Talvez por eu ser o "cara de informática" entre os contribuidores mais ativos desse blog, ou por ter escrito um post chamado "Por que eu resolvi boicotar a Apple" aqui há algum tempo atrás, pareça apropriado eu escrever um post sobre a morte do Steve Jobs. Mas esses não são os motivos.
Minha história pessoal com a empresa de que ele foi co-fundador vem de muito longe. Eu tinha seis anos e um clone brasileiro de Apple II (o antecessor do Mac) foi o primeiro computador que eu vi ao vivo. Eu lembro da cena até hoje, tão bem quanto eu lembro do meu primeiro beijo. Se teve um momento que eu posso apontar e dizer "ali a minha vida mudou", foi naquela tarde de 1986. Naquele dia o computador chegou na nossa casa; era do meu irmão. Um ano depois, ele já era meu.
Minha rotina era voltar da escola, almoçar e depois passar a tarde programando aquela caixa bege com uma maçã colorida desenhada. Eu tinha 2 ou 3 colegas da turma de 42 que sabiam mexer em computador (isso era tão incomum que nem sequer nos chamavam de "nerds" na escola). Esses outros poucos todos tinham computadores MSX. Eu era a única pessoa que eu conhecia que tinha um Apple II. Ninguém com quem trocar dicas ou programas além de uns poucos livros e revistas. Aquele computador era praticamente parte da minha concepção pessoal de indivíduo. Naquele tempo, Hisham ↔ Apple II.
Passados os anos 80 e meados dos 90, era hora de trocar de computador. O sonho era trocar para um dos Apple "novos", os Macintoshes. Não esses Macs que vocês conhecem. Algo como um desses aqui:
Infelizmente eles eram estupidamente caros no Brasil, ainda mais para um adolescente pedindo pro pai. Minha segunda opção era um Amiga, mas acabei ganhando um PC 486. Na época, foi "meno male", porque com a popularização dos PCs acabei com isso saindo da minha "ilha" e podendo ter contato com uma base de software maior (isso era antes da internet, e software tinha que passar de mão em mão — sim, pirataria, porque a imensa maioria não tinha para comprar no Brasil nem se a gente quisesse). Além disso, a Apple ia mal das pernas. Era a fase em que o Steve Jobs estava fora da empresa. A história é famosa e não vou repeti-la aqui.
Passei anos afastado do mundo Apple, mas acompanhando de longe. Com a chegada da internet, revisitei meu passado de Apple II através de emuladores e acompanhei as notícias da volta de Jobs à empresa com o curioso cargo de "iCEO" (interim CEO) e o posterior lançamento do "iMac", cuja ironia no nome era evidente a todos.
Quando ele voltou e lançou o iMac, a Apple estava bem mal das pernas, perigando quebrar, assim como aconteceu depois com tantas outras empresas super-cool dos anos 80 e que não existem mais, como a Sun e a Silicon Graphics. (Parênteses: se vocês acham o hardware da Apple bacana, comparem o Mac bege dos anos 90 da foto ali de cima com essa workstation Silicon Graphics da mesma época:
Fecha parênteses.) Pois é, coolness existia, estava por aí, mas era um animal ameaçado de extinção num mundo de informática dominado por PCs genéricos rodando Windows 98 infestados de vírus, DLLs incompatíveis e conflitos de hardware (lembram do stress que era configurar coisas como COM, IRQ e DMA de placas de modem, som, etc.?)
Quando foi afastado da Apple, Jobs passou os anos 90 no mundo das workstation high-end, onde todas rodavam alguma versão do sistema operacional mais cool que há, o Unix. Quer dizer, cool para quem sabe apreciar a "coolness de um sistema operacional", ou seja, programadores. Sistemas da família Unix não eram pra qualquer um. Eram complicados de usar e só rodavam em máquinas caras, workstations de alguns milhares de dólares. Uma trupe de voluntários espalhados pela internet, porém, estava trabalhando duro para mudar isso e tornar o Unix acessível a todos (um deles, um certo estudante finlandês chamado Linus, acabou cedendo o próprio nome a esse libertário membro da família Unix).
De volta à Apple, Jobs trouxe da sua experiência no mundo das workstations uma simples ideia que parecia alienígena ao mundo dos computadores pessoais: fazer computador usando um sistema operacional que, bem, funcione.
A mídia vai fazer homenagens e homenagens a Jobs dando a ele títulos como "o criador do iPod", "o criador do iPhone" e coisas do gênero. Dar a ele crédito como "criador" desses produtos, onde inúmeras pessoas trabalharam na pesquisa e desenvolvimento, desde o design à engenharia, é algo simplista e um tanto errado. Mas todo o crédito do mundo deve ser dado ao pulso que ele teve de bancar a migração do sistema operacional dos Macs (chamado inicialmente apenas de "System", e depois "Mac OS") para uma sólida base Unix: o Mac OS X. E depois que o mundo descobriu o que é um computador que funciona, tudo mudou.
À primeira vista pode parecer que eu estou apenas sendo um nerd, valorizando uma tecnicalidade que ninguém vê em detrimento a todos esses outros grandes sucessos da Apple dos quais Jobs foi sempre a face visível. Mas não. Essa cartada, e o sucesso dela (que lhe deu cacife para os projetos posteriores, começando pelo iPod), resume a maneira de pensar que vigorou no segundo reinado de Steve Jobs na Apple: "trabalhar com uma ideia simples e fazê-la direito de modo a produzir algo que preste."
Um enunciado desses pode parecer ridiculamente óbvio, mas quando a gente destrincha nos detalhes, quem mais fazia (ou faz) isso? A gente vai lembrando das outras grandes empresas de informática, e incrivelmente, ninguém mais se encaixa nessa visão. Empresas como a Microsoft, amarradas em perpetuar bugs passados em prol da eterna compatibilidade, nunca assim corrigindo os próprios erros? Empresas como Dell, HP e cia, que te vendem laptops com um mar de porcarias e iconezinhos idiotas pré-instalados? Empresas como a Sony, que desrespeitam o consumidor com reincidentes casos de spyware? Essas são tosquices que a gente nem conseguiria imaginar vindo da Apple. Num mundo onde a tosquice impera, a Apple conseguiu se tornar uma empresa mítica, simplesmente não sendo tosca.
Quando o iPhone surgiu, basicamente todas as features que ele possuía já existiam em um ou outro telefone. Palmtops como o Palm já tinham grandes comunidades de desenvolvedores e bastante gente já levava centenas de aplicativos no bolso; mas isso não havia chegado ao grande público. O design do iPhone era simplesmente a coisa mais óbvia a se fazer. Mas os concorrentes deixavam seus smartphones toscos de propósito: qualquer outro telefone da época, quando tu pegava, era "legal, só que tem esse UM defeito". Coisas que tu notava que tinham sido deixadas de fora para que o modelo "330X" fosse pior que o "350X" (só que daí o maldito 350X não tinha a câmera boa como a do 330X, ou algo do gênero).
Antes do lançamento do iPad, eu lembro de falar com meus amigos, "cara, toda a tecnologia pra fazer tablets tá aí, e só o que existe é esses híbridos malucos da HP rodando Windows, ou palmtops baseados em plataformas moribundas, e nenhuma empresa, nem Sony, Dell, HP, ninguém, se presta a fazer um laptop touch sem teclado! Vai acabar a Apple lançando um, como fez com o iPhone, e aí todos os concorrentes vão correr e lançar alguma imitação tosca em seguida."
