Para não deixar a semana sem post sobre cinema, vale uma reciclagem? Este é um texto do meu outro blog, Sétima das Artes, que aqui eu acho que cabe melhor para uma boa discussão - por mais que o pessoal não tenha visto o filme em questão.
Alguém pode imaginar que eu estou fazendo campanha contra Transformers: a Vingança dos Derrotados, em cartaz nos cinemas. Pois podem deixar de imaginar e tenham certeza: estou mesmo fazendo o máximo possível para que o filme seja visto de maneira mais crítica (já que não dá para impedir que ele seja um sucesso de bilheteria). Inveja? De forma alguma. O filme é ruim de doer mesmo – e, para completar, seu conteúdo é absolutamente questionável.
Transformers tem recebido críticas pesadas de alguns setores da sociedade internacional, devido a elementos de caráter preconceituoso na história e na realização. Na verdade, fazia tempo que eu não assistia a um desfile tão acintoso de pré-concepções das mais variadas cepas. Dá pra fazer uma lista:
1. Transformers é racista: este é o elemento mais visível e mais polêmico. No filme, há dois robôs gêmeos que são caricaturas grotescas dos negros americanos. Ambos falam com coloquialismos típicos do gueto e são retratados como totais imbecis – a ponto de não terem nenhuma utilidade na trama, exceto a de serem um discutível alívio cômico. Em dado momento da história, o diretor Michael Bay pega pesado e mostra que os robôs gêmeos não fazem questão de ler – numa incrível demonstração de racismo (os negros, aqui, seriam burros e desinteressados).
2. Transformers é antidemocratas: Barack Obama também ganha a sua parcela de ridicularização por parte de Michael Bay. Seu nome é citado apenas no meio do filme e de maneira humilhante: quando se instaura uma crise mundial, ele se refugia num bunker no interior dos EUA – deixando, assim, Washington a mercê de qualquer perigo. Além da covardia (será por ele ser negro também?), Obama é muito mal aconselhado. O “vilão humano” da história é um assessor do presidente, que, dentro da filosofia do atual governo democrata, tenta acabar e moralizar as operações secretas envolvendo tropas americanas e robôs bonzinhos em outros países. O personagem é retratado como um inepto, uma ameaça à verdadeira segurança nacional, melhor protegida pelo zelosos soldados que lutavam no Iraque do que por burocratas.
3. Transformers é machista: um dos maiores atrativos do filme é a presença da belíssima Megan Fox – que não tem peso nenhum nas decisões da trama e nada mais é do que a sombra do seu namorado. Ah, sim, ela tem um papel muito importante: aparecer gostosa em todos os enquadramentos. Sempre que começa uma cena de ação na tela, alguém a pega pela mão e a arrasta, como se ela não tivesse a mínima condição de sair dali sozinha e precisasse da ajuda de um macho para se proteger. Fora ela, as outras mulheres que aparecem (uma robô fatal e a mãe do personagem principal) são igualmente estereotipadas – a robô como uma vadia universitária e a mãe como uma neurótica incontrolável.
4. Transformers ridiculariza o Terceiro Mundo: além do fato de que as tropas americanas simplesmente entram livremente nas fronteiras de qualquer país – ainda que seja a China ou o Egito –, os habitantes de qualquer país pobre são simplesmente ridículos. Por que o guarda da fronteira egípcia é um dos Oompa Loompas da Fantástica Fábrica de Chocolate, por exemplo? Isso sem contar que as tropas locais são um total fracasso na batalha contra os robôs: os helicópteros do Exército da Jordânia aparecem na tela por três segundos antes de serem imediatamente abatidos (aliás, o que fazem aeronaves da Jordânia em território estrangeiro?).
Querem mais? Então tá... 5. Transformers ridiculariza o próprio público-alvo: os nerds universitários que aparecem no filme estão entre as figuras mais desprezíveis da história. Um deles é covarde e, por mais que tente tomar uma decisão corajosa, sempre acaba berrando desesperadamente e irritantemente reclamando de tudo. Curiosamente, é este o público-alvo da produção, os adolescentes ligados em alta tecnologia – o que me faz crer que Michael Bay, mergulhado na sua montanha de doletas, esta rindo incontrolavelmente da cara de quem lhe pagou um ingresso para ver a sim mesmo como um idiota.
Pensando bem, o certo é ele. Somos idiotas mesmo.
sábado, 11 de julho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Confesso que fiquei bem curioso para ver esse filme...
ResponderExcluirRoberto e suas tendências autoritárias... hehehehe
ResponderExcluirBrincadeiras à parte, o que ouvi falar desse filme até agora foi exatamente o que o Ulisses escreveu aqui. É impressionante: geralmente, se ouve pelo menos alguns comentários positivos de um filme. Não ouvi NENHUMA crítica positiva a Transformers 2 até agora. Michael Bay se superou, pelo jeito. Tá fazendo história.
Michael Bay é o melhor argumento contra o tal de "cinema de autor". :D
ResponderExcluirNão estou com vontade de ver o filme por causa da conotação republicana e ultraconservadora. Até porque não sou muito fã dos republicanos ultraconservadores... mas pela bizarrice que o filme parece ser!
ResponderExcluirNós quem, cara-pálida...
ResponderExcluirBom, todo mundo sabe que eu sempre odiei o trabalho desse cara, então ao ver que era um post sobre filme dele, eu já pensei "ih, vai pregar pros convertidos", mas realmente eu não imaginava que fosse algo desse nível. Eu sempre achei o trabalho do Michael Bay uma bobajada total e uma completa perda de tempo, mas pelo visto o cara é tosco em mais de um aspecto.
O engraçado é que eu tinha guardado na cabeça apenas uma nota mental do tipo "Michael Bay: evitar a todo custo", aí quando comentei pro Ulisses isso, ele me perguntou que filmes dele eu tinha visto. Não consegui me lembrar. Depois quando cheguei em casa fui no IMDB ver a lista. Agora vocês podem chamar a mim de preconceituoso mas... eu nunca vi nenhum filme dele inteiro! Como posso ter "riscado" um diretor sem ter visto sequer um filme? Confesso que eu mesmo me surpreendi. Eu acho que vi pedaços de The Rock na TV, e foi só.
