na arquitetura destaco o exagero no “tijolo à vista”, quase todos os prédios tem esse estilo (foto ao lado, que tirei do quarto do hotel). O trânsito é um horror. Para piorar, todos os táxis tocam boleros, salsa e/ou easy-listening. Todos os motoqueiros têm que usar um colete com a placa da moto em letras garrafais. Tem uma companhia de ônibus chamada Superpolo, que foi apoiada pela nossa Marcopolo (carroceria + planejamento das linhas). Também se vê aspectos fortes da atual crise mundial: grandes obras inacabadas e suspensas.

Aspectos Geografísticos: O clima é uma das coisas interessantes desta cidade. Não existem as estações do ano, devido à altitude. Nessa semana a máxima que fez foi 19 graus, e a mínima, 10 graus. Dizem que é assim o ano todo, com raras exceções.
Se vocês traçarem uma reta diagonal dividindo ao meio do extremo nordeste ao extremo sudoeste, o que terão ao norte serão as cordilheiras e as cidades, e ao sul... selva, selva, guerrilhas e mais selva, que faz a divisão com o nosso Amazonas. A “falta de ar” da altitude é percebida, mas não atrapalha, a não ser em uma longa caminhada...

Gastronomia: não há comidas típicas na Colômbia, mas tem restaurantes de todos os tipos, e a comida é muito boa e barata. Tem algumas frutas diferentes, como a granadilla, que é tipo um maracujá que dá pra comer direto na fruta. E não dá pra deixar de provar a “Club Colômbia”, que está entre as melhores cervejas do mundo.

O que eu fui fazer lá: infelizmente cheguei na segunda à tarde e voltei na sexta à noite, portanto não deu tempo de visitar nada. A minha ida lá foi porque minha empresa tem sete unidades espalhadas pela Colômbia, e o meu trabalho é a implantação de sistemas que apóiam a alocação de produção em cada unidade. A importância desse trabalho deve-se à atual crise mundial, pois devido aos aspectos geográficos que comentei, percorrer 300km pode levar até 8 horas, e essa logística pode custar muito cara. E tivemos que trocar o termo "alocação", que significa "enloquecer" para eles, por "ubicación"...

As pessoas: acima de tudo o que falei aqui, destaco a receptividade das pessoas. Todos são muito amáveis, sorridentes, e dispostos a ajudar. Eu lembro de ter visto isso em outros países da América Latina, mas como no ano passado estive apenas em países “frios”, senti a diferença. E dá pra ver que não é uma coisa forçada, são sorrisos e atenções sinceras.

No mais... é uma cidade muito legal. Ao contrário do que se ouve falar, a cidade é muito segura. Andávamos pelas ruas com as mochilas com notebooks, sem medo. O que se diz aqui é que o presidente Uribe, com a sua forma de administrar o país como se fosse uma empresa, teve êxito em diminuir a quantidade de guerrilhas, que antes estavam espalhadas por todo o país e agora estão somente ao sul, perto do Equador. O tráfico de drogas também diminuiu bastante.

A volta: vôo tranqüilo na volta, e coincidência ou não, encontrei o falecido MJ na fila da TAM em Guarulhos, e tirei uma foto na camufla (é, eu não presto mesmo...)


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Elegias a Michael Jackson

Queria externar meus sentimentos quanto à morte de Michael Jackson. Encontrei o Chico e o André essa noite, ambos também consternados, e o André sugeriu colocar um post curto, para que cada um pudesse deixar nos comentários as suas impressões. Então não vou escrever aqui, mas vou abrir a série de elegias nos comentários.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Qual filme eles queriam ter feito?

A revista britânica Empire teve uma ideia genial para a sua edição comemorativa de vigésimo aniversário: chamar ninguém menos que Steven Spielberg para ser o editor do número.

O conteúdo da revista perece mesmo fora de série: uma série de fotos muito legais, um perfil de Clint Eastwood falando dos seus mentores Don Siegel e Sergio Leone, Jack Nicholson relatando suas memórias de O Iluminado, uma lista de projetos de Stanley Kubrick que não saíram do papel (incluindo uma adaptação de O Pêndulo de Focault, de Umberto Eco), e por aí vai.

Talvez o mais interessante, porém, esteja nas entrevistas com 12 diretores contemporâneos, de diferentes gostos e procedências. Entre perguntas úteis e inúteis, foram questionados com a seguinte sentença: “Que filme gostaria de ter feito?”. As respostas são surpreendentes:
  • Catherine Hardwicke (a diretora da série de vampiros adolescentes Crepúsculo) queria ter dirigido Blade Runner (de Ridley Scott, 1982).
  • Danny Boyle (o oscarizado inglês que fez Quem Quer Ser um Milionário) queria ter feito nada menos que Apocalypse Now (de Francis Ford Coppola, 1979). Nada mau para quem já fez Trainspotting...
  • J. J. Abrams (criador da série Lost e responsável por uma das fitas que integram a Santíssima Trindade dos Filmes Ruins do Hisham, Missão Impossível 3) queria ter feito... Hum, algum filme obscuro de mistério? Não, uma comédia romântica dos anos 40, Núpcias do Escândalo (George Cukor, 1940)!
  • James Cameron (o gigante de O Exterminador do Futuro e Titanic) foi incrivelmente humilde (ou espertamente político) e prestou reverência ao próprio Spielberg, ao afirmar que queria ter feito Parque dos Dinossauros (de 1993). Aliás, me deu água na boca imaginar este filme nas mãos de Cameron...
  • Paul Greengrass (de Vôo United 93 e O Ultimato Bourne, baita diretor inglês) queria ter feito uma co-produção sessentista entre Itália e Argélia, o clássico A Batalha de Argel (de Gillo Pontecorvo, 1966).
  • O cultuado espanhol Pedro Almodóvar (Tudo Sobre Minha Mãe) preferia ter estado no lugar do genioso Orson Welles dirigindo A Dama de Shangai (de 1947).
  • O japonês Hayao Miyazaki (especialista em animações fantásticas, como A Viagem de Chihiro) não queria ter dirigido... Nenhum. Sujeito sem graça.
  • Sam Mendes (de Beleza Americana e Estrada para a Perdição) iria contra a sua própria realização esteticamente limpa fazendo Taxi Driver (de Martin Scorsese, 1976).
  • David Fincher (o brilhante diretor de Clube da Luta, Seven e do recente O Curioso Caso de Benjamin Button) lembrou do gênio Alfred Hitchcock: queria ter feito Janela Indiscreta (de 1954) – ou a comédia dramática Muito Além do Jardim (de Hal Ashby, 1979).
  • Andrew Stanton, outro diretor de animação (Procurando Nemo, Wall-E) faria uma homenagem à sétima arte com o italiano Cinema Paradiso (de Giuseppe Tornatore, 1988).
  • M. Night Shyamalan (o projeto indiano de “Hitchcock do Novo Milênio”, com seus filmes O Sexto Sentido e A Vila) faria A Última Sessão de Cinema (Peter Bogdanovich, 1971), que não tem muito a ver com a sua obra...
  • Por fim, o mexicano doido Guillermo Del Toro (O Labirinto do Fauno e Hellboy) faria dois filmes extravagantes como os seus: O Fantasma do Paraíso (de Brian De Palma, 1974) e A Noiva de Frankenstein (de James Whale, 1935).
Como a maior parte dos queridos Solistas Desafinados é composta de músicos, eu lhes pergunto: que música vocês gostariam de ter composto? E o pessoal que vem aqui nos prestigiar, qual obra de arte gostaria de ter feito?

(Claro que podem responder que filme vocês queriam ter feito, se quiserem, hehehehehe).

terça-feira, 23 de junho de 2009

O cover e a nova erudição

Dentre os inúmeros questionamentos que me faço sobre os caminhos que a cultura vai tomar no futuro, fiquei imaginando quais novas obras estariam dividindo espaço com as execuções de peças ditas “eruditas” ou “clássicas” no que se refere à música ao vivo.

Essa reflexão está muito ligada ao fato de perceber-se que até mesmo gerações anteriores às nossas elegeram novos clássicos para admirar e eles nada têm a ver com compositores como Mozart e Bach, ou Verdi e Puccini.

Posso até estar errado, mas agora até a erudição é ROCK e os grandes mestres do passado (recente, diga-se de passagem) podem estar até vivos, mas são venerados em cultos legítimos à suas obras, através de bandas tributo.

Que me lembre, “The Beats” foi o primeiro exemplar desse movimento que tomei conhecimento, mas não faltam exemplos para embasar a minha tese de mesa de boteco. Ontem ainda vi um comercial anunciando um show “Bee Gees Tribute Band” aqui em Porto Alegre, que deve custar a mesma exorbitância que muitos artistas “originais”. Isso sem contar nomes consagrados como o “Australian Pink Floyd”, que monta enormes estruturas para criar a mais verossímil experiência sonora e visual criada por Waters, Gilmour e sua trupe. Não preciso ir muito longe! Este blog mesmo, se formou à cerca do grupo que constituía e convivia com a “Fink Ployd”, que tinha os mesmos objetivos!