Se tem algo por que o Steve Jobs merece ser lembrado e homenageado, é o fato de ele ter sido um CEO de empresa de tecnologia que mandou os seus funcionários fazer o que todo mundo que trabalha com tecnologia deveria fazer: olhar para frente, e não pro lado.
Sim, isso deveria ser a regra, mas num mundo onde todas as empresas estão olhando para o lado, cuidando cada passo que dá o concorrente, medindo cada risco e o seu impacto no relatório trimestral para os acionistas, promover inovação em uma empresa de um mercado tão ferrenho quanto tecnologia se tornou a exceção.
Quanto ao futuro da Apple, eu não me preocupo. Mesmo que a Apple pare de inovar na escala em que inovou nessa década passada, ela hoje tem o potencial de se manter por cima da carne seca por um longo tempo, assim como a Microsoft ainda é líder de mercado com base na inércia do seu sucesso na era MS-DOS/Windows. iTunes virou sinônimo de comprar música em boa parte do mundo. Aliás, a Apple Computer, aquela empresa que eu acompanhava desde criança, muito antes dos hipsters colarem maçãzinhas nos seus carros, não existe mais: mudou de nome, virou Apple Inc., empresa de produtos eletrônicos variados. E mesmo que tudo dê errado com a Apple e ela quebre, bom, tantas outras empresas cool já vieram e já foram. Eu iria sentir falta dos Macs tanto quanto sinto falta dos Amigas.
Lembro quando a Apple estava por baixo no fim dos anos 90 e a gente falava: "Tu acha que a Microsoft é malvada e a Apple é boazinha? Se eles estivessem em posições trocadas iam fazer igual." E sim, assim que ficou por cima a Apple fez sacanagens como aquela que que eu falei no post do ano passado (update: algum tempo depois, ela voltou atrás). A diferença é que mesmo em posições trocadas, uma empresa como a Microsoft não inova como a Apple. A Microsoft trabalha com "good enough to sell". Falta à Microsoft a fagulha do espírito do "insanely great". Assim como falta a tantas outras empresas, que às vezes têm genialidade dentro de casa e não sabem o que fazer com ela. A Xerox tinha interfaces gráficas com mouse por uma década, mas não sabia o que fazer com isso.
O que eu espero que fique como legado de Jobs são as lições que ele deu pra essa indústria da qual eu faço parte. De que é melhor fazer o simples, fazer o que presta, e não ser tosco. De que, se promovido sem grandes mancadas, o melhor produto vai realmente ganhar o mercado. De que os detalhes importam. De que não basta ter a melhor ideia, tem que fazê-la acontecer.
Mas pessoalmente, o que eu gostaria mesmo era de agradecer a Steve Jobs por ter feito sair da garagem a genialidade de Steve Wozniak, ajudá-lo a "fazer acontecer", e assim transformar aquele protótipo em caixa de madeira dele em uma empresa que criou a noção de "computação pessoal" antes do surgimento do PC, e que com isso levou computadores às casas de milhões de pessoas, incluindo à daquele garoto na longínqua São Leopoldo em 1986.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Sobre Dublagens e Legendas, ou "Porque incomodar o Ulisses é divertido"
Postado por
Hisham
às
14:48
Meu querido amigo Ulisses escreveu no seu blog um Manifesto contra o filme dublado, cheio de argumentos bons e coerentes (e alguns, nem tanto: por que uma determinada atitude que não prejudica ninguém e é o gosto de alguém não seria defensável? Eu acho o fato de que uma grande parcela prefere filmes dublados uma excelente defesa para a presença deles no cinema — assim como é a existência de cópias 2D para filmes que foram pensados em 3D, por exemplo). Tudo o que o Ulisses falou sobre os problemas do filme dublado é verdade:
É, as legendas. Se a dublagem adultera o trabalho do ator, as legendas adulteram o trabalho do roteirista (e do ator, em diálogos improvisados). Muitas vezes a sutileza de uma escolha de uma palavra se perde totalmente, pra não falar das vezes em que a tradução da legenda está simplesmente errada. Quantas vezes vejo gente, ao citar uma fala de um filme, na verdade citando a legenda: ou seja, reproduzindo a escolha de palavras da pessoa responsável pela tradução, e não pelo roteiro.
Em outras situações uma frase é enunciada com determinadas pausas de modo a produzir um determinado suspense, para que uma determinada expressão facial acompanha aquela palavra-chave... e a legenda já mostrou a frase inteira antes de o ator ter a chance de dizê-la.
Além disso, se a dublagem afeta o som, a legenda afeta a imagem. A gente muitas vezes nem se dá conta do quanto a legenda desvia o nosso olhar. E lá se vai o foco na fotografia do filme. Não me refiro apenas a coisas como cenas de escuridão total com apenas uma voz em off, que passam a ter um letreiro na tela. Todo o pensamento na composição de uma cena na tela, conduzindo o olhar meticulosamente como um quadro... e nossas vistas passando a metade do tempo olhando para o canto inferior central da tela, com frases que piscam a cada 3 segundos buscando nossa atenção.
Quem fala o idioma estrangeiro do filme (tipicamente inglês, nos filmes que passam aqui) percebe isso bem menos. Isso se ameniza mesmo em línguas que não dominamos mas com a qual temos alguma familiaridade (espanhol, francês, italiano...). Mas nem sempre, e nem para todos, é assim. Esses tempos assisti a um filme japonês depois de muito tempo só vendo filmes nessas outras línguas. No momento em que eu tive uma relação de dependência total da legenda para entender o que era dito, fiquei chocado ao ver o quanto da imagem eu perdia. Eu vi que não conseguia olhar nos olhos dos personagens durante um diálogo.
Senti na pele o que quem não fala nada de inglês sente e vi ali o quanto as legendas afetam a experiência de ver um filme, e o quanto a gente que está acostumado e fala outro idioma não percebe isso. Acabo pensando que isso é mais um pequeno fator para a falta de popularidade de filmes estrangeiros nos EUA, por exemplo, ou para dublagem ser mais a regra do que a exceção em vários países, como os de língua alemã.
Não estou com isso defendendo que dublagem seja melhor do que legendas. Entre as duas opções, eu sempre prefiro filmes legendados. Mas mesmo se você fala o idioma original do filme, não há como ignorar totalmente as legendas. Eu assisti ao longo de uma semana os filmes do Harry Potter, todos no original, sem legenda. Ao chegar no cinema para ver o último, cada nome de personagem ou objeto que era baseado na tradução do livro e aparecia na legenda do filme diferente do original ("Olivaras!?") me distraía e inevitavelmente incomodava. Prova que, mesmo não precisando da legenda, quando ela está lá ela acaba puxando a atenção.
Porém, tem o seguinte: muitas pessoas não sabem ler, ou sabem mas não têm o traquejo pra ler confortavelmente na velocidade das legendas. Sim, eu conheci pessoas nessas duas categorias, e sim, eram pessoas com viabilidade econômica de ir ao cinema. O filme dublado é uma excelente opção para elas. Preferiria eu ver o Harry Potter 7.2 no cinema em 3D com som original e sem legenda alguma? Sim, preferiria (ainda mais num filme 3D, onde a legenda interfere com a profundidade e o senso de imersão). Mas assim como não sou elitista a ponto de clamar por salas de cinema sem legenda, também não vou defender o fim dos filmes dublados nas salas de cinema. Acho que tem que haver espaço pra tudo, para que haja espaço para todos.
