sábado, 19 de setembro de 2009

Semana Farroupilha: hora de pararmos de olhar pro próprio umbigo?




Post rápido, direto do plantão no trabalho: vocês viram a polêmica do paulista que mora em São Borja e resolveu reagir à xenofobia gaudéria contra os habitantes oriundos de São Paulo? Leiam o texto dele aqui.


Alguns pontos opinativos de minha parte:


1 - Não tenho como opinar sobre as churrascarias paulistas e paulistanas, mas concordo com ele que se come MUITA carne "quebra-dente" aqui no Estado;


2 - Não adianta negar: o gaúcho, em geral é contra tudo e todos que não são daqui, especialmente paulistas (recalque dos brabos, na minha opinião). E, na grande maioria das vezes, a implicância é gratuita;


3 - Infelizmente, tive a oportunidade de visitar outros Estados poucas vezes: Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, apenas. Em todos os três, fui muito bem tratado, por vezes até de maneira diferenciada, apesar da nossa histórica implicância com os habitantes DOS TRÊS ESTADOS CITADOS. Em São Paulo, principalmente, vi um povo extremamente solícito, educado e hospitaleiro.


4 - Esse cara praticamente assinou uma sentença de morte. No mínimo, uma extradição forçada.


E aí, o que acham dessa história?

23 comentários:

  1. Particularmente acho gaúcho tudo bundão principalmente quando o assunto é bairrismo e tradicionalismo. Já travei acaloradas discussões sobre a clássica bundisse de gaúchos que acham que não se pode fazer letras em inglês em bandas de rock pois nossa língua é o português mas os mesmos retardados que dizem isso não se importam de ouvir Scorpions, Bjork, Cranberries, Abba, etc em inglês(aliás, acho que isso é um assunto interessante para post futuro).
    Como alguns aqui sabem eu toquei em grupo de baile gaudério por 5 anos e pude presenciar neste período todo tipo de manifestação de grossura, bundamolismo, hipocrisia, intolerância, burrice, etc. Cheguei a prometer a mim mesmo nunca mais por meus pés num CTG.

    ResponderExcluir
  2. Estava eu entrando no blog para continuar um post que eu comecei sobre a Revolução Farroupilha, mas, para minha sorte, o Chico deu conta da data de maneira mais rápida, pontual e contemporânea dos que as minhas digressões historiográficas.

    Quanto ao texto do sujeito, me parece embebido da mesma xenofobia que ele acusa ser característica do gaúcho, através de obviedades do mesmo gênero que os defensores do Sul propalam: "Advirto: para ser o maior Estado do país terão que superar a cidade de São Paulo, algo que ainda é um sonho, e depois ainda tem São Paulo Estado" é um excelente exemplo deste olho por olho.

    Parece que o nosso amigo se irritou profundamente com algum churrasco mal feito por aí -- não deve ter frequentado a Schnider, provavelmente. Pegou uma bandeira tola (o churrasco) e a partir dela criou uma comparação desnecessária com São Paulo. Para mim, incorreu no mesmo erro que quis denunciar.

    Também não sou abalizado para opinar sobre churrascarias fora do RS -- até porque, quando estou num outro estado, prefiro experimentar a culinária local. Mas também não dá pra achar que tudo de melhor existe em São Paulo, por ser o estado mais rico.

    As pessoas de outros estados que eu conheci (especialmente no Festival de Gramado) elogiaram fartamente a nossa comida (inclusive um paulista elogiou as pizzas, e se considera que em SP se façam as melhores). Falaram muito bem da carne e o pessoal do Nordeste comentou que não conseguem mais comer qualquer bife sem sentir falta do preparo do sul. Mas, em suma, usar a culinária como comparativo entre a grandeza de diferentes regiões é uma tremenda imbecilidade.

    No entanto, algo é fato: os gaúchos possuem um preconceito arraigado contra fluminenses, paulistanos, catarinenses e nordestinos (estes, aliás, são encarados como uma massa só, como se não tivessem importantes diferenças entre cada estado do NE), que é totalmente descabido. Sempre fui melhor tratado em São Paulo do que em Porto Alegre (eita cidadezinha maleducada!), e os cariocas gostam muito dos gaúchos (adoram Engenheiros e Nenhum de Nós, para vocês terem uma ideia).

    A recíproca, contudo, é verdadeira: já ouvi muitos comentários de como existe uma imagem nos demais estados de que o gaúcho é um sujeito taciturno, fechado, em constante mau humor. Quando chegam aqui, ficam impressionados com o barulho e a quantidade de bobagens que nós falamos. Aliás, o próprio conceito de "piada interna" é muito mais dominado por nós do que pelos outros estados (o pessoal do Nordente não tinha ouvido falar deste termo, por sinal).

