sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Paulicéia Desafinada: quatro solistas em SP

Um post a oito mãos: neste último final de semana, estivemos (Jean, Roberto, Chico e Hisham; além do Daniel, irmão do Roberto) em São Paulo, visitando a ExpoMusic e aproveitando para fazer um pouco turismo pela cidade. Foram dois dias bem divertidos -- nossos agradecimentos ao pessoal do Hostel Ô de Casa pela simpática acolhida e pelas dicas para os programas de domingo. :)

ExpoMusic: No primeiro dia de nossa estadia em SP fomos a maior feira de Audio da América Latina. Além de MUITA gente visitando, vimos uma feira maior que ano passado, com mais lojas, fabricantes e importadores de instrumentos e equipamentos de áudio. No total eram três pavilhões. Ao meu parecer, este ano a feira esteve mais focada em instrumentos do que equipamentos de ProAudio e iluminação. Isso se deve talvez, por alguns grandes da área de ProAudio não terem comparecido. De mais a mais, a feira estava ótima, muito divertida. Existia bastante interação entre o público e os estandes, permitindo aos curiosos de plantão testarem quase tudo que estivesse exposto.

Praça da Liberdade: Aproveitamos o meio-dia de domingo, que no caso já era em torno de 3h da tarde, e fomos almoçar na feira da Praça da Liberdade. Para quem não conhece, o bairro da Liberdade é o reduto oriental em São Paulo. Os imigrantes japoneses se instalaram lá no inicio do sec. XX. O bairro portanto conserva muita coisa interessante da cultura japonesa, como as luminárias orientais nas ruas, jardins japonses e fachadas escritas na língua dos imigrantes. No domingo ocorre uma feira popular com artesanato, vestimentas e gastronomia oriental, onde pudemos apreciar um delicioso Yakisoba. Algumas coisas chamaram atenção dos solistas: produtos pitorescos são vendidos nos mercadinhos e seus nomes escritos apenas em Japonês; a rua principal do bairro, que atravessa a praça se chama "Galvão Bueno", o que poderia ser uma homenagem em vida dos orientais ao adorado narrador esportivo; na entrada do metrô, algo parecido com um congresso emo, onde vários simpatizantes encontram-se para chorar. Infelizmente, o tempo foi curto para conhecer coisas interessantes desta região. Mas permitiu ver um pouco mais de perto o mix cultural da cosmopolita São Paulo.

Museu da Língua Portuguesa: Nossa penúltima parada na terra da garoa foi no comentadíssimo Museu da Língua Portuguesa, que já chama a atenção logo na entrada: genialmente, ele "aproveita" a estrutura da Estação da Luz do metrô paulistano. Exemplo disso é que parte das atrações do local nesse ano são dedicadas ao Ano da França no Brasil, e um dos painéis fazia um trocadilho inteligente entre o nome da estação e o apelido da capital francesa, Paris, a "cidade luz" (algo como "embarque para Paris", e andando uns cinco passos se chegava até um vão onde dava pra enxergar os trens da Estação logo em frente). Fora toda uma parte do museu dedicada às relações entre as línguas francesa e portuguesa, chama a atenção o trabalho caprichado para proporcionar interatividade entre o visitante e as instalações. Nós solistas tivemos a felicidade de testemunhar também uma belíssima peça audiovisual que conta de maneira muito criativa as origens da nossa língua-mãe, vídeo este narrado pela bela voz de Fernanda Montenegro. O vídeo prepara o visitante para a "cereja do bolo" no Museu - e que cereja... Mas a surpresa é tão legal que nós comentávamos na saída: "É melhor não contar pra ninguém sobre isso. As pessoas têm que vir aqui e ver!"