- Adultera o trabalho do ator
- Adultera o som
- As falas são alteradas por gente que não participou da sua concepção
É, as legendas. Se a dublagem adultera o trabalho do ator, as legendas adulteram o trabalho do roteirista (e do ator, em diálogos improvisados). Muitas vezes a sutileza de uma escolha de uma palavra se perde totalmente, pra não falar das vezes em que a tradução da legenda está simplesmente errada. Quantas vezes vejo gente, ao citar uma fala de um filme, na verdade citando a legenda: ou seja, reproduzindo a escolha de palavras da pessoa responsável pela tradução, e não pelo roteiro.
Em outras situações uma frase é enunciada com determinadas pausas de modo a produzir um determinado suspense, para que uma determinada expressão facial acompanha aquela palavra-chave... e a legenda já mostrou a frase inteira antes de o ator ter a chance de dizê-la.
Além disso, se a dublagem afeta o som, a legenda afeta a imagem. A gente muitas vezes nem se dá conta do quanto a legenda desvia o nosso olhar. E lá se vai o foco na fotografia do filme. Não me refiro apenas a coisas como cenas de escuridão total com apenas uma voz em off, que passam a ter um letreiro na tela. Todo o pensamento na composição de uma cena na tela, conduzindo o olhar meticulosamente como um quadro... e nossas vistas passando a metade do tempo olhando para o canto inferior central da tela, com frases que piscam a cada 3 segundos buscando nossa atenção.
Quem fala o idioma estrangeiro do filme (tipicamente inglês, nos filmes que passam aqui) percebe isso bem menos. Isso se ameniza mesmo em línguas que não dominamos mas com a qual temos alguma familiaridade (espanhol, francês, italiano...). Mas nem sempre, e nem para todos, é assim. Esses tempos assisti a um filme japonês depois de muito tempo só vendo filmes nessas outras línguas. No momento em que eu tive uma relação de dependência total da legenda para entender o que era dito, fiquei chocado ao ver o quanto da imagem eu perdia. Eu vi que não conseguia olhar nos olhos dos personagens durante um diálogo.
Senti na pele o que quem não fala nada de inglês sente e vi ali o quanto as legendas afetam a experiência de ver um filme, e o quanto a gente que está acostumado e fala outro idioma não percebe isso. Acabo pensando que isso é mais um pequeno fator para a falta de popularidade de filmes estrangeiros nos EUA, por exemplo, ou para dublagem ser mais a regra do que a exceção em vários países, como os de língua alemã.
Não estou com isso defendendo que dublagem seja melhor do que legendas. Entre as duas opções, eu sempre prefiro filmes legendados. Mas mesmo se você fala o idioma original do filme, não há como ignorar totalmente as legendas. Eu assisti ao longo de uma semana os filmes do Harry Potter, todos no original, sem legenda. Ao chegar no cinema para ver o último, cada nome de personagem ou objeto que era baseado na tradução do livro e aparecia na legenda do filme diferente do original ("Olivaras!?") me distraía e inevitavelmente incomodava. Prova que, mesmo não precisando da legenda, quando ela está lá ela acaba puxando a atenção.
Porém, tem o seguinte: muitas pessoas não sabem ler, ou sabem mas não têm o traquejo pra ler confortavelmente na velocidade das legendas. Sim, eu conheci pessoas nessas duas categorias, e sim, eram pessoas com viabilidade econômica de ir ao cinema. O filme dublado é uma excelente opção para elas. Preferiria eu ver o Harry Potter 7.2 no cinema em 3D com som original e sem legenda alguma? Sim, preferiria (ainda mais num filme 3D, onde a legenda interfere com a profundidade e o senso de imersão). Mas assim como não sou elitista a ponto de clamar por salas de cinema sem legenda, também não vou defender o fim dos filmes dublados nas salas de cinema. Acho que tem que haver espaço pra tudo, para que haja espaço para todos.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Video Music Awards 2011
Postado por
Daniel Coutinho
às
14:04
Ocorreu nesse último domingo (28/08) no Kodak Theatre em Los Angeles a 28ª edição do Video Music Awards (VMA) Como sempre muito previsível.
Os pontos altos da premiarão foram a surpreendente (não que isso surpreenda) performance de Lady Gaga, ou melhor Jo Calderone, seu alterego que permaneceu durante todo evento. Tudo bem que Madonna fez algo parecido na mesma premiação em 1993. Mas a aparição de Brian May, eterno guitarrista do Queen em "You & I", ao lado de Gaga foi de arrepiar. E como não podia deixar de acontecer, uma bela homenagem a Amy Winehouse, conduzida pelo jazzista Tony Bennett e fechada com chave de ouro com uma excelente performance de Bruno Mars, interpretando a canção "Valerie" da banda inglesa Zutons, que se tonou um sucesso na voz de Amy.
Kate Perry arrebatou o prêmio mais importante da noite com o clip da música "Firework". Uma excelente canção Pop com letra positivista e um vídeo clipe com ótima fotografia e que consegue ilustrar de uma forma simples seu significado. Dentre os indicados, apesar de alguns merecerem muito respeito, sem dúvida nenhuma este merecia o prêmio. Bruno Mars concorreu com "Grenade", uma boa canção com um videoclip clichê de Pop norte-americano. Beastie Boys, como sempre, trazendo um video bem humorado com a música "Make Some Noise". Adele merece seus créditos pela excelente "Rolling In The Deep", uma canção e um videoclip de muito bom gosto. Já a nova cara do Rap norte-americano Tyler The Creator, dono de uma voz poderosa, concorreu com "Yonkers", uma música no estilo Eminem e um clip monocromático minimalista com mal gosto estético com cenas apelativas.
Melhor Vídeo de Rock ficou com Foo Fighters, como já era o esperado. Já o Melhor Vídeo de Pop havia uma incógnita, ao meu ver, porém já era de se esperar, Britney Spears bateu Adele, Kate Perry e Bruno Mars. Foi uma bela ajuda da MTV para tentar reerguer a queridinha Pop.
Lady Gaga embolsou apenas dois "astronautas" com "Born This Way". Vídeoclip com Mensagem e Melhor Vídeo Feminino. Já Melhor Vídeoclip Masculino ficou como único prêmio para o queridinho amado e odiado Justin Bieber. Seria um prêmio de consolação? Afinal de contas Eminem, Cee Lo Green, Kanye Wast e Bruno Mars são mais representativos como músicos e figuras masculinas.
O prêmio de Artista Revelação ficou com Tyler The Creator. Dentre os indicados realmente não se esperarava muito. Esperanza Spalding realmente não é da turminha MTV. Tudo bem, nos Estados Unidos a MTV da muito mais visibilidade para carinhas novas dentro do Rap e Hip Hop.
Mas como não podia faltar prêmio para a cantora que desbancou Lady Gaga das paradas de sucesso, a MTV norte-americana entregou quarto "astronautas" para a gordinha mais querida do cenário Pop mundial na atualidade. Arrebatou mais troféus que Kate Perry, a grande vencedora da noite. Porém a insignificância ficou por conta dos prêmios técnicos, sem muita relevância para uma artista com uma voz fantástica e belas canções. Por conta de Adele o prêmio maior ficou para a plateia presente e para quem acompanhou a premiação, com uma bela performace ao melhor estilo Adele: simples, objetiva e tocante.