Música clássica sempre mexeu comigo, ao ponto de me emocionar vendo uma execução ao vivo. E essa era a “fronteira final” a ser superada por uma experiência cover e que o “Dios Salve a La Reina” (fotocópia castelhana do Queen) conseguiu ultrapassar com louvor. Não só de mim eles arrancaram lágrimas, mas de muitos dos colegas que postam aqui nesse blog, podem confiar.

Não sei se estou louco, mas acho que essa tendência bastante recente pode nos dar um vislumbre de como os grandes “clássicos” do rock vão sobreviver ao tempo. Grandes e caros espetáculos, quase que literalmente ressuscitando não só a música desses mitos, mas sua imagem e a experiência de vê-los ao vivo.

Não se trata aqui de fazer um julgamento de valores entre a qualidade de um estilo musical ou de outro, mas de perceber que, dentro de uma sociedade onde a imagem é tão presente, o cover tem o lado visual e, até mesmo, teatral a seu favor. Tratam-se de espetáculos mais “multimídia”. Mais “a ver” com nosso tempo.

Ressalto que não estou sugerindo que ninguém pinte os cabelos de grisalho e prepare os bobs para o permanente quando decidirem fazer parte de uma orquestra, até pra que não se assuste o pessoal dos conservatórios ou os músicos mais tradicionais. Ambos terão espaço sempre, mas que o piano está fadado a compartilhar o “status” de erudição com a guitarra, podem contar que está.

Vocês sabiam que eu compro CDs? Mais um rei

Level 42 - Level Best

Não que ele seja comparado aos reis Roberto, Elvis ou o própio B.B. King, mas Mark King (entenderam o título? ;) é um grande baixista dos anos 80. Fundador e líder do Level 42, faz um pop bastante inteligente e um baixo com um groove de dar inveja. O mais incrível é que ele além de tocar o baixo também canta, e olha que é bem complicado, ouçam alguma músicas e tirem suas conclusões.

O resto da banda não fica para trás. A batera completa a cozinha muito bem, as guitas são muito bem colocadas. O sax em algumas músicas dá um toque jazz. Os teclados apesar de serem muito legais, acabam datando a banda pelos seus timbres, o que não tira a qualdade é claro.

Comprei esse disco faz poucos dias, é uma coletânea de 1989 que foi lançada no Brasil como parte de uma coleção antiga chamada "Minha História Internacional". Se não me engano, o acústico do Kiss saiu por esta coleção também.

Curiosidade: eu conheci o Level 42 assistindo um vídeo na casa do meu primo, e o que me chamou a atenção foi que Mark King utiliza um "anel" largo no dedão, o que dá um som muito legal nos grooves que ele utiliza o thumb (grande maioria das músicas deles por sinal).

Capa: Uma paisagem bonita, nada de mais.

Músicas:
  1. Running in the family
  2. The sun goes down
  3. Something about you
  4. Tracie
  5. Starchild
  6. It's over
  7. Hot water
  8. Take care of yourself
  9. Heaven in my hands
  10. Children say
  11. Love games
  12. The Chinese way
  13. Leaving me now
  14. Lessons in love
  15. Micro kid
  16. Take a look
  17. To be with you again
  18. The chant has begun

Vídeos

Para saber mais:

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A última grande tour


Preparem os bolsos e agendem suas folgas, meus caros. ELE está vindo.

Aproveito para deixar uma pergunta: o que vocês acham de dinossauros do rock que seguem fazendo suas "farewell tour"(s) sem parar? Logicamente estou excluindo Sir Paul desta lista, já que ele segue criando música num ritmo admirável.

Mesa-redonda bola-quadrada: Grêmio x Goiás, Flamengo x Inter

E vamos lá para mais um resumo dos jogos do final de semana, em ordem cronológica:
  • Grêmio 2x2 Goiás
  • Brasil 3x0 Itália
  • Flamengo 4x0 Inter
No sábado, o Grêmio pegou o Goiás em casa. Tudo indicava que terminaria 2x1 quando a estrela de Autuori brilhou: no finzinho do jogo o técnico põe Maxi Lopez em campo e ele garante de cabeça o empate no último minuto da partida. O Jean e o Coutinho foram no jogo; com certeza eles podem descrever a partida em mais detalhes nos comentários. :-)

No domingo, pela Copa das Confederações, o Brasil garantiu já no primeiro tempo 3x0 sobre a Itália, que com aquele futebol apresentado e aquela camisa azul-claro, mais parecia o Uruguai. Fazia tempo que eu não via um jogo da seleção e realmente o time do Dunga está mostrando um futebol legal de assistir.

Mais tarde, o Inter tomou 4 do Flamengo no Maracanã. Parece que os adversários encontraram o "caminho da roça" pra vencer o colorado: o primeiro gol pareceu reprise do segundo gol do jogo contra o Corinthians (zaga toda adiantada e o atacante recebe um lançamento, faz a arrancada e toca em gol matando o goleiro) e o segundo gol pareceu um replay espelhado do primeiro gol do Corinthians (lateral vai até a linha de fundo, cruza rasteiro pro meio da área, chega ao atacante livre na marca do pênalti que manda pra dentro). O terceiro gol foi cobrança de falta irrepreensível do Adriano e o quarto foi de pênalti. Quinta partida consecutiva do Inter sem vitória.

sábado, 20 de junho de 2009

Os filmes-catástrofe chegam ao Brasil!

Apenas para não deixar a semana sem um post sobre cinema:

Foi divulgado nesta quinta-feira o trailer do novo filme do diretor Roland Emmerich, "2012". É mais um exemplar da fórmula mágica descoberta por ele, a de juntar as histórias de um subgênero muito popular na década de 1970, os filmes-catástrofe, com tramas de sci-fi e portentosos efeitos especiais.

"2012" se baseia no que podemos chamar de uma "lenda urbana arqueológica" sobre o calendário maia, que diria que o mundo sofreria uma grande hecatombe em 21 de dezembro de 2012 -- o famoso apocalipse maia.

O engraçado do trailer é que, finalmente, estas destruições globais chegaram à América do Sul. Aos 36 segundos do trailer, vemos o Cristo Redentor entrando em colapso! É Hollywood dando bola para o Terceiro Mundo.

(O trailer termina com o que vai ser provavelmente a cena mais legal do filme, em que Emmerich conseguiu imaginar um jeito totalmente novo de destruir a Casa Branca. Vale a pena!)

O diretor Emmerich sempre tentou ser um novo Mestre da Fantasia. Citou Spielberg ao fazer filmes sobre ETs bonzinhos, ainda quando morava na Alemanha, criou sua prórpia mitologia guerreira antes mesmo de Peter Jackson, inspirou-se em George Lucas ao dar início a sua franquia de histórias intergaláticas. Até mesmo reproduziu em Hollywood um famoso subgênero cinematográfico estrangeiro -- no caso, o daikaiju japonês ao refilmar um clássico. E, no melhor estilo Stanley Kubrick, investiu em diferentes estilos, incluindo o drama histórico. Mas fez virou marca registrada ao destruir o mundo em Independence Day e O Dia Depois de Amanhã.

Tchê, que inveja desse sujeito... Esse pode dizer que se diverte!

A Escola na Sociedade Pós-Industrial

Vivemos em uma sociedade pós-industrial. Ao contrário da sociedade agrícola, baseada na terra, e da industrial, com seu poder propulsor nos métodos de manufatura e organização mecanicistas, experimentamos uma visão de mundo embasada no conhecimento e na comunicação. Aqui, a sociedade de disciplina perde seu poder. Os defensores do statu quo encontram dificuldades e o vêem como caótico, desorganizado e perigoso. Mas não se dão conta que sua visão que é atrasada.

A escola com disciplinas engessadas, métodos de avaliação grotescos e organização baseada na disciplina, acabam por premiar quem apenas obedece, não analisa, não questiona, em detrimento do pró-ativo, que não se contenta com uma explicação superficial e imprecisa. Isto funcionava muito bem no passado, onde era necessário ter um trabalhador obediente e submisso, apertando parafusos o dia inteiro. Mas num mundo onde as relações humanas, os diferentes métodos de trabalho, a preocupação com o meio ambiente e a tentativa de resgate da vida saudável estão cada vez mais em voga, a forma com que a escola trabalha é um erro brutal!

As disciplinas com seus conteúdos mal explicados e fora do contexto, contribuem para com que o aluno perca interesse e não aprenda. As avaliações não avaliam o aluno como ser pensante e sim como “papagaio”, que apenas ouve e repete. Obviamente, é muito mais fácil aplicar uma prova onde o sujeito tem apenas que dizer o lema da Revolução Francesa do que debater sobre a sociedade européia no século XVIII. É bem mais prático fazer o jovem decorar a equação da gravidade do que ajudar ele a chegar às mesmas conclusões que Newton, utilizando seu próprio intelecto. Isto tudo age contra as novas idéias que experimentamos.