Mas a real é que os filmes dele eu sempre descartei já no trailer. Não teve nenhum filme dele que ao saber da existência eu tenha ficado com vontade de ver. A minha criança interior ficou minimamente interessada ao saber que se faria um filme dos Transformers, mas quando vazaram as primeiras imagens do filme eu vi que não teria fidelidade nenhuma ao que eu lembrava do desenho/gibi e risquei da lista. Depois perguntei pros amigos que viram e eles me confirmaram. Foi o suficiente.
Agora, tem outro motivo que me afastou preemptivamente do Michael Bay, e ele se chama Jerry Bruckheimer.
Nunca fui entendedor de cinema, e como movie-watcher leigo foi às custas de muitas decepções que arduamente consegui chegar à óbvia conclusão de que o melhor critério pra escolher um filme pra assistir é o diretor (e definitivamente não o elenco). Ainda assim, não sou nem nunca fui de prestar atenção no "produtor" do filme, mas esse Bruckheimer gosta de se anunciar com letras garrafais (nos trailers, etc.)... acabei aprendendo o nome dele, e associando a filmes fracos: The Rock, Con Air, Gone in 60 Seconds, Coyote Ugly, Black Hawk Down (e outros que nem me dignei a ver, como Bad Boys, Armageddon, Pearl Harbor, Bad Company, National Treasure...) -- vi na lista que ele produziu alguns "clássicos dos anos 80", mas a produção dele de 20 anos pra cá é exatamente o tipo de filme que não me interessa ver.
Realmente, Roberto, o filme é muito bizarro. Ele começa como uma comédia besteirol adolescente de mau gosto (incluindo a cena em que a mãe do heroi come balas de maconha, ou coisa que o valha, e sai chapada pelo campus da universidade) e termina tentando ser épico, com uma batalha interminável nas pirâmides de Gizé (!!!!).
ResponderExcluirEu te disse, Hisham, tu tem assistido a poucos filmes ruins. Se quiser renovar o repertório, o Michael Bay é garantido!
ResponderExcluirO curisoso que ele surgiu como um diretor promissor de ação (ele vem do videoclipe) nos anos 90 com dois filmes que são bom entretenimento, o primeiro Bad Boys e A Rocha. O primeiro por possuir uma premissa cômica que deslancha em filme de ação (e por contar com improvisos constantes de Will Smith e Martin Lawrence) e o segundo por fazer Sean Connery retornar no papel de um agente secreto britanico. Aliás, reza a lenda que Connery passou boa parte das filmagens colocando Bay em seu devido lugar. Ainda assim, estes filmes já mostram todos os vícios e descalabros de estilo, linguagem e direção do rapaz.
O melhor exemplo de como a filmografia do cara é dispensável é Pearl Harbor. Ao invés de contar apenas o ataque japonês, Bay passa três horas falando de dois amiguinhos que cresceram juntos, começaram a pilotar juntos, se apaixonam pela mesma mulher, sobrevivem ao ataque e ainda fazem a vingança estadunidense contra o Japão. Tudo isso para juntificar uma única tomada, a realmente boa em toda a carreira do cara (que no trailer aparece inteira a 1min34seg).
Já quanto Bruckheimer, a fama se deve mais a ele ser o último representante do "cinema de produtor" da velha Hollywood do que pelos filmes que ele fez. Por "cinema de produtor" entenda-se aquele no qual os produtores eram os responsáveis pela maior parte das decisões artísticas, e que faziam filmes semelhantes, com os mesmos macetes, elenco, equipe e etc. Hoje, ele está desvinculado de Michael Bay e se dedicou à trilogia de Piratas do Caribe.
E os "clássicos dos anos 80" que ele produziam entram na MINHA lista de filmes que eu não faço questão de ver, hehehehe! Ora, por favor, me poupem, Flashdance...
Bom, a escolha do tema Pearl Harbor (e a abordagem que tu descreveu) já dá a entender também as posições políticas do cara, que as esconde dizendo que o que ele faz é meramente "summer fun" (vide vídeo no link que tu postou). E olha que o cara fez antes de 11/set/2001! Filmes como esse não são apenas "dispensáveis": eles são nocivos, produzidos com grande apoio logístico e financeiro das forças armadas americanas, que reportam aumento de alistamentos cada vez que um desses é lançado.
ResponderExcluirQuanto a Bruckheimer, eu não diria que ele tá "desvinculado de Michael Bay" (vide o "Untitled Jerry Bruckheimer/Michael Bay Project" listado no IMDB como "in development"). Eu assisti só um dos Piratas do Caribe (porque estava passando na TV) e não me animei a ver outros.
Quanto aos "clássicos dos anos 80" dele... como crédito pra ele, ele produziu Beverly Hills Cop, que é o que eu chamo de bom entretenimento :) (apesar de que faz zilhões de anos que eu não vejo...)
O que vale no filme é a Megan Fox de shortinho.... o resto é bobagem!
ResponderExcluir1. Eu discordo. Você forçou a barra pra chegar nisso.
ResponderExcluiros robôs gêmeos são legais, e cada cultura vai personalizá-los como achar melhor.
2. Eu concordo, mas e daí. Eu assisti a alguns filmes do Michael Moore, e inclusive comprei um livro dele. Ele fala algumas verdades mas também é extremamente tendencioso. Acho que se queremos ser pessoas imparciais, devemos avaliar sempre os dois lados. Analisando inclusive as produções artísticas influenciadas por democratas e republicanos, pois isso é uma maneira de entender como cada um desses grupos enxerga o mundo.
3. Eu discordo. A Megan Fox faz muita coisa no filme
Ela inclusive abraça a causa do namorado e luta junto com ele. Acho que isso é um bom exemplo de compreensão mútua, resultado de duas pessoas que olham para o mesmo lado, e se ajudam, mesmo que seja em coisas que (suponho) não interesse diretamente ao outro. Na minha opinião a maioria dos casais precisa disso.