Veja a lista completa dos indicados e em destaque os premiados:
Videoclipe do Ano
Adele - "Rolling In The Deep"
Tyler, The Creator - "Yonkers"
Katy Perry - "Firework"
Bruno Mars - "Grenade"
Beastie Boys - "Make Some Noise"
Melhor Videoclipe Feminino
Adele - "Rolling In The Deep"
Katy Perry - "Firework"
Beyoncé - "Run The World (Girls)"
Nicki Minaj - "Super Bass"
Lady Gaga - "Born This Way"
Melhor Videoclipe Masculino
Cee Lo Green - "Fuck You"
Eminem feat. Rihanna - "Love The Way You Lie"
Bruno Mars - "Grenade"
Kanye West feat. Rihanna & Kid Cudi - "All Of The Lights"
Justin Bieber - "U Smile"
Melhor Videoclipe de Hip Hop
Lil Wayne feat. Cory Gunz - "6’7’"
Kanye West feat. Rihanna & Kid Cudi - "All Of The Lights"
Chris Brown feat. Lil Wayne & Busta Rhymes - "Look At Me Now"
Nicki Minaj - "Super Bass"
Lupe Fiasco - "The Show Goes On"
Artista Revelação
Foster The People - "Pumped Up Kicks"
Wiz Khalifa - "Black and Yellow"
Tyler, The Creator - "Yonkers"
Big Sean feat. Chris Brown - "My Last"
Kreayshawn - "Gucci Gucci"
Melhor Videoclipe Pop
Adele - "Rolling In The Deep"
Bruno Mars - "Grenade"
Pitbull feat. NE-YO, Nayer & Afrojack, - "Give Me Everything"
Katy Perry - "Last Friday Night (T.G.I.F.)"
Britney Spears - "Till The World Ends"
Melhor Videoclipe de Rock
The Black Keys - "Howlin For You"
Foo Fighters - "Walk"
Foster The People - "Pumped Up Kicks"
Mumford & Sons - "The Cave"
Cage The Elephant - "Shake Me Down"
Melhor Colaboração
Pitbull feat. NE-YO, Nayer & Afrojack - "Give Me Everything"
Chris Brown feat. Lil Wayne & Busta Rhymes - "Look At Me Now"
Kanye West feat. Rihanna & Kid Cudi - "All Of The Lights"
Katy Perry feat. Kanye West - "E.T."
Nicki Minaj feat. Drake - "Moment 4 Life"
Melhor Direção de Arte
Adele - "Rolling In The Deep"
Katy Perry - "Firework"
Lady Gaga - "Judas"
Kanye West - "Power"
Death Cab For Cutie - "You Are A Tourist"
Melhor Coreografia
Beyoncé - "Run The World (Girls)"
Britney Spears - "Till The World Ends"
Lady Gaga - "Judas"
Bruno Mars - "The Lazy Song"
LMFAO feat. Lauren Bennett & GoonRock - "Party Rock Anthem"
Melhor Direção de Fotografia
Adele - "Rolling In The Deep"
Beyoncé - "Run The World (Girls)"
Eminem feat. Rihanna - "Love The Way You Lie"
Katy Perry - "Teenage Dream"
Thirty Seconds To Mars - "Hurricane"
Melhor Direção
Adele - "Rolling In The Deep"
Beastie Boys - "Make Some Noise"
Katy Perry feat. Kanye West - "E.T."
Thirty Seconds To Mars - "Hurricane"
Eminem feat. Rihanna - "Love The Way You Lie"
Melhor Edição
Katy Perry feat. Kanye West - "E.T."
Thirty Seconds To Mars - "Hurricane"
Adele - "Rolling In The Deep"
Kanye West feat. Rihanna & Kid Cudi - "All Of The Lights"
Manchester Orchestra - "Simple Math"
Melhores Efeitos Especiais
Manchester Orchestra - "Simple Math"
Katy Perry feat. Kanye West - "E.T."
Kanye West - "Power"
Linkin Park - "Waiting for the End"
Chromeo - "Don't Turn the Lights On"
sábado, 6 de agosto de 2011
O novo-velho Yes
Postado por
Hisham
às
16:12
Depois de 10 anos, o Yes lançou um disco novo de inéditas, Fly From Here. Os últimos discos já andavam bem fracos, então eu não esperava muito. Porém, graças a duas excelentes decisões, o disco me surpreendeu totalmente: aproveitando que Jon Anderson não está mais na banda (de novo), trouxeram de volta à banda o tecladista Geoff Downes e conseguiram que Trevor Horn produzisse e compusesse para o álbum. Em outras palavras: sim, a formação do álbum Drama de 1980 estava junta no estúdio de novo, e sim, o disco é praticamente um "Drama II".
Em primeiro lugar, preciso dizer que uma afirmação dessas vindo de mim não é pouca coisa. O Drama é o meu disco preferido do Yes. Mais do que isso: eu tenho o vinil dele ele emoldurado na parede da sala da minha casa.
Isso não quer dizer, entretanto, que esse disco é tão bom quanto o Drama, claro. Fly From Here não tem a energia que o Drama tem. Soa como um disco um pouco mais "cansado". Os tempos das músicas são realmente mais lentos, mas talvez eu esteja também projetando a minha percepção sobre a idade dos integrantes da banda: tirando o vocalista, todos estão por volta dos 60 anos, enrugados e de cabelo branco — ao contrário do Paul McCartney, que parece ter parado no tempo, o Yes parece uma banda de "vovôs" no palco.
De qualquer forma, sem dúvida os álbuns têm o mesmo DNA. Para quem achava que nunca mais ouviria música nova com aquela determinada textura, ouvir música que tem visivelmente a mão de White, Howe, Squire, Downes e Horn é fantástico. É um pouco como quando Brian Wilson concluiu Smile 37 anos depois: é claro que não é o mesmo disco que ele teria feito se tivesse conseguido terminá-lo com os Beach Boys nos anos 60, mas o feeling que um determinado time de produtor(es), compositor(es) e intérprete(s) são capazes de imprimir em um álbum é algo único.
O vocalista, Benoit David, é um coadjuvante no álbum que não compromete. Quando Jon Anderson teve problemas de saúde, os demais membros do Yes, depois de uma espera que parecia sem fim, decidiram continuar sem ele. Seguindo o exemplo do Journey, a banda contratou o vocalista de uma banda cover de Yes. Nessa época, vi uns vídeos e ao notar que o vocalista meramente imitava o Jon Anderson, perdi totalmente meu interesse pela banda, que havia recrutado também o filho de Rick Wakeman para os teclados e saía em tour sem material novo, quase como uma banda cover de si mesma. Chegaram a tocar no Brasil, mas apesar de sonhar ver a banda ao vivo há muitos e muitos anos, para aquele Yes eu não viajaria pra ver. Agora, com Geoff Downes nos teclados e sob a batuta de Trevor Horn na produção (que foi o vocalista do Drama e produziu o 90125, o disco de maior sucesso do Yes), Benoit David parece não estar imitando Anderson — na verdade, ele parece estar mais imitando Horn do que qualquer coisa. O que é até natural, na verdade, dado que os vocalistas frequentemente copiam o estilo de cantar do compositor (comparem a demo de "Space-Dye Vest" com Kevin Moore no vocal e a versão final, ou reparem como Gene Simmons canta "Cold Gin" com um ar desleixado de Ace Frehley).