O mundo está mudando muito e muito rápido. E para que consigamos acompanhar as próximas mudanças, temos que fazer uma análise profunda sobre a escola. Está na hora de aumentar a “inspiração” frente à “transpiração”, para que os próximos tenham a capacidade de entender o mundo, e acima de tudo, interagir com ele.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Flashback! Novas perspectivas ou falta de assunto?

Esses dias eu estava pensando que algumas das melhores contribuições da galera do blog ocorreram não em posts, mas em comentários, e que esses muitas vezes acabam passando batido. Me ocorreu que seria legal fazer, periodicamente, um "episódio flashback" recapitulando "os melhores momentos da temporada", até pra aproveitar e fazer um update dos assuntos passados, e contrapor um pouco essa coisa de que nas tais novas mídias tudo é muito rápido mas ao mesmo tempo muito fugaz. Taí uma seleção rápida:

LP x CD: Alta Fidelidade ou Saudosismo? - O Coutinho apontou que "quando remasterizaram o Dark Side of the Moon, foi tirado o espaço entre The Great Gig in the Sky e Money. Muitos fãs se revoltaram. O Alan Parsons respondeu dizendo que aquele espaço só existia porque foi lançado em LP, mas que a idéia sempre foi ter todas as músicas juntas. O Journey to the Centre of the Earth do Rick Wakeman e Tubular Bells do Mike Oldfield também são obras divididas por causa do LP. Assim, esse conceito de 2 lados pode também forçar a divisão de uma obra em duas partes distintas. Ou não..."

O livro é sempre melhor que o filme: Verdade ou Besteira? - André defende as comparações: "acho que se pode comparar livro com cinema SIM, da mesma forma que poderíamos comparar com série de tv ou quem sabe um disco conceitual. Digo isso porquê todos são NARRATIVAS. Basta que a comparação seja quem conta melhor a história. Óbvio que se prezamos por detalhamento, o livro vai sempre dar um laço no audiovisual, enquanto esse pode ser muito melhor na experiência de assistir."

Produção de Spector pro Let It Be, dos Beatles - C*gada ou Obra-Prima? - O Chico matou a charada: "NAKED: Singela, sincera, emocionante na simplicidade do arranjo, nos vocais que soam mais suaves, naturais, na banda tocando junto, como um "conjunto" mesmo. SPECTOR: É tudo muito "over"... soa até meio piegas demais, parece que as orquestrações tão ali pra arrancar uma lágrima do teu olho a qualquer custo. Não que não arranque, confesso que me emociono com essa música sempre que a ouço - e, normalmente, se ouve mais essa versão - mas é tudo meio excessivo, meio açucarado demais... quando pude ter um ponto de comparação (a versão naked), percebi o quanto ela pode soar meio brega, "Ray Conniff style", entende?..."

Falsas dicotomias: hipocrisia ou diversão? - Em meio à discussão sobre hipocrisias na mídia, o Chico levantou um assunto importante: "o crescente e exponencial acesso das grandes massas às tecnologias de informação cria uma demanda e uma necessidade muito grande de fazer-se ouvir (com razão) e dá a chance, finalmente, de uma real exposição da opinião de pessoas que não teriam a mínima chance de serem ouvidas num modelo antigo de mídia. Pra embolar ainda mais o meio de campo, um senador como o sr. Eduardo Azeredo propõe um projeto para controlar a Internet, uma espécie de policiamento ditatorial na grande rede (leiam mais sobre isso nesses três textos aqui, aqui e aqui)"

Vintage ou moderno? - O Barolho deu a real, que "depende do tipo de som que o cara faz. Se é exigido um som limpo decente, não será com uma guita com corpo de compensado e captadores de ferrite que o som será alcançado. Mas uma boa guitarra com madeira de verdade (alder=cedro ou mahogany=mogno) e pickups de alnico darão conta do recado. Se fores tocar punk, estas configurações podem ser descartadas. :) Outra... de que adianta o cara mover todo um equipo para fazer a gig se tudo será microfonado com mics de videokê? Isto já aconteceu comigo e talvez com vocês também... alguém notou? Provavelmente somente seus amigos músicos souberam distinguir a diferença entre o som da matriz e o som projetado pelos PAs."

Franquias Hollywoodianas: novas mitologias ou caça-níqueis descarados? - Uma pérola compartilhada pelo Ulisses: "Sobre o primeiro "Drácula" (1931, aquele com Bela Lugosi), por exemplo, há uma história ótima que ilustra o filme como parte de uma franquia: como o processo de legendagem ainda não estava suficientemente deselvolvido (o som no cinema era novidade), os produtores faziam não só o filme em inglês, mas também uma versão em espanhol, destinada ao mercado latino-americano. Se usava o mesmo roteiro (traduzido, logicamente), nos mesmos cenários, só que com equipes e elenco diferentes. Em suma, há um "Drácula" em espanhol, feito simultaneamente com o "Drácula" clássico -- simultaneamente MESMO, porque a "equipe espanhola" filmava à noite, assim que a "equipe inglesa" terminava de trabalhar. E, pelo que se comenta, o "Drácula" espanhol é melhor filme que o "Drácula" de fato -- mas foi criado exclusivamente por uma questão de mercado."

O que é "rock progressivo" hoje? - O Sílvio botou na roda uma banda pouco conhecida: "Quero indicar uma banda chamada RPWL, a qual tenho escutado muito. Muito, mas muito mesmo influenciado pelo Floyd pós Waters. Gostaria de comentários de vocês sobre eles. Eles tem 3 discos. No primeiro (God Has Failed) fica óbvia a influência Floydiana, inclusive a voz do cara confunde-se com Gilmour. No Segundo (Trying to kiss the sun), que eu não gosto muito, parece que estavam meio perdidos, tentando encontrar um identidade, o que parece que conseguiram no seu terceiro (World through my eyes). Esse parece seguir a fórmula do Floyd de discos conceituais, mas escutem "Roses". Indico."

Auto-tune: ferramenta ou charlatanismo? - O Jean resumiu o estado das coisas: "uma música agradável de ouvir não tem tanto haver com a afinação da voz, ou a execução perfeita de cada instrumento. O que acontece é quanto mais se mascara estas coisas, mais plástico e menos orgânico fica. Óbvio que o certo seria a gravação perfeita, com a emoção certa e com a afinação nos "trinks". Essa mesma discussão acontece, por exemplo, em guitarras "mascadas". Se pegar algumas gravações do Led por exemplo, dá para ouvir o Page "sujando" em vários momentos, mas a idéia estava lá! O momento estava ali. Ele não gravou de novo! Outro ponto de vista é o fato de que a indústria fonográfica de hoje não aceita mais esse tipo de coisa. E esse é um dos motivos pela qual as coisas estão cada vez mais plásticas. Vozes corrigidas, guitarras regravadas até a exaustão, baterias com beat corrigidos e por aí vai..."

Melhor só ou (bem/mal) acompanhado? - O Gustavo deixou um comentário que me deixou até agora me perguntando se eu entendi ou não: "Estar só é melhor do que mal-acompanhado. Acontece que para a maioria das pessoas, estar só não é uma opção aceitável. Quem aqui já fez entrevista de emprego nas duas situações: estando empregado ou desempregado, sabe do que estou falando..."

E vamos fazer um rodízio pra definir quem monta o flashback de duas em duas semanas, que tal? ;)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diploma no jornalismo: necessário ou não?


Como jornalista que sou, a decisão tomada hoje no STF de acabar com a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão é algo que me afeta diretamente. Portanto, algumas considerações - bastante opinativas, já aviso.

É extremamente frustrante pra alguém que ainda nao completou nem um ano de formado ver isso acontecer. É como se aqueles ministros viessem até a redação onde eu trabalho e dissessem: "pode jogar fora o teu diploma e o registro, nao precisa mais, meu jovem!"

Carlos Ayres Britto disse: “Não se pode fechar as portas dessa atividade, que em parte é literatura, em parte é arte, é muito mais do que ciência, muito mais do que técnica". Arrã, "let the dogs out". A profissão já está bagunçada, então, pra que se preocupar com diploma?... Gilmar Mendes compara o jornalista ao chef de cozinha, na lógica torta que compara dois mercados de trabalho tão parecidos quanto alhos e bugalhos.

Parabéns, meus caros amigos e colegas de blog. Vocês também podem trabalhar como jornalistas agora. Comecem praticando o jornalismo opinativo nos comentários, por favor.