Pinacoteca: Encerramos o domingo com uma ida à Pinacoteca do Estado de São Paulo. Duas exposições bem legais rolando: uma dedicada a Matisse, como parte dos eventos do Ano da França no Brasil, e uma dedicada ao cubismo. A exposição "Matisse hoje" foi interessante. Os quadros não eram lá os mais representativos do pintor, mas cobriu diversas fases da sua carreira. Talvez as partes mais legais tenham sido as séries de estudos com rostos e corpos traçados com um mínimo de linhas. A exposição "O cubismo e seus entornos" foi mais divertida. Capitaneando a mostra, os trabalhos do espanhol Juan Gris, com seus ângulos e violões, sempre cativantes. Mas o quadro que acho que nos causou maior impacto foi o da russa Natalia Goncharova, cuja composição nos remeteu à pop art mesmo tendo sido feito 50 anos antes desse movimento.

De resto, claro, muitas risadas, bobagens e papos inteligentes nos dois voos, no hostel, nos táxis com cinco passageiros e nas muitas caminhadas pela cidade. E ainda faltaram pelo menos dois lugares: o Mercado Público (o Daniel só falava no sanduíche de mortadela) e o Museu do Futebol. Ficou pra próxima.

Como é bom viajar, amigos...

10 comentários:

  1. Vale colocar que no bairro Liberdade tinham também Chineses e Koreanos.

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  2. Já ia cobrar o relato do pessoal sobre a viagem, hehehe!

    Putz, agora fiquei encafifado... O que tem de espetacular na saída do Museu da Língua Portuguesa que eu não vi quando eu fui?

    E vocês não comeram o sanduíche de Mortadela???? Então não podem dizer que foram para São Paulo! :D

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  3. Falando em São Paulo, alguém vai ir no show do AC/DC, por acaso?

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  4. Estávamos entre o sanduíche de mortadela e a visita ao bairro da Liberdade. Optamos pela segunda opção. O sanduíche de mortadela fica para a próxima visita de cunho mais popular, onde o Museu do Futebol está incluido.

    Sobre o AC/DC, estou bem afim de ir! Inclusive podemos unir o útil ao agradável e ver o show, visitar o museu boleiro e comer o sanduba...

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  5. Só vou se for que nem a ida pro Iron*.

    (* 18 horas de bus na ida, sendo que nas 5 primeiras uma guria passou mal de tanto beber e se vomitou toda deixando o fundo do bus inabitável (mas ainda assim cheio de gente), seguido de 5 horas sob o sol a pino no gramado do Pacaembu, seguido de 2 horas de esmagação total durante o show pulando sem parar e entoando refrões antêmicos, seguido de 1 hora de espera na rua totalmente suado pegando o frio da madrugada, seguido de mais 18 horas enfiado no bus com outros 50 camisas-pretas igualmente suados e exaustos, todos sem tomar banho há dois dias. Tudo isso com o som a todo momento tocando pérolas como "Hearts on Fire" do Hammerfall e "Balls to the Wall" do Accept. Pelo menos posso dizer que já paguei meus sacrifícios ao Deus Metaaaaaal!)

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  6. Tem que incluir uma passada no Hooters

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  7. Putz, eu vou morrer sem ver o ACDC ao vivo:-(

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  8. Hisham, tem certeza que quer passar por tudo aquili de novo? :D

    Bem, meu ingresso deve estar comprado por essas horas (bom ter amigos em SP), e se rolar um "Sol Desafinado Corrente Contínua/Bobagens Alternadas", seria uma linda epopeia...

    E, para não deixar passar lembrança daquela viagem, CAS BOLA NA PAREDE!!!! Puta que pariu, vou ter ouvir Accept agora.

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  9. Hisham, tem certeza que quer passar por tudo aquilo de novo? :D

    É lógico que não!!! :) A indiada valeu a pena -- foram 2 horas de música da melhor qualidade que estarão gravadas nos meus ouvidos e nos meus olhos pra sempre, sem contar que foi uma chance provavelmente única de ver pérolas como Rainmaker e Paschendale ao vivo -- mas definitivamente não faço uma dessas de novo!

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