sábado, 26 de setembro de 2009

Mordendo a língua: os 40 anos do Abbey Road

Começo explicando o título: depois do post onde fiz todo um bafafá sobre “por que temos que pagar novamente pelo relançamento da obra dos Beatles?”, não resisti e, no dia 9/9/9, acabei comprando 5 dos CDs “Beatles Remasters”. Entre eles, é claro, o meu favorito Abbey Road, que faz 40 anos hoje. Dos álbuns dessa nova coleção, é o que encabeça a lista dos mais vendidos na Amazon.

Apesar de ter sido o penúltimo a ser lançado, foi o último a ser gravado. O Let it Be, lançado em 1970, foi gravado em janeiro de 1969, em um clima muito pesado entre eles, que pode ser visto em algumas cenas do filme homônimo. Paul havia dispensado George Martin, pois queria o mínimo de produção para o disco – o que acabou não acontecendo, pois as fitas caíram nas mãos de Phil Spector.

Como todos os quatro Beatles ainda tinham composições não gravadas, surgiu a idéia de construir mais um álbum que, apesar de não declarado, todos sabiam que seria o último. Chamaram de volta George Martin (que aceitou o convite com a condição de que “fosse como nos velhos tempos”). O próprio declarou que as sessões de gravação tiveram muita sinergia entre os quatro, coisa que não acontecia desde os primeiros álbums.

E é o meu favorito também por questões nostálgicas. Explicarei isso em outro post (é, Ulisses, eu sei que eu tô devendo...) mas, em poucas palavras, o Abbey é um dos quatro álbums que meu pai tinha quando eu nasci. Minha mãe mesmo diz que eu dançava enlouquecido ao som do solo de bateria do Ringo Starr em “The End”, mesmo com o peso das fraldas.

O Lado B (faixas a partir de Here Comes The Sun, inclusive), é uma compilação de várias músicas inacabadas – segundo Paul, foi uma ótima forma de despachar aqueles rascunhos que eles tinham.

Pouparei mais palavras, remetendo-os a um belo texto de Alexandre Matias escrito há dez anos, que descreve muito bem cada uma das faixas. Plugue os fones de ouvido, sente-se numa poltrona, e aprecie o texto junto com o álbum.

E no fim, o amor que você recebe, é o mesmo que você dá. Belas palavras para encerrar a extensa obra desses caras que transformaram o rock em arte.

P.S.: Ontem mesmo o Roberto nos enviou um link para fazer um tour virtual na rua onde eles tiraram a famosa foto da capa. Que, cá entre nós, todo grupo que passa lá tira a foto atravessando a rua, mas não vi nenhuma até hoje que fique com as pernas tão "sincronizadas" quanto as dos Beatles.

8 comentários:

  1. Gu, eu vi num desses documentários recentes que te passei o George Martin dizendo que foi o John que disse pra ele que eles não queriam produção nas músicas tanto que quando o Paul chamou ele para produzir o Abbey Road ele perguntou se o John esva de acordo com os termos de fazer "como antigamente".

    Sei lá. mil coisas.

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  2. Tá, mas e a tal diferença no som? Percebeu?

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  3. Eu li uma entrevista do Paul em que ele fala que escutar esses remasters era como estar de volta no estúdio no dia da gravação de tão bom que ficou mas acho a opinião dele suspeita já que ele quer vender disco.

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  4. Hisham, que saudade de ti! E aí, tudo certo na viagem?

    Não tem problema, Gustavo, aguardaremos com ansiedade o outro texto. ;)

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  5. Hisham, ainda não tive oportunidade de apreciá-lo! Estou em processo de mudança gradual, sem acesso (e sem tempo) a um aparelho de som decente. Mas assim que ouvir, trago minhas impressões.

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  6. Flagg, pode ser, é que na minha cabeça a idéia do "Get Back to roots" tinha sido só do Paul.

    Numa encarnação dessas eu pego o Anthology pra ler todo.

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  7. Eu ouvi tudo já. Mais de uma vez pra ter certeza!
    E não vi diferença!! Ainda são os mesmos executando as mesmas músicas.
    Em don't let me down ainda pode-se ouvir a esteira da caixa vibrar na introdução.

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  8. Ué Guto, não foi tu que fez o comentário "meu teus!!!! viva o Pro Tools !!!! huhuhu"???

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