Mesa-redonda bola-quadrada: Corinthians x Inter, Grêmio x Caracas

Bom, sem mais delongas, vamos ao "Mesa-redonda bola-quadrada" da rodada.
  • Corinthians 2x0 Inter (primeiro jogo da final da Copa do Brasil)
  • Grêmio 0x0 Caracas (segundo jogo das quartas-de-final da Libertadores)
Corinthians leva uma boa vantagem pra Porto Alegre. 2x0 com direito a gol do Ronaldo com uma arrancada que vai ser reprisada constantemente nas próximas duas semanas (aliás, já era reprisada sem parar toda vez que a bola saía pela lateral durante o segundo tempo...). Nilmar fez falta: o Inter até chegava no gol adversário, mas tinha muita dificuldade de finalizar, em noite particularmente pouco inspirada de Alecsandro. Acho que o Inter não perdia de dois gols de diferença desde a metade do ano passado. Esse resultado é o mais agoniante de todos: se fosse 1x0 seria um clima de "no Beira-Rio dá pra reverter"; se fosse 3x0 a coisa já adquiria aquela aura de "milagre", de "eu acredito". O otimista em mim imagina uma final eletrizante e sofrida, com uma decisão nos pênaltis.

Enquanto isso, o Grêmio continua o seu passeio pela Libertadores da América. 0x0 e uma classificação sem surpresas contra o desconhecido Caracas... Será que em algum momento veremos empolgantes peleias com fortes emoções lá pros lados da Azenha?

Ah: e na Copa das Confederações, Brasil 3x0 Estados Unidos, só pra constar.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Rock x Drugs

Quem de vocês já teve, como eu, associações na sua vida, principalmente profissional, entre curtir rock x uso de drogas? Eu tive, sobretudo quando sabiam da minha fissura por Pink Floyd, pois parece que para os leigos, quem curte PF é drogado. "Viajando hein?" foi um dos comentários que ouvi quando ouvia PF enquanto trabalhava.

Homossexualidade juvenil: moda adolescente ou nova rebeldia?

Como alguns aqui sabem, eu sou professor há um curto espaço de tempo (cerca de quatro anos) e dou aula para o ensino médio – o antigo segundo grau. Graças a esta atribuição, tenho um contato muito próximo com a atual prole de adolescentes. Podemos pensar que eles são muito díspares de nós quando adolescentes (ainda mais para quem, como eu, concluiu este período escolar vai fazer 15 anos...), mas, a bem da verdade, não são diferenças tão grandes. As poucas que de fato existem, contudo, servem para dar a impressão de grande abismo entre gerações.

Tenho notado que há uma mudança no comportamento que tange a curiosidade sobre temas sexuais. Enquanto que na minha época, as dúvidas ficavam centradas em como fazer certas práticas (e se o nosso corpo era de fato “adequado” a elas – “quantas vezes eu consigo gozar numa transa?”, por exemplo), hoje a grande curiosidade fica por conta da homossexualidade.

Eu, como sou um professor cabeça aberta, permito que aconteçam digressões do assunto das aulas para qualquer direção, já que é isso que faz, de fato, as crianças aprenderem. E sempre que o assunto envereda para a direção vida sexual, o debate sempre se foca na condição de ser gay ou lésbica. O lesbianismo, aliás, é quase que uma febre entre as meninas. Por mais que elas não troquem carícias, beijos ou transem propriamente umas com as outras, várias delas têm estabelecido com as amigas uma relação de possessividade sexual, facilmente vista em scraps e comentários nos sites de relacionamento. Elas chamam as outras de gostosas, tesudas, dizem que “pegariam se pudessem”, quando não dizem algo como “esta aí é minha”.

Logicamente, o tom é de brincadeira. Mas não para imaginar esta forma de relação de amizade há uns tempos atrás. Uma mulher jovem ter algumas ações bissexuais – como beijar as amigas em festas e bares, cena que, aliás, se tornou comum – não choca mais quase ninguém da mesma faixa etária. E declarar-se bissexual é, para várias meninas, um argumento fortíssimo em prol da sua afirmação pessoal.

Frequente também são meninos assumindo serem gays cada vez mais jovens, numa proporção bem maior de adultos homossexuais admitidos. Tempos mais liberais? Nem tanto, eu diria. Alguns, assim que assumem sua opção – normalmente para um grupo de amigos, mas não para a família ou mesmo para outros adultos – colocam-se na posição de incompreendidos, exatamente por serem gays. Desta forma, podem expressar o seu desajustamento frente ao mundo e (mais uma vez) afirmando-se pessoalmente.

As dúvidas que acontecem em sala de aula dão um retrato curioso desta abordagem diferenciada dos teenagers do novo milênio: eles se perguntam se homossexualidade é questão de opção ou se a pessoa nasce assim, se ela será promíscua ou tranquila e, acima de tudo, se ela será gay ou lésbica para o resto da vida. Nesta última preocupação, para mim, reside a resposta: a rebeldia dos dias de hoje é se declarar homossexual, nem que seja para trocar de ideia lá na frente – assim como o ex-hippie que virou homem de negócios, o ex-punk que abandonou o movimento para sustentar a família, ou o ex-metaleiro que cortou o cabelo em prol de conseguir emprego.

Por outra via, acontece um movimento ao contrário: o de manutenção da castidade e repressão da sexualidade – qualquer que seja. Novas bandinhas pregam valores virginais e a mais nova febre da faixa etária, a série de livros Crepúsculo, é um exemplo de conteúdo sensual em doses extremamente homeopáticas.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Vocês sabiam que eu compro CDs? "Un trago para ver mejor"

Antes de começar, gostaria de dar o crédito de mudar o nome da seção para o Chico. Quem mora na região metropolitana de POA e já tomou um trago na Cidade Baixa, sabe do que estamos falando.

Falando em trago, vamos ao disco da semana, que foge um pouco do estilo das últimas discussões musicais.

La Mississipi - Bagayo

La Mississipi é uma banda de blues argentina bem completa. Quando eu digo completa quero dizer que possui vários músicos no palco, indo da cozinha clássica, guitarra até os sopros. O som dos caras é bem legal e bem original (tratando-se de blues, é claro)

Esse disco foi gravado em 1995, e consegui com um amigo que mora em Buenos Aires. Ele me mandou discos de duas bandas, mas da outra falo em outro post.

Na verdade La Mississipi eu conheci junto com o Barolho quando estivemos na Argentina para ver os Rolling Stones. Entramos em uma loja e dissemos: "Me mostre os discos bons de blues argentino". O Barolho comprou um ao vivo bem legal na ocasião.

Vou aproveitar esse post para colocar uma opinião que tenho sobre a língua que se canta o blues. Na verdade, mais um paralelo entre português e espanhol. Talvez seja gosto pessoal, mas acho que todos os blues cantados em português acabam soando como rock gaúcho. Percebi isso quando ouvi Celso Blues Boy (que não é gaúcho). O que não acontece com as bandas argentinas, que sempre fizeram blues de qualidade e sempre me agradou os ouvidos o jeito de cantar. Não estou dizendo que no Brasil não se faz blues de qualidade, muito pelo contrário, temos excelentes músicos por aqui. Para fazer um paralelo, é como cantar bossa nova em inglês. Tem gente que faz, gente muito boa por sinal, mas é muito estranho de ouvir. Acaba soando como jazz e não bossa nova.

Capa: A capa desse disco é bem legal, é como se fosse um pedaço de uma história em quadrinhos.



Músicas:
  1. Blues del equipaje
  2. El matadero
  3. Por fin te fuiste Mabel
  4. Mala transa
  5. Blues de Juan
  6. Hache roja
  7. Un trago para ver mejor
  8. Qué mujer!
  9. Tus amigos
  10. Piso de madera
  11. Zydeco cha cha
  12. Nocturno a mi barrio
Vídeos:

Mesa-redonda bola-quadrada: Inter x Vitória, Fluminense x Grêmio

Um fim de semana futebolisticamente chato para a dupla Grenal, com dois empates em zero-a-zero:
  • Inter 0x0 Vitória
  • Fluminense 0x0 Grêmio
Não assisti nenhum dos dois jogos. Se alguém tiver visto, deixem seus comentários. Quanto ao Inter, a grande manchete foi que "perdeu a liderança", embora seja no saldo de gols e siga invicto. Olhando a tabela do campeonato, é interessante lê-la observando quais times estão "ocupados" com outras competições (Libertadores e Copa do Brasil).

O que parece ter sido o mais interessante da rodada foi o jogo do Brasil pela Copa das Confederações:
  • Brasil 4x3 Egito
Também não assisti, mas a lista de gols descreve um jogo divertido: Brasil 1x0, Egito empata 1x1, Brasil faz mais dois 3x1, Egito busca o empate 3x3, e aos 45 do segundo tempo, de pênalti, o Brasil arranca a vitória 4x3.

sábado, 13 de junho de 2009

Melhor só ou (bem/mal) acompanhado?


Estou até envergonhado que, depois de tantos posts brilhantes dos meus colegas de blog, eu, meio que sócio-fundador dessa bagunça, esteja conseguindo só agora escrever algo pra contribuir com o SD.