4. Talvez seja verdade, mas e daí. Os Simpsons e South Park ridicularizam tudo, e todo mundo acha legal.
5. Talvez seja verdade também, mas o filme: A Vingança dos Nerds, ridiculariza os estudantes que gostam de alta tecnologia também. No entanto esse filme é ícone da cultura nerd.
Conclusão: Eu gostei pra caramba do filme. Eu assistia aos Transformers quando era criança, e foi muito bom relembrar o passado. Claro, eu já havia assistido ao primeiro filme, e fui preparado para assistir a um enlatado americano, e não a um filme europeu.
E para finalizar eu gostaria de fazer uma pergunta: "Como é que você faria então o segundo filme dos Transformers?"
Com 120 minutos de strip da Megan Fox?
ResponderExcluirCadu, bem-vindo! Opiniões contrárias são sempre muito bem-vindas, o debate se constroi assim. Se tu não te importar, vou manter o esquema de tópicos, ok?
ResponderExcluir1 - não sou eu quem está forçando a barra. O debate sobre os gêmeos serem um retrato preconceituoso dos negros está correndo lá nos EUA mesmo. E, pelo que eu vi no filme, tenho que concordar.
2 - um filme ser politicamente tendencioso (caso dos documentários do Michael Moore) não é desculpa para outros também o serem. O problema não é a crítica aos democratas em si, ela pode e deve ser feita. O problema é como ela é construída: o presidente democrata é um covarde (e está apenas a meio ano no cargo) e os políticos do partido são, por natureza, incompetentes.
3 - o cinema já evoliu um bocado para que o principal ato heroico da mocinha não seja apenas apoiar as resoluções do seu macho -- e minhas amigas mulheres provavelmente iriam concordar comigo. Desde pelo menos Alien, o Oitavo Passageiro que as mulheres deixaram de ser as tolinhas cuja finalidade na narrativa é mostrarem o quanto o mocinho é foda. Narrativamente, o personagem da Megan Fox não contribuiu em nada ao filme, é apenas um colírio visual -- colírio poderoso, mas nada além disso. Certamente o mocinho teria tomado as mesmas decisões sem a presença dela.
4 - Simpson e South Park são sátiras, Transformers não é, é uma aventura de ação (com humor horrorosamente malencaixado na história). Aliás, o que ambos os seriados fazem é tirar sarro da visão que os norte-americanos têm deles e do resto do mundo. Assim, é cabível cque eles satirizem o Brasil e o Japão, porque, na verdade, é uma sátira da forma que os EUA enxergam Brasil e Japão, por exemplo.
5 - pelo contrário, A Vingança dos Nerds coloca os nerds como os herois, não como MAIS um alivío cômico inútil e paranoico.
E eu não tenho nada contra "enlatados" americanos quando são bons filmes (como O Cavaleiro das Trevas ou Homem de Ferro, pra ficar no ano passado) -- assim como um filme "europeu" não quer dizer "filme de arte" (não caio nesta armadilha faz tempo, hehehehe). Aliás, temos ótimos filmes não-americanos de ação e fantasia nos últimos tempos.
Quanto à tua pergunta final, poderíamos trocar por "como que eu faria os gols que o ataque do Grêmio perdeu este ano?". Acho que o tipo de crítica mais desvalida é aquela em que o sujeito arrota que tudo é uma merda e que ele faria tudo diferente. Se eu não tenho as condições para fazer "Transformers", porque eu diria como eu faria este filme? Precisamos ser políticos para saber quando que uma administração pública é ruim ou boa?
É uma análise, e as análises servem para levanter debates. Tu pode curtir o filme e gostar dele, afinal, gosto é algo pessoal e subjetivo. Mas o debate vai fazer que o conteúdo dele seja enxergado com olhos mais atentos.
Fábio, 12o minutos da Megan Fox fazendo strip seria o máximo -- desde que não fosse dirigido pelo Michael Bay! :D
ResponderExcluirUma pequena contribuição:
ResponderExcluirChamei o Cadu pra discussão porque ele tinha me comentado do filme, que tinha gostado (e porque eu sei que ele tem um olho crítico também). Sobre a questão do item 1, o que eu havia comentado com ele é que um episódio parecido aconteceu no Star Wars Episódio 1. Os vilões alienígenas da Trade Federation foram representados com sotaques asiáticos característicos. Quando eu vi o filme em 1999, passou batido pra mim, como acho que essas coisas passam batido pra imensa maioria do público fora dos EUA, mas lá o pessoal percebe e comenta. Acaba ficando uma questão mais dentro dos EUA, onde os falantes nativos pegam essas nuances, do que fora.
Ulisses, a Megan Fox fazendo strip nem precisa de diretor!!
ResponderExcluirEu não vi o filme ainda, mas qual o problema do Michael Bay? (desculpa a ignorância, mas nem sei quem é esse xiru!!)
1. Eu não duvido que o debate esteja ocorrendo, mas isso não me impede de achar um debate hipócrita. Eu não vejo problema nenhum em colocar o dois personagens cômicos com sotaque típicos de negros americanos. E sabe o que é mais engraçado, o mesmo Michael Bay que está sendo criticado por ter colocado dois personagens cômicos com sotaque em questão, não foi elogiado por, no primeiro filme, fazer o Jazz (Autobot primeiro tenente do líder Optimus Prime) apresentar-se com o mesmo sotaque.
ResponderExcluir2. Filmes são tendenciosos, porque seres humanos são tendenciosos, e filmes são produções humanas. Todo filme, livro, quadro, exposição de fotos são tendenciosos em maior ou menor escala. Quando vamos assisitir a um filme temos que ter em mente que estamos indo ouvir/ver o ponto de vista do autor/diretor. Acredito que caiba a nós filtrar aquilo que é ruim e reter aquilo que é bom.
3. Isso pra mim soa como feminismo. Existem dois sexos no mundo (ok, existem mais, mas estou fazendo referência aos sexos bíblicos :-) ). Então existe 50% de chance do personagem do filme ser homem, e o mesmo percentual de esse ser mulher. Se a Megan Fox fosse a personagem principal, você acharia que o Sam "sofreu o pre-conceito do lobby feminista cada vez mais presente no mundo"?