Vários fatores contribuíram para essa "volta ao Drama". A saída de Jon Anderson foi a primeira. Com ele fora, o Yes pôde voltar a tocar músicas do Drama ao vivo. Por ser o único disco gravado sem ele, Anderson se recusava a cantar músicas dessa fase, e por esse mesmo motivo havia enorme expectativa quanto a ouvir esse disco, que sempre teve um status meio cult dentro do catálogo do Yes. Além de ser um excelente disco, o Drama traz pitadas de elementos estranhos ao resto da obra do Yes, trazidos pela injeção de modernidade (para os padrões de 1980) que Horn e Downes trouxeram para a banda quando da primeira saída de Jon Anderson e Rick Wakeman. Curiosamente, nas comunidades online, os fãs de Yes se categorizam como "travelers" (preferem os primeiros discos), "troopers" (preferem a fase clássica), "generators" (preferem a fase anos 80)... ou "panthers" (preferem o Drama!). Isso já demonstra o status especial do disco no cânone do Yes. A excelente recepção que as músicas do Drama tiveram ao vivo na tour de 2009/2010 com certeza plantaram na cabeça de Chris Squire a semente da ideia de chamar Trevor Horn para a produção do próximo álbum.
Horn, depois do fiasco como vocalista do Yes (ele não tinha alcance vocal para cantar o repertório de Anderson e era frequentemente vaiado nos shows) assumiu a carreira de produtor e foi muito bem sucedido. Inicialmente com o próprio Yes, produzindo o hit "Owner of a Lonely Heart" e depois se tornando um nome extremamente requisitado do mundo pop-rock.
Durante o hiato do Yes, houve ainda a reunião do guitarrista Steve Howe com Geoff Downes na volta da formação original do Asia, supergrupo pop-rock que eles tiveram juntos com o Palmer (do Emerson & Lake) após a dissolução do Yes causada pela turnê do Drama. A resolução das diferenças entre Howe e Downes e a boa recepção dessa volta entre os nostálgicos fãs sem dúvida contribuiu para essa volta.
Inicialmente, a banda chamou Horn para produzir uma música de sua autoria que tinha ficado na gaveta em 1980. Por sugestão de Horn, trouxeram de volta Geoff Downes à banda, dispensando Oliver Wakeman... mas como no Yes é um entra-e-sai de integrantes, já o fizeram dizendo "quem sabe um dia ele volta".
Felizmente, o resultado final não ficou algo explicitamente saudosista, projetado para parecer algo feito em 1980. O disco não é uma caricatura, como é o Sonic Boom do Kiss, que tenta parecer um disco feito nos anos 70. Por outro lado, é um disco claramente alheio às tendências musicais. É um disco feito pros fãs do Yes, e em especial, para agradar aos "panthers". Este aqui, pelo menos, ficou bastante satisfeito. Se os rumores de uma volta à América do Sul no final desse ano forem confirmados, estarei lá!
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Transformers ou: a discussão continua
Postado por
Ulisses
às
12:14
Há dois anos aqui Sol Desafinado, escrevi em 2009 um texto criticando Transformers: A Vingança dos Derrotados. A postagem, como todos devem lembrar, gerou um grande debate e muita gente defendeu que o filme era um bom entretenimento e uma diversão descompromissada, entre outros argumentos. Curiosamente, cerca de um ano depois do lançamento, o próprio diretor Michael Bay assumiu publicamente que o segundo filme da franquia era ruim mesmo -- e que tudo seria diferente no fechamento da “trilogia”, que estreia mundialmente esta semana: Transformers: o Lado Oculto da Lua. Senti que era uma boa hora para retomar aquele debate: se, naquela vez, eu falava sobre o conteúdo da película, aqui faço uma crítica mais completa, aos moldes que costumo fazer no blog Sétima das Artes, que mantenho nos portais do Grupo Sinos.
Confesso que fui de coração aberto à sessão para a imprensa na última quarta-feira. Achava que os realizadores da série realmente teriam aprendido com os erros dos outros filmes (o primeiro também é fraco pra caramba) e que poderia pelo menos nos entregar uma obra legal. O fato de ter sido filmado em 3D (e não convertido, como nos recentes Thor e Piratas do Caribe) gerava um certo medo em quem conhece o trabalho de Michael Bay (cineasta que costuma dirigir de maneira pirotécnica), mas eu achava que a tecnologia o conteria.
Explico: Bay gosta de montagens em que os planos se sucedem em questões de microssegundos e prefere enquadrar a câmera de maneira a nunca pegar a totalidade da ação, apenas fragmentos. Desta maneira, com imagens desconexas sucedendo-se em velocidade recorde (auxiliado pela mixagem de som no talo), ele chapa o espectador e o faz pensar quer assistiu algo grandioso, quando na verdade não viu nada. Pois bem, é impossível manter esta estética no 3D: a constante troca de foco que os olhos precisam fazer entre um enquadramento e outro inviabiliza cortes excessivamente rápidos, e o efeito de imagem estereoscópica funciona melhor quando a ação é captada em sua amplitude. Ou seja, o diretor foi obrigado a desacelerar sua montagem e abrir os ângulos da sua câmera (para seus padrões, claro).
E, de fato, o 3D é bem usado no filme e a obra começa bem: uma batalha espacial no planeta natal dos Transformers, Cybertron. Depois disso, cortamos para a Terra em plena Guerra Fria, com uma reconstituição digital de John Kennedy, e finalmente chegamos nos nossos dias. A história é a seguinte: uma nave autobot (os robôs bonzinhos) caiu na Lua em plenos anos 60 e isso teria motivado a corrida espacial entre EUA e URSS. Nela, está Sentinel Prime, antigo líder autobot, e certos pilares que abrem um portal dimensional. Enquanto Optimus Prime tenta resgatar e religar o antigo mestre, descobrimos que tudo faz parte de um plano do vilão Megatron e seus Decepticons. Enquanto isso, o herói humano Sam, de namorada nova, tenta arranjar um novo emprego e sente falta de seu passado de lutas com autômatos alienígenas.
É a partir daí que descobrimos que... Bem, ninguém aprendeu nada com os filmes anteriores. Os problemas de roteiro são os mesmos: há toneladas de personagens na tela e são todos estúpidos e unidimensionais. Os pais de Sean (que nunca serviram para nada nas narrativas anteriores) continuam não funcionando como alívio cômico; John Turturro continua fazendo o mesmo ex-agente da CIA irritante; os militares mais automáticos que os robôs continuam sem sentido na história; Shia La Beouf nem mesmo carisma consegue passar. Para piorar, ainda temos as presenças da oscarizada Frances McDormand e de John Malkovich em papeis idiotas que nada acrescentam, sumindo deliberadamente lá pelas tantas. Deviam estar pagando dívidas de jogo, só pode.