Não quero nem de longe assumir o papel do romântico inveterado aqui no blog, porém o pessoal que estava presente na gênese dessa loucura toda (quando queríamos um programa de TV ao invés de um blog e quando nosso nome era bem menos poético) deve lembrar que tudo começou a partir de uma discussão sobre relacionamentos amorosos.

Era o ponto de vista masculino posto à prova, frente a uma mesa de “guascas” meio embriagados, recém satisfeitos por um churasco dos melhores. Sem máscaras nem estereótipos, a temática girava em torno da dificuldade que nós homens de bom caráter (será?) tínhamos em encontrar a parceira ideal.

O assunto rendeu tanto que alguns chegaram a ter os ânimos alterados. O caso é o seguinte: um dia depois do bendito dia dos namorados, como ficamos? Será que aquele debate de janeiro serviu de algo? Aprendemos de verdade as lições de nosso novo oráculo, Camille Paglia? E o que acreditam os membros do SD: melhor só ou (bem/mal) acompanhado.

Encerro me colocando no papel daquele que simplesmente bota lenha na fogueira. Me abstenho de tecer maiores opiniões por estar irremediavelmente nos braços de Eros. De repente, se me empolgar com o debate e/ou esbarrar com Baco, quem sabe...

E só pra não deixar o lado musical de fora, só digo uma coisa: Barry White.

Até, crianças! ;)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Títulos portugueses, ora pois

Inspirado pela pergunta do Chico, lembrei-me de uma série de lendas urbandas envolvendo as traduções de títulos de filmes em Portugal -- que seriam mais esdrúxulos que os daqui. Há quem defenda que o épico Ben-Hur, por exemplo, se chamaria O Charreteiro Infernal.

Se isso é mentira, o título de Duro de Matar não é: em terras lusitanas, o filme é O Assalto ao Arranha-Céus -- e a sequência, claro, é O Assalto ao Aeroporto. Quando chamar o terceiro filme de "O Assalto a Nova York" pareceu um exagero demasiado, os nossos queridos ascendentes resolveram fixar-se na marca: Die Hard: A Vingança.

Claro que nenhum deles ganha de Vertigo, clássico hitchcockiano de 1958. Ao invés de traduzir como pura e simplesmente "Vertigem", brasileiros e portugueses se superaram, um após o outro: aqui, alguém teve a brilhante ideia de estender o título para Um Corpo que Cai, entregando uma importante cena da trama.

Já Portugal fez melhor e simplesmente detonou toda a história do filme, com o maravilhoso título A Mulher que Viveu Duas Vezes.

Hitchcock agradece...

Pergunta cretina do dia


...por que o filme "O Náufrago" foi chamado assim em português, se o Tom Hanks cai de um avião?...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O que é rock "progressivo" hoje?

Taí um tema em que eu penso de tempos em tempos. Quem me conhece sabe duas coisas: que eu sou fã de prog rock e que eu não sou apegado ao vintage. Pro pessoal que se diz "purista", a pergunta tem uma resposta simples, já que pra eles prog rock é levada em 7/8 e solos de minimoog: aí então rock progressivo hoje são as bandas que recriam os sons dos anos 70, o chamado "neo-prog", tipo Flower Kings. Eu já vejo a coisa por outro ângulo: a proposta do rock progressivo nos anos 70 era justamente "progredir", avançar o estado da arte e as fronteiras do que era considerado rock.

Como diz o Deleuze, ao invés de repetir o que os antepassados já disseram (ou tocaram), eu acho que o legal mesmo é "fazer o que eles fizeram": criar novos sons e tentar avançar o estado da arte. Olhando por esse prisma, quem está "progredindo" atualemente? O que é o rock verdadeiramente "progressivo" dos dias de hoje? Não tenho respostas, mas olhando em volta dá pra ver alguns candidatos:


Música eletrônica? - Já ouvi de várias pessoas, dito de diferentes formas, que a música eletrônica seria o passo seguinte ao rock no grande andar da música. Eu discordo, até porque acho dizer isso um desserviço à música eletrônica. São dois "grandes gêneros" diferentes, cheios de subgêneros, e com alguma intersecção. Mas o mesmo pode-se dizer entre o rock e o jazz. Aliás, as conversações entre o rock e o jazz são um ingrediente importante do rock progressivo. Da mesma forma, no que eu vejo de mais "progressivo" por aí hoje, sempre há o elemento da música eletrônica, que aliás flerta com o prog desde sempre, sem que necessariamente uma coisa vire a outra.

Radiohead? - Bom, falando de bandas mesmo, taí uma que flerta com o eletrônico e que tem uma natureza bem inovadora. Como já estão aí desde os anos 90, não sei se são o melhor exemplo pra falar do som de "hoje", mas os caras com certeza seguem fazendo algo bem atual (bom, "contemporaneidade" não é necessariamente uma qualidade... mas "soar datado" usualmente é tido como um demérito). A atitude experimental, o status cult e as frequentes comparações onde eles são tidos como "o Pink Floyd dos dias de hoje" permite ver o Radiohead como herdeiros da atitude progressiva, embora eles próprios rejeitem veementemente as comparações com o Floyd.

Porcupine Tree? - Já essa outra banda admite abertamente os paralelos com o Pink Floyd, embora digam que sejam mais apropriados pro começo de carreira. Perdi a conta de quantos amigos meus antenados em prog e em som mais modernos me recomendaram essa banda até que eu finalmente ouvi. Gostei de muita coisa, mas do que eu ouvi acho que eles são mais agentes de síntese (produzindo através da combinação de influências) do que uma banda que, a partir de coisas existentes, gera uma nova, estilisticamente falando.

Dream Theater? - Já estes aqui pegaram coisas à sua volta e produziram uma outra totalmente diferente. Eles pintaram no radar no final dos anos 80 e montaram uma sólida base de fãs nos anos 90 juntando o progressivo mais "roqueiro" do Rush com a pegada metal do Metallica. Acabaram virando os expoentes principais de um novo subgênero, o "prog metal" (iniciado por bandas como Fates Warning e Queensryche) e de certa forma acabaram também se limitando nele. Apesar de achar os primeiros discos geniais, não acho que o DT esteja "progredindo" hoje, artisticamente falando. Pra quem curte metal, é um prato cheio.

The Mars Volta? - Se o Dream Theater começou a ficar previsível, do Mars Volta a única coisa que dá pra prever é que você não sabe de onde pra onde a música está indo. Embora hoje a gente coloque as bandas prog dos anos 70 todas no mesmo balaio, se você parar pra ver elas eram bastante diferentes entre si (e a maioria rejeitava o rótulo de "progressivo"). The Mars Volta tem uma sonoridade que não dá pra classificar direito e uma veia tensa que me remete à sensação de ouvir King Crimson, mesmo não soando nada parecido com eles. Talvez esses caras sejam a prova de que dá pra inovar no rock hoje em dia; ou talvez o Omar Rodríguez-López seja simplesmente doido.

Muse? - Se o Mars Volta manda ver na doideira, o Muse consegue fazer a doideira e ainda por cima lotar Wembley. Fazia tempo que não aparecia uma banda, seja no cenário mainstream, seja no alternativo (o que quer que isso signifique) que alie a sensibilidade pop -- isto é, a capacidade de fazer músicas que a gurizada de hoje curta -- à capacidade técnica: os arranjos dos caras não devem nada pra ninguém. Ano após ano eles ganham os BRIT Awards de "Best Live Band" e o Nicky Wire do Manic Street Preachers chamou eles de "o Rush dos dias de hoje" (bom, há quem diga que o Rush é "o Rush dos dias de hoje", mas vocês entenderam o que ele quis dizer). Ah, e tanto o Mars Volta como o Muse têm capas de discos feitas pelo Storm Thorgerson, famoso pelas capas do Led Zeppelin e Pink Floyd. Coincidência?

Coheed and Cambria? - Outro aspecto do progressivo clássico, importante pra uns e ignorado por outros, é a viajandice das letras e temáticas. Se nos anos 70 os caras piravam fazendo odes baseadas no Rei Arthur, Senhor dos Anéis e coisas do tipo, hoje em dia existe uma banda de Nova York cuja série de álbuns é uma grande odisséia futurista baseada numa graphic novel escrita pelo próprio vocalista da banda. Nada tão surpreendente, não fosse o fato de a imprensa não se decidir se classifica a banda como rock progressivo ou como emo! É fazendo essa estranha mistura que os caras conseguem levar riffs em compassos quebrados para o Top 10 da Billboard. O resultado não faz a minha cabeça, mas pelo visto tem muita gente por aí que gosta.

