quarta-feira, 9 de junho de 2010

Rock In Rio Lisboa 2010

Nos dois últimos finais de semana de maio teve em Lisboa a edição portuguesa do famoso festival Rock In Rio.

Estive no segundo final de semana do evento, nos dias 27, 29 e 30 de maio. Que tiveram entre outras, grandes bandas como Snow Patrol, Muse, Megadeath e Rammstein.

Nunca tive a oportunidade de estar em alguma das três edições que ocorreram "In Rio", porém minha impressões em relação a edição de Lisboa foram as melhores. A organização do evento como um todo foi de muita qualidade, coisa realmente de primeiro mundo. Acesso ao parque do evento com muita facilidade e segurança. Além de uma campanha bastante efetiva para o uso do transporte público para o festival.

Saímos da estação Marques do Pombal, parando na Bela Vista em questão de aproximadamente dez minutos. Caminhamos pouco mais de quinhentos metros e estávamos no portão de entrada do Rock In Rio Lisboa. Sem "arrolho" de gente, com muito policiamento e segurança extremamente educados e bem humorados (sem querer fazer piadinhas de português).

Dentro do parque nos deparamos com estantes de patrocinadores, incluindo uma da Fnac, em que vendiam CDs, DVDs, Livros e acessórios eletrônicos. Sem contar com praças de alimentação muito ecléticas. De pipoca passando por Burger King, Pizza Hut e chegando a um café com direito a muffins, rosquinhas e é claro, café.

O parque, por ser como um "buraco", e com o palco montado em um dos extremos abaixo, contribuía muito para a visibilidade em qualquer ponto que não houvesse alguma barreira como estantes e árvores.

Som com alta qualidade e palco com uma estrutura extremamente robusta e esteticamente moderna.

Enfim, vamos para o que mais importa em um festival de bandas: as bandas.


Quinta-feira, dia 27 de maio.

Tiveram quatro shows no palco principal. O primeiro foi de uma banda local chamada Fonzie, que tocou um emocore sem muita pretensão. Banda portuguesa, porém que canta em inglês. O show foi bem simples e o som com uma qualidade técnica deixando muito a desejar.

A segunda banda a soabri ao palco foi Xutos e Pontapés. Com trinta anos de estrada, uma das mais famosas bandas de rock de Portugal, fez um show surpreendente. Um rock de muita qualidade e impressionante resposta do público que sabia na ponta da língua cada letra e pulou animado praticamente todas as canções. Show de "macaco velho".

Em seguida sobe ao palco a terceira banda, um show com uma qualidade sonora impecável. Snow Patrol fez uma apresentação sincera e de muita proximidade do público. Com direito a alguns erros humanos por parte do vocalista Gary Lightbody, que conseguiu converter essas gafes em um show de simpatia e bom humor cativando ainda mais o público. Além de uma caminhada pelo corredor próximo ao público.

Para finalizar o terceiro dia de Rock In Rio e o primeiro que presenciei, nada mais e nada menos que uma das bandas de maior sucesso na Europa. Muse subiu ao palco próximo da meia noite com shows de fogos de artifício e muitos efeitos de iluminação e pirotecnia. E é claro sucessos seguidos de sucessos muito bem executados. Com direito a arremessamento de guitarra em direção a bateria e alguns rifes clássicos de Led Zeppelin em finais de canções. Show com recorde de público das cinco noites: cerca de 83.000 pessoas.


Sábado, dia 29 de maio.

Este foi o dia voltado ao público infantil e infantojuvenil. Dos quatro shows da noite assisti apenas três.

A primeira artista foi Amy Macdonald. Muito famosa na Europa e com último disco entre os dez mais vendidos na Inglaterra, Amy fez um show simples mas de muito boa música, com um estilo baseado no folk norte-americano.

A segunda atração da noite foi a banda McFly. Esses "bons meninos ingleses" fizeram um show de qualidade. Animando muito o público, que cantou praticamente todas as músicas do início ao fim com a banda.

Para encerrar a noite pop juvenil subiu ao palco pouco depois das 22:00 Miley Cyrus. Famosa protagonista do serrado da Disney Hannah Montanna, Miley fez um show muito profissional e de muita qualidade. Completamente diferente da "menininha" Hannah da série norte-americana. Com trajes típicos de artistas como Beyoncé e Shakira, e dançarinos de apoio. Agradando filhos, mães, e muitos pais, que admiraram bastante o visual nada infantil da artista. Valendo lembrar que ela cantou durante todo o show com banda de apoio executando as músicas completamente ao vivo e cantando sem nenhum uso de playback.


Domingo, dia 30 de maio.

Diferentemente do sábado que foi um dia para as famílias, o domingo foi para o público "metaleiro".