Claro que a presença de tantos personagens humanos é uma tentativa mequetrefe de fazer nos importarmos com pelo menos algum deles; não estamos interessados, porém, nem neles e nem mesmo nos robôs. A ingenuidade de Optimus Prime começa a virar burrice mesmo, já que ele repete os mesmos erros dos filmes anteriores (não é à toa que os Autobots sempre estão em menor número: quem quer um líder assim?). Já Megatron também tem a sua dose de ridicularidade: sua primeira aparição é na savana africana, em que ele ordena que elefantes o saúdem com suas trombas.
Entretanto, nada é pior do que os colossais erros de lógica interna que o filme tem em si e em relação aos seus antecessores. Não, não estou falando de leis da física, estou falando da própria proposta deste universo. Ora, no primeiro filme, somos informados que os robôs aprenderam as línguas da Terra graças a transmissões de ondas de rádio (a ponto de Bumblebee só se comunicar com trechos de programas radiofônicos). Pois bem: já naquela ocasião Megatron acordava de uma hibernação de dez mil anos falando... Inglês. O mesmo para Fallen na continuação e para Sentinel agora: todos acordam de milhares de anos falando o idioma naturalmente.
Claro que não há erro pior do que afirmar que o plano Decepticon de roubar os pilares dimensionais está em curso desde os anos 60, se naquela época Megatron estava congelado no Pólo Norte. Outra: como é possível que eles tivessem planejado naquela época que Optimus usaria a “chave” para religar Sentinel, se é apenas no segundo filme que a tal “chave” aparece?
Ainda por cima, acabamos nos convencendo de que os Autobots são inúteis, já que as nossas próprias armas são capazes de destruir os Decepticons. Em Transformers: A Vingança dos Derrotados há um “canhão supersônico” disparado de um navio que, no clímax, destrói um robô imenso. Então por que não a utilizam para matar Fallen? Ah, sim, só um Prime pode matá-lo, aham. Nem preciso dizer que o tal canhão sequer é mencionado em O Lado Oculto da Lua, mas não faz mal: simples mísseis Tomahawk são capazes de abater os vilões.
Para deixar a situação ainda pior, as tentativas de humor (ainda que não tão escrotas quanto o robô com testículos de aço na fita anterior) são sempre deslocadas e mal-encaixadas na trama. Os elementos sexistas e racistas diminuem bastante, mas ainda andam por lá. Tenta-se dar a Rose Huntington-Whiteley um papel um pouco mais relevante do que o de Megan Fox (no final, ela tem uma participação mais efetiva do que ser arrastada pela mão por alguém). Mas Michael Bay não tem remédio: começa a apresentar a sua personagem pela bunda e faz questão de filmá-la sempre em ângulos baixos, como se fosse revelar o que os vestidos curtos do figurino mal escondem. Os cameramen do Pânico na TV não fariam melhor.
Bem, resta a ação. Na verdade, resta um terceiro ato de quase quarenta minutos, excessivo e anestesiante. Como não nos torcemos pelos personagens, não nos empolgamos com esta tentativa de um super-clímax. Há um segmento legal que acontece num prédio caindo que poderia quase salvar o filme -- isso se Bay não fosse um diretor tão ruim a ponto de errar o eixo (ou seja, o sentido no qual a ação se passa frente à câmera). Quando os personagens deslizam por fora do prédio inclinado, estão caindo da esquerda para direita; quando conseguem atravessar uma janela, caem no piso do prédio e, por lógica, deveriam deslizar da direita para esquerda. O cineasta não se deu conta desta mudança de sentido (um dos fundamentos básicos que se aprende em qualquer oficina de cinema) e continua fazendo seus heróis caindo da esquerda para direita.
Enfim, tolo eu de achar que poderia sair alguma coisa de uma franquia baseada numa linha de brinquedos (a série animada dos anos 1980 também era um subproduto desta linha). Efeitos especiais espetaculares? Sim, estão lá, mas não mais do que a obrigação num orçamento que beira os 200 milhões de dólares. No fim, são 2h40min de filme. A regra é clara: se não tem boa história, não tem como ser bom.
E manda o Cadu pra cá! ;)
quarta-feira, 27 de abril de 2011
O imponente "The Claw"
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Daniel Coutinho
às
20:13
Talvez mais comentado que os quatro integrantes da banda, "The Claw", o imponente palco da tour 360 graus do U2 é uma obra grandiosa no mundo dos concertos musicais. Com um enorme apelo visual tendo sua estrutura baseada no Theme Building, um marco estrutural localizado no Aeroporto Internacional de Los Angeles que abriga um restaurante, e formato baseado na arquitetura do catalão Gaudi, "a garra", com sua montagem mais ao centro do campo aumenta a capacidade de público em até 20%.
Foram construídas três estruturas. E cada uma teve o custo aproximado de 20 milhões de dólares e requer 120 caminhões para o transporte. E para sustentar essa megalomania a equipe da turnê conta com 196 integrantes fixos de 15 diferentes países e contrata mais 200 trabalhadores locais totalizando um custo de produção aproximado de 750 mil dólares e leva três dias e meio para desmontagem.
Informações técnicas:
Direção de show: Willie Williams
Arquiteto responsável: Mark Fisher
Membrana estrutural - Neil Thomas, Atelier One
Projeto de Engenharia: Hoberman Associates - Ziggy Drozdowski
Fabricação e construção da estrutura de aço: Stageco
Peso total da estrutura de aço: 220 toneladas
Início do projeto: setembro de 2008
Conclusão: Junho de 2009
U2 - 360° Tour no Morumbi (13/04)
Postado por
Daniel Coutinho
às
20:02
Os irlandeses do U2 estiveram este mês em solo brasileiro. Trazendo nada mais nada menos que a atual turnê "U2 360°", que teve início em 2009 e tem bilheteria de mais de 558 milhões de dólares, com cerca de 7 milhões de bilhetes vendidos, e o maior palco já montado para um concerto de todos os tempos, com uma estrutura de aço com 50 metros de altura e cerca de 220 tonelada.
A experiência de estar presente no estádio Morumbi no último dia (13/04) em São Paulo em frente ao "The Claw", como foi apelidado o palco devido a aparência de garras das suas robustas bases, é algo indescritível.
Do show, sob ponto de vista musical, é indiscutível que, com um repertório recheado de sucessos acumulados em seus 35 anos de existência, faz a multidão de cerca de 85 mil pessoas integrarem o coro de vozes.
Com uma entrada triunfal digna de filme em que astronautas vão em direção a nave espacial para uma viagem intergaláctica, Bono, Edge, Adam e Larry sobem ao palco ao som de "Space Oddity" de David Bowie dando partida a uma super viagem, não intergaláctica, mas de muito bom gosto musical e um surpreendente show visual com direito a um telão de LED, com cerca de 1160 metros quadrados e um peso de pouco mais de 54 toneladas, em 360 graus que em determinado ponto do show se desintegra verticalmente em um formato cônico até muito próximo ao palco, que em formato cilíndrico, faz com que corra sob trilhos duas pontes utilizadas pelos músicos para chegarem em um anel, ficando mais perto do público por todos os lados.
Não apenas a estrutura física é algo grandioso, mas a iluminação e sua utilização de forma inteligente torna o show impactante, com direito a troca de cores e texturas da estrutura externa do palco; torre central com luzes similares as de farol de porto; uma gigantesca bola de espelhos no ponto mais alto do palco projetando luz por todo o espaço do estádio; e um curioso microfone em formato de volante de carro com luz vermelha em que Bono utiliza para ficar suspenso em alguns momentos. Sem contar a participação do público com seus celulares e câmeras digitais dando luz em meio à escuridão da multidão.