Sigur Rós e o pós-rock? - Se o rock progressivo era considerado pretensioso nos anos 70, o que dizer de um estilo que no próprio nome se coloca como algo além do glorioso rock and roll? Claro que as bandas não têm nada a ver com esses rótulos, mas a esquisitice do tal do pós-rock fez com que os críticos pintassem eles assim. Eu sei que pelo menos uma pessoa vai me odiar por dizer isso, mas uma vez eu falei meio-sério meio-brincando que "Sigur Rós é Pink Floyd em câmera lenta sem as letras inteligentes". Me sinto um pouco "crítico idiota de revista" fazendo uma declaração só-pra-gerar-polêmica dessas, mas tem um fundo de verdade na brincadeira que resume bem o que eu acho dessas bandas. Elas pegaram determinados elementos que se explorou de forma às vezes incipiente no progressivo -- o som atmosférico, o foco na "textura sonora" -- e fizeram disso o plano central da música.

Bandas indie experimentais tipo Battles e Holy Fuck? - Se essas bandas que eu citei antes têm algumas influências meio óbvias de bandas progressivas, tem um pessoal por aí que, à primeira vista, só compartilham com o prog o gosto pelo experimentalismo e as estruturas meio sem pé nem cabeça. Eu me pergunto se essas não são as características mais importantes. O Battles faz um som muito bem sacado, e a proposta do Holy Fuck de tocar música de estilo eletrônico mas de forma orgânica produz um resultado bem peculiar. Tem muita banda por aí com ideias excelentes que soam extremamente originais... o problema é achar!

Pois é, não falta gente por aí testando os limites do rock e fazendo muita música boa no processo. Tem gente chamando bandas como Muse, Coheed and Cambria e Mars Volta de "new prog". Não sei se é um bom rótulo porque elas não soam nada parecidas e definitivamente não formam um "movimento", mas elas estão aí mantendo a viva a tocha da ideia de que rock não precisa ser só música de três acordes. Quem diz que hoje em dia o rock saturou e que a era da inovação já passou, que fique abraçado no seu mellotron dos anos 70!

terça-feira, 9 de junho de 2009

A Fantástica Coleção de CDs do Jean: Um progressivo instrumental gaúcho

Demorei, mas vamos ao post dessa semana. E vou começar dando uma má notícia aos senhores.

Eu não tenho mais o famoso balcão!

Para os que não conheceram, eu conto a história. Alguns anos atrás eu estava dirigindo por POA e ouvi na Ipanema que a CD Express tava fechando e estava com uma super promoção de CDs. E eu saí correndo para alimentar o meu vício! Comprei uns 20 CDs de uma vez.

No momento em que eu estava pagando, o dono me ofereceu um dos balcões da loja dele. Sim, e eu comprei um desses! Paguei super barato, e ele passou a enfeitar o meu quarto juntamente com a minha coleção. Pra trazer de POA foi um saco, tive que colocar no teto da Parati do meu coroa. E pra colocar pra dentro de casa então, foi extremamente difícil!

O problema é que o tal balcão ocupava um espaço considerável no meu quarto, e além do mais já estava lotado! Não cabia mais nada! Então resolvi me desfazer dele e comprar um gaveteiro, que abriga bem a minha coleção. O único arrependimento que tenho é de infelizmente eu não er tirado nenhuma foto dele :(

Mas vamos ao disco dessa semana!

Cheiro de Vida - 1988 Vivo

Esta é uma banda instrumental gaúcha formada em 1978. A formação básica era: Alexandre Fonseca (bateria), André Gomes (baixo e sitar) e Carlos Martau (guitarra). O som deles segue um Jazz Rock Progressivo, se é que isto existe. Estes músicos trabalharam com grandes nomes da música nacional, tais como: Pepeu Gomes, Marina Lima, Djavan, Kleiton e Kledir, Vitor Ramil entre outros.

Este disco é o segundo e último do trio :(. Foi gravado ao vivo em 14 de abril de 1988 no teatro da OSPA em POA. Por sinal, o primeiro disco também é uma obra, mas esse merece um outro Post. O estilo das músicas coloca o foco basicamente no baixo, grande destaque da banda. Mas isso é feito de uma forma inteligente, com guitarras sabiamente colocadas e com a bateria fazendo a cozinha com elegância.

Esse disco eu consegui por acaso. Eu tinha o primeiro deles, e sabia da existência deste ao vivo. O problema é que eu não tinha achado para vender. Certa vez fui no show do Vitor Ramil em POA, onde o baixista era o André Gomes. Para minha surpresa o CD tinha para vender na saída!

Capa:

A capa é simples. Sem firulas. E no encarte possui apenas os créditos.

Músicas:
  1. Africa
  2. Levada
  3. Vox Populi
  4. Jazz
  5. Blue
  6. Beep Bop
  7. Vinheta
  8. Dark Funk
  9. Intro
  10. Funk Indiano
  11. Rush
  12. Guerra
  13. Jazzmania
Curiosidades:

Uma vez por acaso conheci o sobrinho do Martau. Na época este cara trabalhava em um estúdio em POA. Ele me comentou a maneira como este disco foi gravado. O que existia era apenas algumas fitas cassetes com as gravações do show. Para ser digitalizado eles utilizaram estas fitas, limpando os cabeçotes a cada 10 segundos de gravação!

Para saber mais:

http://www.progressiverockbr.com/cheirodevida.htm

Apesar dos vídeos estarem com uma qualidade ruim, vale a pena dar uma conferida, que essa banda é f&*$#. E é claro, se precisarem de mais info podem entrar em contato ;)

Vídeos:

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Auto-tune: ferramenta ou charlatanismo?


Um dos assuntos do ano passado no mundo da música foi a popularização do "auto-tune", um software que permite corrigir as notas desafinadas de uma gravação, corrigindo os erros do cantor ou cantora sem que eles tenham que tentar de novo. (O software original é o Antares Autotune, que já virou nome genérico tipo chamar esponja de aço de "bombril", mas existem outros como o V-Vocal e o Melodyne.)

Em 2008 se falou tanto de auto-tune que ele entrou numa lista de coisas de 2008 que não sentiremos falta, junto com "fenômenos" como a Sarah Palin. O motivo foi que o auto-tune exagerado de modo a deixar a voz robótica (que entrou no mainstream com "Believe" da Cher) virou moda no mundo do rap/r'n'b -- caras como o T-Pain (cuidado: o link leva a uma música do T-Pain!) construíram sua carreira de "cantores" graças ao software mágico, que hoje em dia tem também uma versão real-time para usar em shows ao vivo.

O outro motivo pelo qual o auto-tune foi tão falado é que têm vindo a público várias ocasiões em que o efeito tem sido usado sorrateiramente para esconder erros dos artistas. Na apresentação do Superbowl de 2007, o Billy Joel foi pego usando auto-tune ao vivo: percebam o efeito "degrau" que o software produz na nota em 1:11, quando ele canta "and the rocket's red glare". Nesse site fizeram uma compilação de momentos na música pop em que os efeitos da correção aparecem. Com a evolução do software, rateadas como essas -- dos produtores, falhando ao esconder bem as rateadas dos cantores e deixando o auto-tune "visível" -- estão cada vez menos frequentes, então é cada vez menos possível saber quem está cantando "de verdade" e quem está ganhando uma "ajudinha" do computador.

Não faltam exemplos por aí, de Paramore e Marjorie Estiano até Winger e Yes (ouvir em 1:20). Uma questão interessante é até que ponto o artista tem "culpa no cartório". A Marjorie Estiano é, independente de se gostar ou não do estilo dela, uma cantora excelente; pelo que eu já vi dela cantando ao vivo na TV nitidamente sem auto-tune, ela não precisaria dele pra gravar um disco. O Brendon Flowers, vocalista do Killers, disse que no primeiro álbum, "Hot Fuss", o auto-tune foi usado pelos produtores sem ele sequer ficar sabendo e que no segundo, "Sam's Town", ele pediu para que não usassem (e realmente dá para notar como a voz soa mais natural).

Mas usar o auto-tune pra botar uma nota no lugar é "roubar"? O uso de técnicas de estúdio para produzir um vocal "perfeito" é quase tão antigo quanto a tecnologia de gravação de áudio. Nesse artigo de 1959, o autor denuncia como "quase qualquer um pode virar um cantor" graças a "ajudinhas" como equalização, reverberação e edição. Todas essas são práticas comuns hoje em dia: não se pensa em fazer sequer uma demo sem passar o vocal por eq e reverb, e regravar uma frase errada é muito mais rápido do que fazer o cantor refazer a música toda. Basta ler as liner notes do Anthology dos Beatles para ver como muitas músicas deles têm vocais montados a partir de vários takes. É comum gravar um vocal frase por frase, inclusive.