Além do mais não dá pra esquecer que o filme é baseado no desenho. E no desenho nem mulher existia. Pra mim o Michael Bay ainda está sendo muito legal por estar projetando a carreira da Megan Fox.
4. Bem, se o problema todo se resume ao fato de o guarda da fronteira do Egito ser um anão, você pode olhar por outro ponto de vista. O anão em questão está recebendo uma chance para atuar no filme. Que outro papel você acha que ele deveria fazer nesse filme, que não teria conotação preconceituosa? Ou talvez ele não devesse participar do filme por ser anão, que por si só é um preconceito.
Sobre o helicóptero jordaniano ter durado segundos, bem...eu não sou um especialista em armas, ainda mais armas utilizadas pelo exército da Jordânia. Mas eu sei que os EUA tem as melhoras armas do mundo. Não sei se isso é bom ou ruim...mas é um fato.
5. Sobre o papel covarde do neerd. Bem, o cara foi até o final mesmo reclamando, não foi? Sei lah, eu no lugar dele talvez fizesse o mesmo, e eu me considero neerd, e não me senti ofendido. Acho que foi uma representação sincera do que seria a reação da maior parte das pessoas, neerds ou não.
Bah, o bay dirigiu a porcaria do armageddon...
ResponderExcluirJá to perdendo a vontade de ver o filme...
Ops, ficou faltando falar sobre como você faria o filme. Bem, eu não estava esperando por algo detalhado, até porque se você apresentasse muitos detalhes técnicos (o Hisham me falou que você estuda cinema) eu provavelmente não entenderia. Eu esperava apenas algo do tipo: "Eu faria a Megan Fox atuar em um conjunto de cenas diferentes das que o namorado dela atou, tipo acontecimentos perpendiculares que juntariam-se no final". Não acho que esse tipo de crítica desmeraça o filme, até porque mentalmente é o que você já deve ter feito. Eu pelo menos fiz algo assim, e conclui que eu removeria do filme a cena em que o Sam morre e vê os outros Primes.
ResponderExcluirMEU DEUS, O SAM MORRE???????????
ResponderExcluirMeu mundo caiu!
Fábio, ele fez pior que Armagedom: ele dirigiu Bad Boys 2.
ResponderExcluirCadu, continuando nosso "debate por tópicos", hehehehe:
1. Não considero um debate hipócrita quando um certo grupo de pessoas se sentem ofendidas. É o debate em si que vai revelar se a parte ofendida está exagerando ou se está com a razão. Neste caso específico, várias resenhas de não-negros surgiram com esta indagação. Seriam a tropa vigilante das Senhoras de Santana? Talvez, mas neste caso eu concordo com eles. Não concordo, por exemplo, com os grupos de direita que reclamaram que Cruzada, do Ridley Scott, faria uma apologia às populações muçulmanas (hein??????? Sim, teve isso).
2. Acredito que não estamos usando aqui o mesmo conceito de "tendencioso". "Tendencioso" que eu digo é defender uma ideia de maneira não-clara, utlizando artifícios que escondam as verdadeiras intenções políticas dos seus realizadores. Esta exposição escondida, por sinal, dificulta o debate.
3. Pode ser feminismo, mesmo, quem sabe? Mas o que eu quis dizer que eu não quero que ela fosse a personagem principal do filme (seria o mesmo que eu querer que o Sam fosse gordo, para incluir os gordos nos papéis principais, hehehehe). O problema é a forma que o personagem é concebido, sem intenção narrativa ou dramática. Ele serve mesmo para não ficarmos notando o quão estúpido é tudo que acontece no filme (esperta decisão, na verdade). E eu acho que o Micahel Bay quis olhar para algo muito bonito durante os desgastantes meses de filmagem e montagem... ;)
4. O problema não é o Oompa Loompa em si (sim, é o mesmo ator da Fantástica Fábrica de Chocolates, não estou brincando), mas a meneira como ele é usado para tirar sarro dos guardas da fronteira egípcia. Quanto à Jordânia, eles usam helicópteros AH-1 Cobra, de fabricação americana (nos diz a Wikipedia). Mas, de novo, não é o fato em si. Poderia ser o Exército Russo ou a Força Aérea Israelense que o tratamento seria igual: eficientes mesmo são as tropas americanas, as outras nem fazem cócegas nos robôs.
Parênteses: em Indepence Day, filme tradicionalmente relacionado com patriotadas dos EUA, mostra uma sequência muito interessante, onde tropas do mundo inteiro se organizam em torno de uma ofensiva em massa contra os ETs -- incluindo uma interessante passagem que mostra pilotos israelenses junto com militares árabes unidos. Para vermos como a visão de Bay é ainda mais estreita do que normal de Hollywood.
5. Vamos eliminar o nerd da jogada, já que eu confesso que eu queria usá-lo como motivo de fechamento espirituoso do texto. ;) Mas não deixa de ser um personagem dispensável.
Ok, vamos brincar de reimaginar o filme, pode ser um exercício interessante. Em primeiro lugar, enxugaria drasticamente o número de personagens -- sem nerd, menos robôs, sem os pais chatos. Com isso, os demais personagens naturalmente tomariam maior importância. Em segundo, retiraria o humor baixo digno de American Pie que grassa o filme inteiro (um robô com bolas de aço? E a bunda do John Turturro ao invés da Megan Fox? Por favor...).
Acredito que removeria o reterno do Megatron e o deixaria para uma terceira parte (para não criar uma síndrome de Superman, em cujos filmes apenas Lex Luthor é a ameaça). Afinal, o seu retorno serve apenas para aquela luta com o Optimus Prime, que poderia ser resolvida de outra forma. Ficaria apenas com o Fallen. Manteria o clímax nas pirâmides, mas não demoraria duas horas e meia de indas e vindas entre Egito e Jordânia (aliás, cometendo seríssimos erros geográficos).
