Voltando mais alguns meses no
tempo: os quatro fizeram uma enérgica audição nos estúdios da Decca no primeiro dia daquele ano. O teste foi reprovado, sendo
motivo de piada na EMI logo que o sucesso dos Fab4 alavancou. Norman Smith, engenheiro
de som do Abbey Road, relata no livro “The Beatles Recording Sessions”, de Mark
Lewisohn:
Smith recalls a rather cruel joke played on EMI's great
rivals, Decca. "We sent a tape of `Please Please Me'
under plain wrapper to Dick Rowe, the man who turned
down the Beatles. We hoped he would think it was from
a struggling artist looking for a break, and that maybe
he would turn them down a second time! I honestly can't
remember what, if anything, he
replied."
Mas é claro que naquele 6 de
junho eles estavam com a autoestima abalada. Porém, Brian Epstein tinha muita
confiança nos garotos e conseguiu o teste na divisão Parlophone da EMI,
administrado por George Martin. Este selo era focado em discos de comédia,
principalmente pelas gravações de Peter Sellers, a eterna “Pantera Cor-De-Rosa”
(e por falar nele, acho hilária a sua versão de “A Hard Day’s Night” imitandoLaurence Olivier interpretando Richard III, e bem estranho um encontro dele com os Beatles, que parece ter sido durante as gravações do Let it
Be).
Mas voltemos ao grande dia
que completa 50 anos! George Martin, no espírito de “não tenho nada a perder” decidiu recebeu os garotos no estúdio. Várias músicas foram tocadas, mas apenas
quatro gravadas. Destas, apenas duas sobreviveram ao tempo: Besame Mucho e Love Me Do. Sendo que a última foi encontrada pela esposa de
Martin no porão da casa deles em um acetato, muitos anos depois. Ainda que mais
lenta, é um pouco mais “gingada” do que a versão que Ringo Starr gravou alguns meses
depois (como eu não gosto muito dessa música, não me faz muita diferença).
E Martin lembra bem de não
ter ficado satisfeito com a bateria de Best (ele também não ficou satisfeito
com a do Ringo depois, mas isso é outra história). Os Beatles também já estavam
querendo trocar de batera. Algumas pessoas relatam a "injustiça" com a substituição
pelo Ringo – e Paul admite que faltou tato ao tratar deste assunto.
Mas a troca foi justa. E quem já tocou em bandas pode concordar comigo: o Ringo era muito mais sintonizado com os outros três, e não me refiro só musicalmente. Alguém consegue imaginar uma entrevista dessas com o Pete Best? Eu imagino ele quieto e com cara de cú o tempo inteiro. Apenas com Ringo a banda teria todos os integrantes carismáticos.
Mas a troca foi justa. E quem já tocou em bandas pode concordar comigo: o Ringo era muito mais sintonizado com os outros três, e não me refiro só musicalmente. Alguém consegue imaginar uma entrevista dessas com o Pete Best? Eu imagino ele quieto e com cara de cú o tempo inteiro. Apenas com Ringo a banda teria todos os integrantes carismáticos.
"Ringo is Ringo, that's all there is to it. And he's every bloody bit as warm, unassuming, funny, and kind as he seems. He was quite simply the heart of the Beatles."
- John Lennon.
- John Lennon.
0 comentários:
Postar um comentário