O show de aproximadamente 2 horas teve muita intensidade musical e emocional por parte dos fãs, que só foi quebrada em um momento curioso com a participação do brasileiro Seu Jorge, que ao toca a música The Model dos alemães do Kraftwerk deixou a maioria do público sem entender o que estava acontecendo, além de péssima performance por parte de Bono e seu convidado, em um dueto de qualidade bem duvidosa. Mas tudo bem, é U2, de certa forma eles podem ter esses momentos de excentricidade, que logo deixada de lado com "Beautiful Day". Eles encerraram o show com dois bis e se despediram do público, deixando tocar nas caixas Elton John, com "Rocket Man".
Set List do show do dia 13 de abril no Morumbi:
Even Better Than The Real Thing
I Will Follow
Get On Your Boots
Magnificent
Mysterious Ways
Elevation
Until The End Of The World
I Still Haven’t Found What I’m Looking For
Pride (In The Name Of Love)
The Model, com Seu Jorge
Beautiful Day
Miss Sarajevo
Zooropa
City Of Blinding Lights
Vertigo [incluiu citação de "It´s Only Rock´n´Roll (But I Like It)" ]
I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight (Remix) [incluiu citação de "Relax", do Frankie Goes to Hollywood]
Sunday Bloody Sunday
Scarlet
Walk On
Bis:
One
Where The Streets Have No Name
Bis 2:
Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me
With Or Without You
Moment Of Surrender
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Iron Maiden em Curitiba - Pra lavar a alma
Postado por
Jean
às
13:12
Fui ver o Iron Maiden em Curitiba. Não, eu não vi o show de POA, estava viajando pela empresa. E fiquei muito chateado de não ter conseguido ver Bruce e cia tocando os clássicos da carreia. Quanto o Véio Fábio me convidou para ir a Curitiba ver o show da nova turnê (Final Frontier Tour) topei na hora!
A trip (gíria bastante utilizada entre os Véios) se inicia em POA. Correria para chegar no aeroporto em tempo. Chegamos em cima do laço para o Check In, mas, no terminal errado! Correria para pegar um taxi e "voar" para o outro terminal! Deu tudo certo. Embarcamos. O céu de POA estava lindo, tudo de bom, pensei. Afinal, POA sempre fecha de manhã por causa da neblina. Mas Curitiba estava fechado, uma hora de atraso :-(.
Chegamos às 10 da manhã em Curitiba. E que cidade massa! Muito limpa e organizada. Ficamos no apartamento do primo do véio Fábio (Valeu a mão!). Visitamos alguns sebos no centro, compramos alguns discos. No fim da tarde começamos a nos arrumar para ir ao show. Eu não tinha nenhuma camiseta do Iron (sim, uma falha no meu guarda roupas), por isso resolvi fazer a minha própria! Peguei uma camiseta que tinha levado para dormir e escrevi de caneta "Iron Maiden" na frente. E sim, todo mundo ficava olhando, afinal eu era o UNICO maluco de amarelo e com uma arte exclusiva na camiseta.
O local do show era muito massa. Era como se fosse a Fiergs em POA. Eles não caíram na besteira de colocar o show em lugar fechado como em POA. Foi a céu aberto, deve ter dado umas 25 mil pessoas. Com exceção da fila enorme, o resto da organização era muito boa. A estrutura do lugar era bem legal (ao contrário do show do Ozzy no Gigantinho). Garantidamente se o Iron fizesse o show na Fiergs em POA ia lotar, mas isso é outra discussão.
Abriram o show com músicas do novo disco. Não conhecia o novo disco ainda e achei as musicas bem legais. Da metade em diante vieram os clássicos. Aí sim, o Véio Jean sabia cantar TODAS. Segue o repertório para avaliação dos solistas desafinados.
"Satellite 15... The Final Frontier"
"El Dorado"
"2 Minutes to Midnight"
"The Talisman"
"Coming Home"
"Dance of Death"
"The Trooper"
"The Wickerman"
"Blood Brothers"
"When the Wild Wind Blows"
"The Evil That Men Do"
"Fear of the Dark"
"Iron Maiden"
Bis:
"The Number of the Beast"
"Hallowed Be Thy Name"
"Running Free"
Eu, chato como sempre, fiquei chateado que no inicio do show o som tava bem ruim. Levaram umas 3 ou 4 músicas para acertar. Deu para ver o Bruce reclamar varias vezes (o microfone dele dava várias microfonias) para o pessoal da mesa e o Steve Harris parecia bem nervoso. Passado isso, som bem melhor, o Bruce anunciou que em um lado do palco estavam sem retorno "- We destroyed them".
O vigor da banda no palco impressiona. Sempre correndo de um lado para outro e agitando a galera. E o Bruce parece um guri. Certamente eu não teria o fôlego que ele tem para correr todo o show. Eu só acho exagerado o Gers, por sinal acho ele totalmente desnecessário na banda. Além de eu achar ele um péssimo guitarrista, acho ridículo aquela macaca loira no canto do palco, mas há quem goste, enfim...
E eu vi o Adrian Smith ao vivo! Esse sim baita guita! Impecável na execução, mostrando tudo que sabe. Os solos dele são disparado os melhores, além dos riffs que são matadores (em 2 minutes to midnight confesso que quase correu uma lágrima). Como já falei várias vezes para meus amigos, para mim a melhor formação do Iron é essa de hoje SEM o Gers.
Sim, o Eddie subiu no palco. O Eddie desta turnê é meio futurista. Um destruidor de planetas dando um ar de Predador. Sei lá, ainda não me acostumei com ele. Mas o fato é que a qualidade dos Eddies que entram no palco vem melhorando, ainda mais comparado com os que eu conhecia dos videos antigos.
Baita show, de lavar a alma de quem não viu o show de POA. Com direito a The Trooper com o Bruce carregando bandeira (por sinal esse palco com as bandeiras no fundo é genial), gritos de "Scream for me Curitiba!" e correrias no palco características da banda.
Da esquerda para direita: Véio Jean, Véio Carlos, Véio Henrique e Véio Fábio
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Ozzy em POA - Tá velho mas tá bom
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Jean
às
14:11
Fui no show do Ozzy em POA. E me surpreendi positivamente. E muito! Comprei o ingresso com aquele sentimento de "tá velho, mas vou pelo folclore". Mas o show foi animal! No dia do show eu nem estava com tanta pressa de entrar no Gigantinho (como normalmente fico em dia de show). Bem tranquilo, tomando uma ceva e tal, trovando com os parceiros, olhando o movimento...
Faltando 20 minutos me dirigi ao portão, quando eu me deparei com uma fila enorme para entrar no Gigantinho (não sei por que ainda fico bravo com isso, show no Gigantinho é sempre uma zona). Quando chegou na hora da revista entendi o porque da lentidão. Tirei tudo dos bolsos, mostrei para o cara, e o magrão enfiou a mão no meu bolso (Sim, sem perguntar) e tirou do meu bolso uma cartela de remédios e me fez uma cara de "a há! te peguei!". Olhei para aquela cartela de Benegrip e disse "pode ficar, só me deixa passar!". Estavam tirando até os isqueiros da galera! Que troço sem noção! E lá dentro vendendo ceva em latas! Vai entender...
Entrei e o show já estava no final da primeira música. Me postei na arquibancada em um lugar confortável para assistir. Quando me surpreendi com um velho louco colocando fogo no Gigantinho! O carisma do cara é algo! Não deixava a galera quieta um minuto sequer! Até pular ele pulou, uns 10cm do chão! Impressionante!
Quando ele caminhava, parecia uma véia de pantufa, parecia acabado. Mas definitivamente ele é maluco! O que me deixou com a pulga atrás da orelha foi o seguinte: Será que ele realmente tá acabado ou ele fica se fazendo? Não sei, sinceramente não sei.
Em certas partes do show ele ficava jogando espuma na galera! Sim, ele tinha uma espécie de arma de espumas, como se fosse um extintor. Ele jogava aquilo nele mesmo e
depois na galera. Ficava todo mundo branco. E assim ele fazia o seu momento Trapalhões.
Depois ele atravessava o palco e molhava a cabeça em um balde com água, várias vezes. Na sequência ele pegava esse resto de água e jogava na galera. O Montanha, amigo meu que ficou lá na grade disse que a água era MUITO gelada. Ou seja, o véio tava curtindo um choque térmico no palco.
O massa era ele zoando com os seguranças. Jogava espuma e molhava os caras. No final do show os caras ficavam fugindo do Ozzy que nem uns malucos.
A banda do cara era muito boa. Mas muito boa mesmo! Tudo na cabeça e redondinho. E claro, como de praxe a acustica do Gigantinho não é lá essas coisas, mas deu apra ouvir bem o show. Acho até que a acustica ajudou um pouco. Dizem que o Ozzy anda usando auto-tunning e tal. Sinceramente, de onde eu vi o Show não percebi, e achei a voz dele bem legal para o véio caquético que ele prega ser.
O repertório foi bem variado, tocou várias do disco Paranoid do Black Sabbath e os clássicos da carreira dele. Na minha opinião faltou apenas No More Tears e Perry Mason. Mas um pessoal me falou que ele toca No More Tears em apenas um show da turnê inteira. Não pesquisei para ver se é verdade.
Abaixo segue o repertório:
1. Bark At The Moon
2. Let Me Hear You Scream
3. Mr. Crowley
4. I Don’t Know
5. Fairies Wear Boots
6. Suicide Solution
7. Road To Nowhere
8. War Pigs
9. Shot in the Dark
10. Rat Salad
11. Iron Man
12. I Don’t Want To Change The World
13. Crazy Train
14. Mama, I’m Coming Home
15. Paranoid
E o fato da bandeiras, isso foi engraçado. Não vi o Ozzy com a bandeira do Grêmio, só fiquei sabendo depois (como disse, cheguei atrasado). Mas vi ele com a do Rio Grande do Sul. Na hora achei muito legal e tal, achei que tinha sido indicação da produção pelo fato do pessoal daqui ser bairrista, até porque não apareceu nenhuma bandeira do Brasil no palco. Mas quando soube da bandeira do Grêmio entendi tudo! Avisaram ele da rivalidade, ele pegou a bandeira do Grêmio (que jogaram no palco) e depois pegou a do RS pensando que era a do Inter (só pode!). Depois jogaram uma bandeira do Inter no palco, mas ele nem deu bola, afinal já tinha mostrado uma bandeira de cada time. Mas a corneta ainda assim é válida ;-)
Ozzy é imortal!
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
México, 6 a 19 de fevereiro de 2011
Postado por
Gustavices
às
22:48
A secura: a primeira coisa que reparamos na cidade é o clima seco. A pele, olhos, boca, nariz, sequíssimos. Usar um “batom hidratante” era tão comum que nem os paulistas e cariocas faziam suas frequentes piadas sobre viadagem. Tô exagerando? Tivemos um colega nosso que teve seu retorno pro Brasil antecipado: foi retirar as lentes de contato e acabou machucando a córnea. Nessa época a temperatura não varia: friozinho de 8 graus de manhã e uma agradável temperatura triplicada à tarde. E sem chuva - parece que chove apenas dois meses por ano lá.
Tínhamos bastante trabalho lá, e às noites apenas dava tempo para jantar. Mas conseguimos aproveitar o final de semana. No sábado fomos visitar a Basílica de Guadalupe, com suas diversas igrejas anexadas. Após, fomos em Teotihuacan, cidade em que viveu um povo desconhecido durante o período de 100 a 800 D.C. O povo Asteca, ao descobrir a cidade no meio do mato por volta do século XIV com aquelas duas imensas pirâmides, acreditava ter pertencido aos deuses.
Infraestrutural: numa das maiores cidades do mundo, o trânsito é bem maluquete, com carros bloqueando as avenidas para mudar de sentido. A preferencial é de quem chega primeiro. Ônibus parando no cruzamento para pegar passageiros. Os veículos tiram fininho. Poucas motos. E muito engarrafamento. Caminhar do hotel ao escritório levava 15 minutos, e quem resolvia voltar de van sempre demorava mais tempo que isso. Como estávamos num bairro em que moram os chefes do narcotráfico, estávamos bem seguros, podendo andar a pé, com mochila, à noite.
Tínhamos bastante trabalho lá, e às noites apenas dava tempo para jantar. Mas conseguimos aproveitar o final de semana. No sábado fomos visitar a Basílica de Guadalupe, com suas diversas igrejas anexadas. Após, fomos em Teotihuacan, cidade em que viveu um povo desconhecido durante o período de 100 a 800 D.C. O povo Asteca, ao descobrir a cidade no meio do mato por volta do século XIV com aquelas duas imensas pirâmides, acreditava ter pertencido aos deuses.
A Praça Garibaldi é uma praça imensa cheia de Mariachis e bêbados. Em um dos restaurantes de lá, assistimos a shows de canto e danças típicas. Tiramos fotos com bêbados (eles apareciam do nada posando com a gente).
La Valentina é um restaurante típico mexicano onde revivi o que tinha aprendido há 16 anos, cantando Jalisco. Foi assim: os Mariachis estavam se oferecendo para tocar, negociamos o preço pela música, mas eu disse que ia cantar. Após a música, meti a mão no bolso pra pegar o dinheiro e eles não aceitaram... a piada dos colegas foi que eu abandonaria o projeto para me tornar um Mariachi.
Gastronomia: não gosto de comida mexicana. Nunca vi graça nenhuma em Doritos. Tortilla (com seu forte gosto de farinha de milho), jalapeño e abacate com sal, não me agradam. Bem ao contrário da maioria das pessoas que visitam o México, eu sou mais da pimenta do que a própria comida mexicana. Felizmente, como toda grande cidade, há muitas opções da "cozinha internacional" (usando um termo almofadinha, na falta de um melhor). Se a higiene não é devidamente observada, é bem provável que você sofra a Vingança do Montezuma, diarréia típica causada por uma bactéria que acomete os viajantes. Felizmente nenhum de nós se transformou em um Churrioman. Curiosidade: essa doença deu o nome a um dos meus jogos favoritos de Atari, Montezuma’s Revenge.
Foi interessante retornar à cidade do México depois de 16 anos. Os propósitos foram bem diferentes. Revisitei lugares, mas infelizmente não foi possível reencontrar as pessoas daquela época. Quem sabe quando retornar pra lá, que deve ser muito em breve. Chapultepec!*
*piada interna
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