E depois, limaria furos de roteiro (se a marinha americana tem um canhão secreto que destroi robôs no topo das pirâmides, porque não usá-lo no Fallen e ter que ficar esperando pelo retorno de Optimus Prime? Porque é preciso sequestrar os pais de Sam para apanhá-lo? Duas dúzias de Decepticons não conseguiriam isso?).
E sim, esse final meia-boca do heroi que tem uma parada cardíaca e ressuscita é tão clichê...
Pessoal,
ResponderExcluirGostaria de pedir para que NÃO HOUVESSEM SPOILERS por aqui.
Nesse caso tudo bem, já que esse é um filme que eu imagino que tenha um final previsível. Mas imagina alguém chegar e escrever assim, sem avisar que vai entregar um fato importante da trama:
- Bah, e o Vader hein, pai do Skywalker...
Só um puxãozinho de orelha pra evitarmos em tópicos futuros.
Se alguém que ler os nossos comentários e decidir não ver mais Transformers porque teve spoilers, eu terei cumprido minha tarefa de fim de semana.
ResponderExcluirAliás, gente, o Megatrom mata o Optimus Prime no início do segundo ato, mas é mentirinha, porque ele volta, claro! :D :D :D
(estou impertinente hoje, huá, huá!)
ResponderExcluirIMPORTUNANTE!
ResponderExcluirHAHAHAHAHAHAHAHAHA!
ResponderExcluirAliás, esse é um caso único, eu sempre sou zeloso sobre spoilers em filmes. ;)
Ok. Pelo visto não concordamos. E eu estou gripado demais pra continuar retrucando.
ResponderExcluirAlém do mais acredito que tudo que deveria ser dito já foi dito. O que eu posso fazer pra fortalecer minha posição é comprar o DVD/BlueRay, não pirata, assim que sair (ou um box, seja lah o que for) para incentivar o Michael Bay a fazer sequências dos Transformers.
"- One shall stand, one shall fall." -- Optimus Prime
É, não vamos concordar mesmo. :D
ResponderExcluirSei lá, eu tenho a filosofia de que o gosto pessoal para filmes é algo subjetivo e todo mundo, no fim das contas, gosta de coisas ruim também, assim como despreza coisas boas. Fora esta questão do conteúdo discutível do filme, poderia traçar mais considerações de porque este Transformers é um filme ruim e que engana mais do que impressiona. Como eu disse, porém, tu tem todo o direito de elogiar o filme de comprá-lo -- mas eu tenho certeza que um dia tu ainda vai te arrepender, hehehehehehe!
Mas saindo do assunto, tu chegou a assistir estes outros filmes do Michael Bay que a gente citou por aqui? O que tu achou deles?
Hisham, sobre o teu comentário láááááá em cima: sim, tem razão, este tipo de propaganda maquiada é extremamente nociva (é a expressão certa).
E equanto o projeto dos dois não tiver título, podemos dormir tranquilos: no mundo Hollywood, eles lançam estes boatos "mesa de bar" para ver que tipo de recepção encontra. É como eu, durante alguma bebedeira, te convidar para tocar teclado em alguma música da Power Rock e alguém colocar no VS do dia seguinte uma nota sobre um projeto paralelo que nós estaríamos montando. ;)
Você começa seu primeiro parágrafo dizendo que gosto pra filmes é subjetivo. Mas logo em seguida afirma que as pessoas também gostam de coisas ruins e desprezam coisas boas. Você não acha que elegemos aquilo que é bom ou ruim através de nosso gosto, que você mesmo afirmou ser subjetivo, e logo os próprios conceitos de "bom" e "ruim" são por consequência subjetivos. Afinal de contas, bom e ruim são ou não são conceitos absolutos e universais para você. E se são, quem é a entidade que os determina? E se não são, então Transformers é bom para mim, pois assim eu elegi.
ResponderExcluirOs outros filmes do Michael Bay que foram citados aqui são todos ruins, pelo menos na minha opinião, e pelo menos os que eu assisti.
Desculpe, acho que não me expressei bem: gosto, claro, é subjetivo e pessoal. Mas a qualidade de uma obra artística obedece a outros padrões que não só o gosto pessoal de cada um. Por isso as coisas podem ser qualificadas como boas ou ruins com objetividade -- sem precisarmos de nenhuma entidade.
ResponderExcluirComo eu disse, posso te descrever por linhas sem fim porque Transformers é um filme ruim (porque eu sei o que faz um roteiro, uma direção e até mesmo efeitos especiais serem ruins). Isso não impede que o filme atenda ou supere o que tu, Cadu, enquanto espectador, esperava dele. Por isso foi uma experiência legal pra ti.
Mas para tu eleger um filme (qualquer filme) como sendo bom, precisa reforçar esta escolha com argumentos que necessariamente extrapolarão o simples "eu gostei". Ao dizer "um filme é bom", tu não está expressando apenas o teu gosto, está fazendo uma defesa da obra.
De qualquer maneira, o que eu levantei em debate não é a qualidade do filme em si (filme ruim é lançado toda a semana), mas sim o conteúdo questionável que ele ostenta.
Agora eu tenho que concordar com o Cadu. "Bom" e "ruim" são conceitos 100% subjetivos. Tu tá confundindo com "bem-feito" e "mal-feito", esses sim objetivos. A diferença mais importante entre eles é que os primeiros se referem à qualidade artística, os segundos à técnica.
ResponderExcluirPronto, estava demoraaaaaaando para eu e o Hisham discordarmos de alguma coisa... :D
ResponderExcluirBem, isto é uma questão de concepção. Na minha concepção (ou crença, ou entendimento, como quiserem), uma obra de arte ser "ruim" ou "boa" quer dizer que ela cumpre ou deixa de cumprir uma série de "pré-requisitos" (na falta de um termo melhor, vou usando este por enquanto). Não tem a ver necessariamente com a realização propriamente dita, com a parte técnica (até porque, neste quesito, o exemplar que estamos analisando se sai muito bem: Transformers obedece a questões técnicas na sua maioria impecáveis, portanto é bem-feito -- mas é ruim).