Mas e quanto a recursos que efetivamente mudam as notas que estão sendo cantadas, como o auto-tune? Bom, isso também se faz há muito tempo. A maneira mais primitiva consistia em mexer na velocidade da fita ao gravar, tipicamente reduzindo a velocidade, gravando, e voltando à velocidade normal para que a voz gravada ficasse mais aguda, alcançando notas que eles não conseguiriam só no gogó. O Pink Floyd admite ter feito isso em "Welcome to the Machine" (ouvir em 4:15) e o Queen nos backing vocals de "'39" (ouvir em 1:51). Mais tarde, nos anos 80, vocais eram endireitados usando um vocoder, isto é, passando o sinal da voz pela modulação de um sintetizador que era tocado com as notas certas -- o princípio é o mesmo do auto-tune, mas muito mais primitivo: ouçam como o vocal isolado de "Rock of Ages" do Def Leppard soa mecânico como o T-Pain (ouvir em 1:31)... a solução: escondê-lo num mar de backing vocals (ouvir em 1:33).

E aí? Alternativa prática para corrigir aquele errinho e aproveitar o take original cheio de emoção, evitando que o vocalista tenha que gravar 20 takes até acertar todas as notas, invariavelmente soando entediado no vigésimo take? Artimanha pra transformar qualquer celebridade em cantor ou cantora da noite pro dia? (Ou como é que vocês acham que a Paris Hilton gravou um disco?) Recurso que possibilita a atores fazer papéis que demandem cantar independentemente do treinamento musical? (Eu pessoalmente acho o desafinar de atores em musicais um charme característico do gênero; "Hoje é dia de Maria" me vem à mente.) Uma performance vocal perfeita montada em estúdio é representativa do talento do artista? Bom, o assunto tá na mesa.

Mesa-redonda bola-quadrada: quinta rodada do Brasileirão

Me adiantei ao Hisham, que normalmente faz este post, com o propósito unicamente piadista de sublinhar os melhores lances da rodada, que são:
  1. O quase-gol-que-Pelé-não-fez do Sandro Goiano (ele ia fazer a façanha que o Rei não conseguiu, entende?), o que beira o imponderável.
  2. A polêmica entrevista que aconteceu/não aconteceu do Souza a um jornal francês.
O que os caros coirmãos tricolores acham? Quem diria, Sandro Goiano realmente é melhor que o Chuck Norris...

Ah, sim, teve futebol também: Uruguai 0x4 Brasil e Cruzeiro 1x1 Inter.

sábado, 6 de junho de 2009

Franquias Hollywoodianas: novas mitologias ou caça-níqueis descarados?

Inspirado pelo lançamento do novo Exterminador do Futuro, que inicia uma nova trilogia da série – o que é estranho, porque, a bem da verdade, não existe uma “trilogia inicial”, eu lembrei de uma notícia que, infelizmente, não consegui achar...

Recentemente, um executivo de algum estúdio em Hollywood confessou que o novo foco da indústria cinematográfica americana é investir em filmes que possam desencadear franquias rentáveis – algo do tipo a saga Harry Potter, por exemplo. O novo arquétipo destas novas franquias é a trilogia malenjambrada Piratas do Caribe: o primeiro filme foi feito sem maiores compromissos do que ser uma reciclagem de um subgênero (as fitas de pirata) para o público do novo milênio. O retorno foi tão bom que alguém decidiu arbitrariamente que A Maldição do Pérola Negra nada mais era do que o início de uma história mais longa e forçou-se, assim, a produção de outros dois filmes.

Para os próximos anos, podemos esperar o reinício de várias franquias do passado (que, no jargão cinematográfico atual, chamam-se reboots): Robocop e Conan estão previstos para recomeçar do zero (como é o atual Star Trek e como foi uns anos atrás Cassino Royale para James Bond). Fora, é claro, todos os próximos filmes produzidos através da Marvel: o que já era uma saga em si só, o universo X-Men, agora virou uma franquia de spin-offs (outro termo moderno) – ou seja, filmes relacionados com o universo, mas que exploram subtramas e não dão seguimento à história principal.

Outro exemplo da Marvel são as atuais produções que devem, no final, se encaixar uma na outra: Homem de Ferro não só resultou na sua sequência, a ser lançada no ano que vem, mas vai ter relações com filmes previstos para o Capitão América e Os Vingadores. Fora que o novo Hulk (que já tem relação com Homem de Ferro) simplesmente dispensou aquele dirigido por Ang Lee uns anos atrás, como se nunca tivesse existido.

Para acompanhar este imbróglio todo, só sendo muito nerd mesmo...

Mas enfim, o que estes filmes em série, como todos seus reboots, spin-offs, sequências e prequels representam de fato? Um impulso criativo de cineastas, fascinados por universos específicos, ou pura ganância? É fato que os filmes de franquia geram uma receita incrível, que transcende as bilheterias e se materializa na forma de produtos licenciados. Assim também como é fato de que estas grandes sagas de fantasia são responsáveis pela criação das mitologias modernas: aqueles conjuntos de histórias que, por mais irreais que sejam (e por isso mesmo), são representações perfeitas da nossa mentalidade enquanto sociedade.

O que vocês acham?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Mesa-redonda bola-quadrada: Coritiba x Inter, Grêmio x Náutico

A pedido do Hisham, postando aqui os jogos da semana:

Coritiba 1x0 Inter
Grêmio 3x0 Náutico

O Inter jogou contra imensa pressão e mobilização do Coxa, não fez grande partida e terminou com um jogador a menos e nenhum atacante em campo. Na minha opinião, não dá pra se dar show e fazer golaços sempre (ainda mais em mata-mata). Ao Coritiba, resta sair da zona de rebaixamento no Brasileirão.

Já o Grêmio (não acompanhei o jogo) goleou o Náutico e parece ter jogado muito bem. Pelo jeito, as mudanças esperadas com a entrada de Paulo Autuori começar a acontecer. E o pobre Náutico ainda sonha em poder vencer o Tricolor em Porto Alegre.

"Echoes" X "Return of the Sons of Nothing"

No início da composição de Echoes do Pink Floyd, nas primeiras apresentações junto com "Atom Heart Mother", a música era chamada de "The return of the sons of nothing", cuja letra era exclusivamente  cosmológica. A letra original era:

Planets meeting face to face,
one to the other cry, how sweet,
if endlessly we might embrace
a perfect union deep in space,
if heaven might this once relent
and give us leave to shine as one,
our two lights here
forever one light blended,
then in that coming to be one
the parting summons' sound is drawn.
I see you've got to travel on,
and on and on around the sun.


Tenho alguns ROIOs que têm esta versão, mas dou graças a Deus por eles terem tido o bom senso de trocarem a letra pela oficial.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Astrologia: um teste interessante

O Roberto Coutinho – um dos doentes que escreve neste espaço – mandou estes tempos uma notícia hilária (sim, além do blog, discutimos numa espécie de mailing list informal), sobre uma astróloga de araque que passou a perna em duas senhoras e levou uma boladinha de R$ 60.000,00 das duas palermas sem maiores esforços.

Tem gente que leva Astrologia muito a sério – incluindo aí a Igreja Católica, que já disse que é pecado, feio e mau ler horóscopo. De minha parte, acho Astrologia, signos e zodíaco ideias maravilhosas para engatar conversas com moças interessantes em festas, encontros sociais, msn e que tais. Acho igualmente simpático o seu sentido histórico – ela é, talvez, a primeira ciência desenvolvida pelo homem, na antiga Mesopotâmia há umas pencas de milênios atrás.

A explicação da Astrologia sobreviver até hoje (e ser até mais popular hoje do que era para os mesopotâmios, já que tudo indica que o conhecimento das estrelas era algo bastante restrito às elites de então) é o nosso incrível desenraizamento e necessidade de nos sentirmos parte de algo, de nos afirmarmos como indivíduos. Nossa visão de mundo ficou tão assustadoramente ampla nos últimos 150 anos que precisamos de âncoras às quais nos prender e nos definir: sou leonino, sou roqueiro, sou colorado, sou gaúcho e isso deve meio que me determinar como ser humano, correto?

Em suma, ao ser humano não basta ter consciência de si, ele precisa se afirmar como portador desta consciência.

Tudo isso para falar deste interessante site, que propõe um divertido desafio de Astrologia Reversa: ao invés de dizermos nosso signo para sabermos nossas idiossincrasias, fazemos o contrário: dizemos quais as nossas características para vermos se acertamos o nosso signo. É bem divertido e não demora quase nada.

Já adianto: o teste disse que eu não sou de Leão, mas sim de Virgem. Só me falta descobrir que prefiro funk ao rock, que eu nasci na verdade no Acre e que meu time de coração é o Aimoré...

Vintage ou Moderno?


O título deste post acredito ser bastante abrangente, pois o termo "vintage" pode ser empregado em diversos contextos: vinhos, vestuário, etc.... Tão abrangente que de maneira indireta, pode-se dizer que já foi discutido neste blog duas vezes: Vinil x CD e sobre a versao do Let It Be (Vintage = Phil Spector e Moderna = McCartney).

O dicionario diz que "vintage" nada mais é que uma safra excepcional de determinado ano, um clássico, ou simplesmente antigo.