O primeiro show foi por conta dos brasileiros do Soulfly. Um show de qualidade contestável, bem absorvido por quem gosta, dando margem a inconseqüentes rodas punk em frente ao palco, tomando uma dimensão surpreendente e preocupante, animadas por Max Cavalera (daga-se de passagem: que deve ser divertido comandar um bando de homens e mulheres inconseqüentes dando porrada um no outro logo abaixo dos olhos, deve ser).

A segunda banda a sobir ao palco foi Motörhead. Com direito a problemas técnicos logo na primeira música, o trio fez um show barulhento e cansativo. Mérito de um repertório de músicas praticamente iguais.

Como não agüentamos ficar até o final do show do Mtörhead fomos ao palco secundário e demos a sorte de ver um show de metal de qualidade, com duas bandas de death metal portuguesas e a participação do brasileiro Andreas Kisser do Sepultura.

Megadeath foi a terceira banda a se apresentar. Com um heavy metal de muita qualidade o quarteto fez um show muito animado, com direito a muitos solos de guitarra.

Para finalizar com chave de ouro a noite, e o festival, foi a vez dos alemães do Rammistein sobrem ao palco. Esse show foi o mais surpreendente. Quanto as música, muito boa qualidade. Mas isso ficou em segundo plano, visto que foi um show de muito visual. Com telhes desligados para não estragar o visual industrial do palco, o show teve direito a fogos de artifício, pirotecnia demasiadamente utilizada na medida da insanidade de uma banda que lida o bizarro com a maior naturalidade. Para descrever esse show precisaria criar um post especial, provavelmente dividido em alguns capítulos. Mas resumindo foi um show com direito a vocalista explodindo tecladista dentro de uma banheira; guitarristas e baixista cuspindo labaredas de fogo; contemplação de bomba de gasolina, com direito a labaredas de alguns metros em direção ao público; varias coisas explodindo no palco; e até um passeio de bote do tecladista sobre o público (sim. O tecladista em um bote sendo carregado pelo público).

E assim foi a edição 2010 do Rock In Rio Lisboa.

6 comentários:

  1. Só isso pra falar sobre o Megadeth!?! Vcs sairam no meio do show do Motörhead?! Miley Cyrus??! aaaaaaaaaaaah!!!!!!!!

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  2. (O review que vc fez do Rammstein me fez ficar com vontade de ter ido ao show, by the way)

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  3. Bah! Vocês foram no dia das crianças?? Credo! Teve exatamente a mesma sequencia aqui em Madri e obviamente não fui. Hehe.
    Já aproveitando o momento, caso alguém tenha curiosidade, digo que o dia recorde por aqui foi a sequencia de Rihanna (quase um clipe ao vivo, sem interação), Shakira (agitou as 88 mil pessoas sem parar) e David Guetta (nada mais que uma festa "dance" ao ar livre).
    O dia 11/06 teve como atração principal o Rage Against The Machine (sensacional!!) e encerrou com o Tiësto (muito melhor que o DJ anterior em termos de música e animações gráficas). Além disso, perdi o Cypress Hill por não chegar a tempo.
    E o último dia (14) foi pra fechar o festival fazendo jus à primeira parte do nome (porque o "In Rio" ficaria dificil). Motorhead de tão cru nem usou os telões, mas teve inclusive participação do Kisser e chegou ao auge nos seus clássicos "Ace of Spades" e "Overkill". E Metallica teve um show muito parecido com o de Porto Alegre, mas com excelente estrutura e umas 50 mil pessoas.

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  4. Pois é. Miley Cyrus, Tiesto.... esse festival aí pelo visto não é nem Rock, nem Rio.

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  5. Festival de Jazz de Montreal com Seu Jorge e Bob Dylan também soa estranho... mas desde o primeiro Rock in Rio existem as atrações não rotuladas "Rock", como Alceu Valença, Elba Ramalho, etc. O nome é meramente ilustrativo, servindo apenas para fins publicitários.

    O Motorhead deve ter visto que estava perdendo público para o Andreas "Beijador" na edição de Lisboa e resolveu colocar ele para tocar junto.

    As eletrônicas tocaram no palco principal ou na tenda das raves?

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  6. Tocaram no principal, pra encerrar as noites. Teve uma delas que tocou Paul Van Dick também, mas não fui nesse dia.
    Segundo a Wikipedia em espanhol, ano que vem o Rock vai ser "in Rio" de novo. E em 2010, São Paulo, Madri e Lisboa.
    E uma curiosidade que não sei se é verdade: tenho alguns amigos que trabalharam na organização do evento, inclusive em contato com o Roberto Medina, o cabeça da coisa e, segundo eles, a primeira edição foi uma idéia dele em conjunto com uma marca de cerveja para que 1 milhão de pessoas experimentassem seu novo sabor.

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