Aliás, a parte técnica não é a única que pode ser qualificada objetivamente. O senso estético da obra, a sua criatividade, tudo isso pode ser defendido/atacado com argumentos objetivos.
Voltando à questão do cinema: o filme bom tem, necessariamente, bons elementos nele, é lógico -- o roteiro é bom, o elenco atua bem, a música é boa, por aí vai. Se todos os elementos funcionam de maneira maravilhosa, temos uma obra-prima. Se alguns funcionam e bem e outros não, a qualidade final do filme dependerá de quanto o que há de bom consegue superar o que há de ruim, e assim por diante.
Nenhuma dessas qualificações são subjetivas: vemos quando um ator é ruim e vemos quando ele é bom sem precisamos estudar teatro para sabermos disso. Assim como podemos ver que a música escolhida para tal cena é adequada ou não a ela, e sabemos de cara se a trilha é boa ou não é -- não interessa se executada por um sintetizador ou pela Filarmônica de Berlim.
Esta conjunção de detalhes é o que constrói o filme, e podemos analisá-los todos qualitativamente o tempo todo, porque há convenções de o que os fazem ser ruins ou bons. É como na música: sabemos que o que faz uma música ser boa é a sua melodia, a sua harmonia, o seu arranjo, a forma como ela é executada, e por aí vai -- e estas qualificações não são puramente técnicas. Podemos, até, ver grandeza artística em músicas mal-gravadas. Tenho certeza que, se eu pedir pro Hisham me dizer porque, sei lá, "High Hopes" é uma excelente música, ele me dará argumentos muito objetivos, e não análises de significado (isso sim, subjetivo e pessoal).
Bem, quem sou eu pra desmerecer os padrões estabelecidos pelos caras que estudam cinema (supondo que são desses padrões que você está falando).
ResponderExcluirTudo o que eu posso fazer é apresentar minha humilde opinião, baseada em minha experiência e gosto pessoal. E isso me leva a declarar sobre Transformers:
- É um filme de ação...90% do tempo de correria e ação, se você gosta disso, vai assitir;
- Se você assitia Transformers quando moleque, vale a pena assitir ao filme. Traz muitas lembranças.
- Existem simplificações no filme. Assim como a maioria dos desenhos/HQ que viraram filme.
- Existem mudanças no filme em relação ao desenho original. Parte disso se deve ao fato de que o desenho é de origem japonesa, e tem muito da cultura deles representada por aqueles personagens. Em contrapartida o filme é uma produção americana, e é claro que esses introduziram elementos de sua cultura no filme.
- Assitir ao Megatron e o Optimus quebrando o pau, não tem preço.
- Assitir ao Megatron dando esporro no Starscream me lembra do pirocóptero (alguém lembra disso?).
- Assistir ao Ratchet (o oficial médico) curando seu companheiros é emocionante.
Enfim, não é um filme para críticos. É um filme para pessoas comuns, que querem ver um bom filme de ação e lembrar da infância.
Ulisses, discordo fortemente. :)
ResponderExcluir"Tenho certeza que, se eu pedir pro Hisham me dizer porque, sei lá, "High Hopes" é uma excelente música, ele me dará argumentos muito objetivos, e não análises de significado (isso sim, subjetivo e pessoal)."
Tu te enganou, e pegou sem querer o âmago da questão.
Como "bom" e "ruim" são conceitos subjetivos, não há como dizer que High Hopes É excelente. Só o que pode ser dito é que EU ACHO ela excelente. (Aliás, só falo em termos de "bom" e "ruim" quando sei que a pessoa entende que pra mim dizer "x é bom" e "eu acho x bom" são sinônimos.) Mas se eu for dizer porque High Hopes é (para mim) excelente, eu vou dar análises de significado, sim. Porque é isso que faz eu achar uma música excelente.
Poderia dizer também, e aí com toda a objetividade do mundo, porque ela É (aí sem o qualificador pessoal) uma música muito bem-feita, e aí falar da composição, letra, arranjo, execução e produção.
Um bom roteiro num filme é uma qualidade técnica, assim como uma bom arranjo. "Ah, mas um arranjo/roteiro tecnicamente todo certinho pode 'não funcionar' na obra como um todo!", pode se dizer. Sim, mas aí está a magia do fazer arte: tu pode fazer tudo certo tecnicamente e não chegar num bom resultado (ou seja, num resultado que alguém -- tu mesmo ou outro -- ache "bom"), ou ainda fazer "tudo errado" e produzir uma obra-prima.
Com o que a humanidade acumulou de estudo de técnica ao longo dos tempos, nós aprendemos que ao fazer as coisas de determinado jeito temos mais "hits" do que "misses" no resultado artístico (seja usando terças na harmonia, ou determinados arquétipos numa história), mas o que determina a qualidade da obra para cada pessoa que por ela é afetada ainda é algo totalmente elusivo e não pode ser entendido como a mera soma das partes.
Cadu, não existe esta coisa de "filmes para críticos". Filmes são para todos, e ponto -- e, portanto, são também para os críticos (viva a pegadinha retórica!). Tu provavelmente gostou do filme mais por ele te acender memórias afetivas (é como comer o quindim que a avó fazia).
ResponderExcluirE só para constar: eu assistia Transformers quando eu era criança e tinha alguns deles na minha modesta coleção de brinquedos. Mas o filme não me acertou neste sentido. E eu adoro filmes de ação, até alguns bem ruinzinhos (vi acho que metade da filmografia do Van Damme, por exemplo :D).
Uma coisa importante: as convenções não são feitas por quem "estuda cinema", como se fôssemos uma irmandade negra a fim de criarmos um código de conhecimento secreto que apenas nós dominamos, hehehehe. Se um roteiro tem furos, ele é ruim, certo? Nisso certamente concordaremos. Pois então: Transformers tem vários furos (não só o segundo, o primeiro também tem). E por aí vai...
Mas tu me deixou curioso: tu me pediu para eu fazer um "como eu faria Transformers" e tu não disse o que tu achou da minha ideia. :)
(ai, ai, que cansaço...)
ResponderExcluirOk, tu não vai me explicar porque a música é boa, e sim porque tu acha ela boa.