Como minha ideia para este post é relacionar o vintage a instrumentos musicais lanço a pergunta: O vintage eh realmente melhor que o moderno?

Ateh que ponto é justificavel o investimento de dezenas de milhares de dólares na compra de uma guitarra de mil novecentos e guarana-com-rolha enquanto com 1/5 do valor pode-se comprar um instrumento custom shop que promete recriar o som do instrumento original?

No caso das guitarras, existem fatores físicos que poderiam explicar a singularidade de um instrumento antigo, como o ressecamento da madeira, que faz com que os veios da seiva sejam solidificados, aumentando a ressonância do corpo, e na parte da captação, onde o campo magnético dos pickups sofre uma degradação com o passar dos anos, fator que segundo os admiradores deste tipo de instrumento alegam oferecer um som único. Mas não deixa de ser o "mesmo" instrumento... guitarra é guitarra. A LP ou a Strat de 50 anos atrás é igual à que vemos nas lojas hoje em dia.

Já no caso dos amplificadores, pode-se dizer que houve uma revolução: válvulas foram substituídas por transistores, retificadoras por diodos, os drivers não são mais os mesmos, efeitos, potências, dimensões, peso, etc, etc, etc... foi da água para o vinho com o passar dos anos. Os modelos vintage de amp e guita estao disponíveis no mercado e até existem boutiques especializadas neste tipo de instrumento, oferecendo exemplares originais de época e reissues, obviamente por um valor elevado ao padrão de mercado.

Sei que neste fórum existem admiradores destas duas escolas... vamos debater!!!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Meia lua + soco, understende?




http://www.rollingstone.com.br/secoes/novas/noticias/5409/

Estou tomando a responsabilidade dos posts com a tag "cultura inútil" (o que nada impede que outros o façam, lógico...). 

Sem mais,

Chico

terça-feira, 2 de junho de 2009

Falsas dicotomias: hipocrisia ou diversão?

Bom, o pessoal que caiu de paraquedas aqui no blog deve ter reparado num certo "padrão" em alguns títulos de posts, do tipo "X: Y ou Z?"... isso começou como uma piada durante a madrugada em que passamos na cozinha da casa de praia do Coutinho, num papo que foi até a manhã seguinte e que foi o embrião que resultou nesse blog.

Como em vários momentos a coisa parecia um daqueles programa de debates, começamos a tirar onda agindo como se fosse, com todos os clichês: "no próximo bloco...", "um oferecimento de...", etc. Um clichê que gerou muitas piadas posteriores foi é claro o padrão "X: Y ou Z?" tão usado nesses programas do tipo "mesa redonda de assuntos polêmicos".

Nesses programas os caras adoram pegar uma situação qualquer e pintá-la como uma dicotomia. Nas palavras da Wikipedia, pra poupar as minhas, a falsa dicotomia é "também conhecida como "falácia do branco e preto". Ocorre quando alguém apresenta uma situação com apenas duas alternativas, quando de fato outras alternativas existem ou podem existir". Coisas do tipo "a internet aproxima ou afasta as pessoas?" ou pior, "os ataques à Casa Civil têm fundamento ou o objetivo é desgastar Dilma Rousseff?" (sim, isso já rolou). Obviamente em ambos os casos há mais de duas opções!

Pra completar, os programas que fazem isso gostam de fazer "pesquisas interativas" onde os ouvintes tem a opção de "votar" em uma das duas opções. Votar? a opção certa vai ser eleita, então? Claro que eles não sugerem isso, mas o que se sugere é que é um snapshot da "opinião pública". E daí até saltar a outra falácia é um pulo, afinal de contas não cansam de dizer por aí que "vox populi, vox Dei". Um conjunto pequeno de pessoas que não foi sampleado aleatoriamente (pelo contrário, são pessoas com opiniões fortes a ponto de fazerem questão de fazer parte da pesquisa) e que não têm a possibilidade de expressar por completo o que pensam, apenas tentar se encaixar dentro de uma falsa dicotomia, não é representativo da opinião pública.

Aqui no blog a gente faz uma brincadeira com isso, botando nos títulos as falsas dicotomias sensacionalistas, mas elaborando as opiniões nos textos. E o mais legal é que aqui nesse meio do blog as pessoas podem elaborar suas opiniões também (e não apenas votar "sim" ou "não") e cada opinião fica associada à pessoa, e não derretida numa panela pra fazer uma porcentagem. (A essas alturas, deve estar claro que a "pesquisa" ali do lado não é pra ser levada muito a sério. :) )

Mas afinal de contas... "pesquisas interativas em programas de rádio e TV: veículo para participação ou manipulação da opinião pública?" ;) Os microfones estão abertos!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A Fantástica Coleção de CDs do Jean - "Sim, ele ainda compra CDs"

Bom, conversando com o Hisham sobre postagens para o blog, eu comentei com ele de que não sou tão "vasculhador" de internet como o Chico ou o Coutinho, por exemplo. Com isso ele deu uma idéia, que achei bem legal e divertida, e resolvi colocar em prática. O título esclarece bem o assunto: sim, eu ainda compro CDs! Na média são 3 por mês, e a minha coleção está girando perto dos 300 CDs. A ideia seria postar uma resenha por semana de algum disco da minha coleção. Bom, para começar, achei que o Dark Side of the Moon seria uma estréia de gala.

A idéia não é colocar resenhas de lançamentos, para isso basta abrir uma revista de música (o que não quer dizer que não apareça disco novo por aqui, basta comprá-lo e entrar para a coleção ;), e sim falar de discos ao longo das décadas e estilos que adquiri para a coleção (e tem bastante coisas estranahas, aguardemmmmmm).

As pessoas me perguntam: "Por que diabos tu ainda compra CDs?". Um dos motivos é que a qualidade do som é melhor que mp3, e na maioria das vezes escutamos CD em um aparelho melhor do que quando escutamos mp3. Outro motivo são os encartes. Com a digitalização da música se perde a artevisual dos discos (que já perdeu bastante na transição Vinil -> CD). E o terceiro grande motivo, para não dizer o maior, com a compra dos CDs eu me forço a ouvir o disco inteiro, e enteder a mensagem do artista como um todo, e não por músicas isoladas em um tocador de mp3. Este meu ponto de vista gera bastante discussões, portanto, fiquem a vontade para me chamarem de louco! ;)

Dark Side of The Moon - Pink Floyd

O que falar da obra prima do Pink Floyd? O cotidiano nu e cru! Todos sabemos da qualidade e a importância desde disco para a história da música mundial. Portanto dispensa apresentações. Não quero ficar chovendo no molhado ;)

Capa:
A capa do CD (pelo menos o meu) não é igual ao LP. No LP a capa e contracapa eram as mesmas, apenas invertivas, o que dava um efeito visual bonito nas vitrines, onde um prisma encaixava no próximo.
Encarte:
O encarte do CD é todo colorido, onde cada parte onde aparece as letras das músicas predomina uma cor diferente (Money, por exemplo, aparece em verde. Sugestivo não?). Para o fã atento, estas cores predominavam nestas mesmas músicas nos shows ao vivo do Floyd.


Músicas:
  1. "Speak to Me/Breathe" (Nick Mason, David Gilmour, Roger Waters, Rick Wright) - 3:59
  2. "On the Run" (Gilmour, Waters) - 3:35
  3. "Time/Breathe (Reprise)" (Gilmour, Waters, Wright, Mason) - 7:04
  4. "The Great Gig in the Sky" (Wright, Torry) - 4:48
  5. "Money" (Waters) - 6:24
  6. "Us and Them" (Wright, Waters) - 7:49
  7. "Any Colour You Like" (Gilmour, Wright, Mason) - 3:26
  8. "Brain Damage" (Waters) - 3:50
  9. "Eclipse" (Waters) - 2:04

Curiosidades:
  • As vozes que se ouve no disco foram frases extraídas de entrevistas que Roger Water fazia com os funcionários do estúdio. Paul McCartney também foi entrevistado, mas suas respostas não tiveram o impacto esperado pelo grupo e não foram utilizadas.
  • Clare Torry fez a voz na música The Great Gig in the Sky. Durante as gravações recebia instruções para pensar em morte e desespero enquanto cantava. Achou tudo ruim, foi paga e saiu do estúdio achando que não se aproveitaria nada de sua performance. Meses mais tarde viuo disco na vitrine, comprou, e surpreendeu-se com as suas partes no disco. Décadas mais tarde, depois de aposentada, pediu na justiça os direitos pela música.
  • Os relógios de Time foram uma experiência feita por Alan Parsons para uma tentativa fracassada de alavancar o som quadrofônico.
  • All lyrics by Roger Waters ;)
  • No filme "O Mágico de Oz", no momento em que aparece o leão clássico, baixe o volume da televisão e aperte Play no seu aparelho de CD.A seguir, surpreenda-se com o sincronismo. Este sincronismo pode ser encontrado no Youtube facilmente.
Para saber mais: