Nos dois últimos finais de semana de maio teve em Lisboa a edição portuguesa do famoso festival Rock In Rio.
Estive no segundo final de semana do evento, nos dias 27, 29 e 30 de maio. Que tiveram entre outras, grandes bandas como Snow Patrol, Muse, Megadeath e Rammstein.
Nunca tive a oportunidade de estar em alguma das três edições que ocorreram "In Rio", porém minha impressões em relação a edição de Lisboa foram as melhores. A organização do evento como um todo foi de muita qualidade, coisa realmente de primeiro mundo. Acesso ao parque do evento com muita facilidade e segurança. Além de uma campanha bastante efetiva para o uso do transporte público para o festival.
Saímos da estação Marques do Pombal, parando na Bela Vista em questão de aproximadamente dez minutos. Caminhamos pouco mais de quinhentos metros e estávamos no portão de entrada do Rock In Rio Lisboa. Sem "arrolho" de gente, com muito policiamento e segurança extremamente educados e bem humorados (sem querer fazer piadinhas de português).
Dentro do parque nos deparamos com estantes de patrocinadores, incluindo uma da Fnac, em que vendiam CDs, DVDs, Livros e acessórios eletrônicos. Sem contar com praças de alimentação muito ecléticas. De pipoca passando por Burger King, Pizza Hut e chegando a um café com direito a muffins, rosquinhas e é claro, café.
O parque, por ser como um "buraco", e com o palco montado em um dos extremos abaixo, contribuía muito para a visibilidade em qualquer ponto que não houvesse alguma barreira como estantes e árvores.
Som com alta qualidade e palco com uma estrutura extremamente robusta e esteticamente moderna.
Enfim, vamos para o que mais importa em um festival de bandas: as bandas.
Quinta-feira, dia 27 de maio.
Tiveram quatro shows no palco principal. O primeiro foi de uma banda local chamada Fonzie, que tocou um emocore sem muita pretensão. Banda portuguesa, porém que canta em inglês. O show foi bem simples e o som com uma qualidade técnica deixando muito a desejar.
A segunda banda a soabri ao palco foi Xutos e Pontapés. Com trinta anos de estrada, uma das mais famosas bandas de rock de Portugal, fez um show surpreendente. Um rock de muita qualidade e impressionante resposta do público que sabia na ponta da língua cada letra e pulou animado praticamente todas as canções. Show de "macaco velho".
Em seguida sobe ao palco a terceira banda, um show com uma qualidade sonora impecável. Snow Patrol fez uma apresentação sincera e de muita proximidade do público. Com direito a alguns erros humanos por parte do vocalista Gary Lightbody, que conseguiu converter essas gafes em um show de simpatia e bom humor cativando ainda mais o público. Além de uma caminhada pelo corredor próximo ao público.
Para finalizar o terceiro dia de Rock In Rio e o primeiro que presenciei, nada mais e nada menos que uma das bandas de maior sucesso na Europa. Muse subiu ao palco próximo da meia noite com shows de fogos de artifício e muitos efeitos de iluminação e pirotecnia. E é claro sucessos seguidos de sucessos muito bem executados. Com direito a arremessamento de guitarra em direção a bateria e alguns rifes clássicos de Led Zeppelin em finais de canções. Show com recorde de público das cinco noites: cerca de 83.000 pessoas.
Sábado, dia 29 de maio.
Este foi o dia voltado ao público infantil e infantojuvenil. Dos quatro shows da noite assisti apenas três.
A primeira artista foi Amy Macdonald. Muito famosa na Europa e com último disco entre os dez mais vendidos na Inglaterra, Amy fez um show simples mas de muito boa música, com um estilo baseado no folk norte-americano.
A segunda atração da noite foi a banda McFly. Esses "bons meninos ingleses" fizeram um show de qualidade. Animando muito o público, que cantou praticamente todas as músicas do início ao fim com a banda.
Para encerrar a noite pop juvenil subiu ao palco pouco depois das 22:00 Miley Cyrus. Famosa protagonista do serrado da Disney Hannah Montanna, Miley fez um show muito profissional e de muita qualidade. Completamente diferente da "menininha" Hannah da série norte-americana. Com trajes típicos de artistas como Beyoncé e Shakira, e dançarinos de apoio. Agradando filhos, mães, e muitos pais, que admiraram bastante o visual nada infantil da artista. Valendo lembrar que ela cantou durante todo o show com banda de apoio executando as músicas completamente ao vivo e cantando sem nenhum uso de playback.
Domingo, dia 30 de maio.
Diferentemente do sábado que foi um dia para as famílias, o domingo foi para o público "metaleiro".
O primeiro show foi por conta dos brasileiros do Soulfly. Um show de qualidade contestável, bem absorvido por quem gosta, dando margem a inconseqüentes rodas punk em frente ao palco, tomando uma dimensão surpreendente e preocupante, animadas por Max Cavalera (daga-se de passagem: que deve ser divertido comandar um bando de homens e mulheres inconseqüentes dando porrada um no outro logo abaixo dos olhos, deve ser).
A segunda banda a sobir ao palco foi Motörhead. Com direito a problemas técnicos logo na primeira música, o trio fez um show barulhento e cansativo. Mérito de um repertório de músicas praticamente iguais.
Como não agüentamos ficar até o final do show do Mtörhead fomos ao palco secundário e demos a sorte de ver um show de metal de qualidade, com duas bandas de death metal portuguesas e a participação do brasileiro Andreas Kisser do Sepultura.
Megadeath foi a terceira banda a se apresentar. Com um heavy metal de muita qualidade o quarteto fez um show muito animado, com direito a muitos solos de guitarra.
Para finalizar com chave de ouro a noite, e o festival, foi a vez dos alemães do Rammistein sobrem ao palco. Esse show foi o mais surpreendente. Quanto as música, muito boa qualidade. Mas isso ficou em segundo plano, visto que foi um show de muito visual. Com telhes desligados para não estragar o visual industrial do palco, o show teve direito a fogos de artifício, pirotecnia demasiadamente utilizada na medida da insanidade de uma banda que lida o bizarro com a maior naturalidade. Para descrever esse show precisaria criar um post especial, provavelmente dividido em alguns capítulos. Mas resumindo foi um show com direito a vocalista explodindo tecladista dentro de uma banheira; guitarristas e baixista cuspindo labaredas de fogo; contemplação de bomba de gasolina, com direito a labaredas de alguns metros em direção ao público; varias coisas explodindo no palco; e até um passeio de bote do tecladista sobre o público (sim. O tecladista em um bote sendo carregado pelo público).
E assim foi a edição 2010 do Rock In Rio Lisboa.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
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Só isso pra falar sobre o Megadeth!?! Vcs sairam no meio do show do Motörhead?! Miley Cyrus??! aaaaaaaaaaaah!!!!!!!!
ResponderExcluir(O review que vc fez do Rammstein me fez ficar com vontade de ter ido ao show, by the way)
ResponderExcluirBah! Vocês foram no dia das crianças?? Credo! Teve exatamente a mesma sequencia aqui em Madri e obviamente não fui. Hehe.
ResponderExcluirJá aproveitando o momento, caso alguém tenha curiosidade, digo que o dia recorde por aqui foi a sequencia de Rihanna (quase um clipe ao vivo, sem interação), Shakira (agitou as 88 mil pessoas sem parar) e David Guetta (nada mais que uma festa "dance" ao ar livre).
O dia 11/06 teve como atração principal o Rage Against The Machine (sensacional!!) e encerrou com o Tiësto (muito melhor que o DJ anterior em termos de música e animações gráficas). Além disso, perdi o Cypress Hill por não chegar a tempo.
E o último dia (14) foi pra fechar o festival fazendo jus à primeira parte do nome (porque o "In Rio" ficaria dificil). Motorhead de tão cru nem usou os telões, mas teve inclusive participação do Kisser e chegou ao auge nos seus clássicos "Ace of Spades" e "Overkill". E Metallica teve um show muito parecido com o de Porto Alegre, mas com excelente estrutura e umas 50 mil pessoas.
Pois é. Miley Cyrus, Tiesto.... esse festival aí pelo visto não é nem Rock, nem Rio.
ResponderExcluirFestival de Jazz de Montreal com Seu Jorge e Bob Dylan também soa estranho... mas desde o primeiro Rock in Rio existem as atrações não rotuladas "Rock", como Alceu Valença, Elba Ramalho, etc. O nome é meramente ilustrativo, servindo apenas para fins publicitários.
ResponderExcluirO Motorhead deve ter visto que estava perdendo público para o Andreas "Beijador" na edição de Lisboa e resolveu colocar ele para tocar junto.
As eletrônicas tocaram no palco principal ou na tenda das raves?
Tocaram no principal, pra encerrar as noites. Teve uma delas que tocou Paul Van Dick também, mas não fui nesse dia.
ResponderExcluirSegundo a Wikipedia em espanhol, ano que vem o Rock vai ser "in Rio" de novo. E em 2010, São Paulo, Madri e Lisboa.
E uma curiosidade que não sei se é verdade: tenho alguns amigos que trabalharam na organização do evento, inclusive em contato com o Roberto Medina, o cabeça da coisa e, segundo eles, a primeira edição foi uma idéia dele em conjunto com uma marca de cerveja para que 1 milhão de pessoas experimentassem seu novo sabor.