Já disse que isto é uma questão de concepção, mas eu simplesmente não posso concordar com a tua, porque deixa vago que qualquer obra de arte pode ser boa -- e, portanto, toda pode ser ruim. Ou seja, nada pode qualificar obras artísticas a não ser análises pessoais -- ou o que tu encara como algo técnico. (letra, algo técnico? Hisham?).
Eu ia escrever mais, falar sobre roteiro, música, a impossibilidade de algo "tudo errado" virar obra-prima mas... Vale a pena a gente ficar repetindo que eu gosto de alecrim na comida e que tu prefere manjericão? ;)
Nós derivamos do assunto original. A questão não era se o filme é bom ou ruim, mas era se ele tem ou não um subtexto retrógrado-direitista. Vi que, nesse assunto, vocês concordam em alguns pontos e discordam em outros. A sub-discussão relacionada sobre a importância desse subtexto, se presente, é legal também. Beleza.
ResponderExcluirAgora, ficar atacando ou defendendo o filme em termos das suas qualidades artísticas (que ele tem, já que conseguiu emocionar o Cadu) ou defeitos técnicos (que ele tem, já que conseguiu irritar o Ulisses) não leva a lugar nenhum. :)
Eu creio FORTEMENTE que deveríamos debruçar o debate "bom/ruim" sobre a questão seguinte:
ResponderExcluirhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u594842.shtml
Bah Ulisses, é incrível como duas pessoas tem visões tão diferentes sobre o mundo:
ResponderExcluirO que eu quis dizer com "filmes para críticos" é o fato de que existem filmes que obviamente não vão atender aos requisitos de uma "obra de arte". No caso do Transformers até eu sabia disso antes de ir ver. E pelo que você citou dos outros filmes Michael Bay, você também deveria saber. Não entendo porque você resolveu ir ao cinema esperando ver a Monalisa dos filmes feita por um cara que dirigiu Bad Boys e Armageddon.
Eu tinha os brinquedos também e na minha opinião o filme foi bem fiel a isso.
E você está me falando em padrões. Eu já discuti muito cinema até hoje (o Hisham participou de diversas discussões), e pela primeira vez eu estou lendo o termo "padrões técnicos", que coincidentemente vem de um cara que estuda cinema. Eu não tenho problema com isso, acho que se as pessoas estudam algo, tem mais é que serem críticas a respeito dos objetos de estudo (inclusive lançando mão de argumentos técnicos), e muito provavelmente serão mais críticas do que a maioria das pessoas. Isso não é uma coisa ruim, é apenas um fato. Você é um cara mais crítico, que avalia a obra sob a ótica de um intelectual do cinema.
O que eu sinto olhando Transformers, deve ser a mesma coisa que você sente olhando o teu Windows: ele serve para o que você precisa. Sei lah, você acessa a Internet, lê emails, deve ter softwares de edição de música e cinema. Talvez tenha um PhotoShop para editar imagens. Tem um editor de texto, e tudo isso te basta. Mas quando eu* olho pro Windows, eu vejo uma lata de lixo.
* Eu estudei Ciência da Computação.
Gente,
ResponderExcluirBrincadeiras minhas à parte, tenho acompanhado de perto, lido todos os textos desse embate de vocês. Acredito que o último parágrafo do último comentário do Cadu resume bem a posição de vocês dois quanto ao assunto.
"Não entendo porque você resolveu ir ao cinema esperando ver a Monalisa dos filmes feita por um cara que dirigiu Bad Boys e Armageddon."
ResponderExcluirOra, porque é o meu trabalho. Eu frequento salas de cinema. ;)
E eu não pretendia ver a Monalisa dos filmes, só me divertir. Mas o meu padrão de diversão costuma... bem, não ofender minha inteligência (desculpa, foi mal, eu sei que tu gostou do filme).
Vou pegar um exemplo do Hisham: ele achou "Missão Impossível 3" uma bela droga. Quanto a mim, o filme entreteu, me divertiu, achei coisas alguns elementos interessantes. Mas entendo os motivos pelos quais ele considera o filme ruim. Assim como eu entendo porque tu gostou o Transformers, apesar de eu achá-lo deplorável.
E tu tem razão, posso estar sendo simplesmente pedante, arrotando erudição besta.
Disse tudo, Hisham. Eu tenho que me lembrar que, quando uma discussão começa a me parecer chata, é porque virou uma simples troca de argumentos de lado a lado, sem troca de ideias e impressões.
Agora eu é que vou me meter. O Hisham não gostou do Missão Impossível 2 ou do 3 (tinha visto algo em um comentário anterior dele, se não me engano, em relação ao 2)? São dois filmes BEM diferentes...
ResponderExcluirDesculpas são desnecessárias Ulisses. De novo: você avalia o filme sob uma ótica mais técnica. E eu sob uma ótica leiga.
ResponderExcluirAfinal de contas, você se sentiu ofendido por eu dizer que o Windows é péssimo (apesar de existirem argumentos técnicos para comprovar isso)? Provavelmente não, e nem deveria, pois ele atende às tuas necessidades enquanto sistema operacional.
Do MI2, do John Woo. Esse que passou no Domingo Maior domingo passado (eu reassisti 30 segundos dele como exercício de masoquismo).
ResponderExcluir(Eu acho que me confundi nos números quando falei pro Ulisses a primeira vez.)
Ahn tá. O dois é, PRA MIM, muito ruim. Já o três, EU ACHO bem legal.
ResponderExcluirVerdade, o Hisham falou para mim MI3 -- tinha entendido a ojeriza por ser um filme que copia suas cenas de outros. Mas o MI2 é ruinzinho mesmo, porque tenta ser exatamente um filme de significados metafísicos com ação (como o John Woo gosta de fazer), mas que, neste caso específico, não funcionou. A "força de mito" que eles tentaram dar aos personagens (e, assim, justificar os absurdos físicos do embate final) simplesmente fracassa (em boa parte pelo elenco fraco, em outra pelo roteiro que faz escolhas dramáticas erradas).
ResponderExcluirAgora entendi, Hisham, o que tu quis dizer com um "vilão muito fraco". O do MI3 é feito pelo Philip Seymour Hoffman e é muito bom. Mas o cara do MI2... Até o Chico faria melhor (com direção do Roberto e roteiro do Jackson -- nova piada interna). ;)
Cadu, é que eu tenho que me controlar para não começar com discursos doutrinatórios, esse tipo de coisa chata. Ainda assim, por curiosidade mesmo, queria saber o que tu achou da minha "sugestão" de como o filme poderia ser. ;)
P.S. - Impressão minha, ou este é o post mais dicutido até o momento no Sol Desafinado?
O mais discutido ele não é, porque tem pouca gente envolvida no debate. Mas é o mais comentado.
ResponderExcluirComentário sobre a sua versão do filme:
ResponderExcluirUlisses: Menos personagens.
Cadu: Faz sentido pra mim.
UL: Retirar o baixo humor.
Cadu: Parece bom.
UL: Retirar o Megatron.
Cadu: BLASFÊMIA! O Megatron não sai.
(ok, eu entendi a sua idéia e parece boa. Mas você tem que entender que o Megatron é intocável. Você vai teria de dar um jeito de aplicar a sua idéia de tirar o Megatron sem tirar o Megatron.)
UL: Corrigir erros geográficos.
Cadu: Isso é o de menos. Todo filme tem isso. Vide O Gladiador que é um baita filme e o cara fez uma viagem que, naquela época demorava anos, em semanas.
UL: Marinha usar antes o canhão secreto.
Cadu: Por que vocês sempre acham que os filmes tem que ser tão cartesianos (se tem um canhão, usa logo)? A vida real não é cartesiana. As pessoas são cheias de pormenores, emoções e razões subjetivas que interferem nas janelas de oportunidades. Ora, se os filmes são produções artísticas que contam com a participação de pessoas, então porque elas deveriam agir nele de forma diferente no qual agem na vida real? Isso, na minha opinião, desumaniza os personagens humanos do filme.
No caso do uso atrasado do canhão, sei lah, você pode imaginar mil coisas: de repente o operador do canhão estava com dor-de-barriga no banheiro. E só ele tinha a senha de acesso.
UL: Por que sequestrar os pais do Sam para pegá-lo?
Cadu: Ok, isso é um clichê. Mas e por que não? Eu, pessoalmente, gostei de ver os pais dele lutando junto. Passa aquela idéia de família unida.
UL: Duas dúzias de decepticons não conseguiriam isso?
Cadu: Se você se lembrar do desenho, os Decepticons são essencialmente burros. O cara mais inteligente (aliás de todos os Transformers, Autobots e Decepticons) é o Megatron.
UL: Cortar parada cardíaca do Sam.
Cadu: Concordo, isso foi uma das coisas que poderia ter estragado o filme. Dá pra cortar essa cena inteira sem perda nenhuma.
Gostei da brincadeira, vou começar a fazer mais, hehehe!
ResponderExcluirSobre a geografia do Gladiador: devido à excelente rede viária do império romano, era possível atingir qualquer ponto dos domínios romanos em semanas, sim. ;)
Se for o caso específico da ida dele da Alemanha até a Espanha, é mais ou menos como ir daqui para o Rio -- viagem que se fazia a cavalo ou mula antigamente.
Sobre o canhão: na verdade, o que eu falei sobre ele é: porque eles não voltam a usar contra o Megatrom e o Fallen no tipo da pirâmide, se antes ele já tinha destruído no mesmo lugar um robô maior, (Devastador é o nome?). A lógica é a seguinte: a partir do momento em que aparece esta arma poderosa no filme, os Decpticions deixam de ser uma ameaça tão horrível assim -- afinal, existem meios humanos de destruí-los.
Não é uma questão tão cartesiana, mas sim de lógica interna do filme. Se o filme apresenta uma informação, espera-se que ele a trate de maneira coerente. Senão, vem a ser um furo de roteiro. Lembro que no primeiro Transformers há um erro mais ou menos semelhante: Optimus Prime revela que eles aprenderam as línguas da Terra graças às transmissões de rádio. No entanto, Megatron, que está cogelado há 10 mil anos, sai da sua hibernação falando inglês perfeitamente. Isso é um problema de lógica interna. ;)
Pois é, a questão do Megatron aparacer ou não é interessante... É que eu acho que, sem ele, o Fallen seria uma ameaça maior, talvez realçasse o impacto dramático um único mega-vilão vindo de uma lua de Saturno (outra ideia que eu achei boa). Deixar o resgate do Megatron para uma hipotética terceira parte poderia desenvolver uma cena mais emocionante e impactante do que a que acontece aqui, que acaba sendo meio rápida demais para um evento tão crucial.
foram 120 min mais bem gastos da minha vida, kuando tava no cinema nao keria sair,nao queria que o filme acabasse, e o que o Ulisses escreveu; 99% é besteira com o que perdi o tempo lendo, o outro 1 % é o próprio nome dele
ResponderExcluirApesar desse post ser bem antigo(e bota antigo nisso) Achei bastante interessante esse debate, porém:
ResponderExcluir-Para quem não é fã da Série animada dos anos 80, reclamar e por defeito é muito fácil...
-Transformers 2 tem sim suas mensagens subliminares como todo filme,isso é fato..
-Porem nada se compara a assistir um belo filme de ação,sem ao menos perceber esses "clichês" dá gosto de vez... afinal pequenos erros não definem o sucesso do filme (vide Jurassic Park, Homem de Ferro, Gladiador e o próprio Avatar)
O Filme é uma bela pedida para curtir num domingo com a família, diversão garantida para todos..
PS:e vem aí Transformers 3:The Dark of the Moon, em 3D
ESSA É A CRITICA MAIS IDIOTA QUE JA LI EM TODA A MINHA VIDA DE TODOS OS FILMES !!!!
ResponderExcluirVCS SÃO OS PRÓPRIOS RACISTAS !!
IDIOTAS
Até hoje tô tentando encontrar esses robôs racistas...
ResponderExcluir