    E bairrismo por bairrismo, provavelmente os pernambucanos são mais do que nós -- incluindo o sentimento separatista.

    ResponderExcluir
  3. Ulisses, é verdade, detalhe importante que deixei de mencionar: o desabafo dele foi no mesmo nível de todos os xingamentos xenófobos que ele já recebeu. Me desculpem, foi a pressa em postar ligeiro e no meio do trabalho.

    Concordo contigo quanto à questão de incorrer no mesmo erro que quis denunciar. Mas o que eu quis mostrar é que, apesar da notícia me parecer mais uma polêmica criada com segundas intenções(vender mais jornal e esquentar ainda mais os ânimos da gauchada mais grossa), foi uma das poucas vezes que nós "ouvimos umas verdades" sobre esse assunto espinhoso em um veículo da grande mídia.

    Quanto à culinária, bem... é como o próprio cara disse. O pessoal chega aqui no Estado e vai visitar Gramado, pra mim tb não é um bom parâmetro (apesar de eu considerar Gramado uma grande farsa, uma cidade turística que não tem NENHUM restaurante aberto depois da meia-noite, por exemplo). Não que não existam churrarcarias boas por aqui, claro que existem. Mas às vezes parece que o bairrismo molda até o nosso paladar, e basta comer em qualquer pardieiro que se auto denomina "churrascaria" pra que a gente ache que está comendo a melhor carne do mundo.

    já ouvi muitos comentários de como existe uma imagem nos demais estados de que o gaúcho é um sujeito taciturno, fechado, em constante mau humor. Quando chegam aqui, ficam impressionados com o barulho e a quantidade de bobagens que nós falamos.

    Aí tu tá falando de um grupo específico de pessoas, como os colegas todos aqui do blog - piada interna é mato por aqui, por exemplo. E eu vejo essa "hospítalidade" gaúcha uma coisa um pouco forjada, "pra inglês ver". Entre nós, é todo mundo maleducado DEMAIS.

    Repito, não tô dizendo que isto não acontece em outros lugares, como Pernambuco, que tu mencionou como exemplo de bairrismo. Não quero parecer que estou totalmente a favor da manifestação do cara, concordo com as tuas ponderações. Mas o desabafo do cara, apesar de igualmente xenófobo, me pareceu um pedido de socorro legítimo de quem já deve ter ouvido muita barbaridade, simplesmente por ter nascido em outro Estado.

    ResponderExcluir
  4. Só agora li o artigo do magrão. Parece que ele tá magoado mesmo, hehe. Não conheço o cara e não posso falar mas fiquei com a impressão que ele deve ser um puta chato.

    ResponderExcluir
  5. O mais hilário de tudo isso é o anúncio no final da matéria do cara de uma churrascaria paulista de churrasco gaúcho que pertence a uma família italiana que serve cordeiro uruguaio e picanha argentina, ufa!!!
    Eita globalização!

    ResponderExcluir
  6. Importante separar as coisas e não confundir xenofobia com o amor que o gaúcho tem com a sua terra. Já vi gente de outros estados se emocionar com um auditório inteiro cantando o hino riograndense e impressionado por todos saberem de cor.

    Acho que esse "amor à terra" é uma coisa legal que todos os povos deveriam ter - desde que respeitando as outras culturas. Será que não tem muito paulista ouvindo gaúcho falar bem de sua própria terra e interpretando como "a tua terra fede?"

    Eles se vingam dizendo que gaúcho é tudo viado.

    ResponderExcluir
  7. Com relação ao churrasco, ele tem razão em parte. Exitem basicamente dois tipos de churrascaria no Brasil: as que seguem o modelo gaúcho e as chamadas "paulistas". As gaúchas servem uns 5 tipos de carne (algumas não incluindo picanha). As paulistas na verdade, além de servirem apenas a carne no espeto, geralmente oferecem um buffet com outros pratos, saladas, queijos, frutos do mar, etc. E devem ter uns 30 tipos diferentes de cortes e maneiras de assar a carne. A Schneider, citada pelo Ulisses, segue este padrão.

    Porém, o que o senhor Pacheco não comentou é que praticamente TODAS as churrascarias que se criaram em São Paulo e no resto do Brasil são de gaúchos. Das ditas por ele, conheço 2: Vento Aragano e Fogo de Chão. Estas duas são de gaúchos. Ainda posso citar Prazeres da Carne (outra grande churrascaria em SP) e as Porcão, que são famosas em Brasília e Rio de Janeiro. Na verdade, começaram pelas mãos de meia duzia de gaúchos que saíram da mesma região e criaram o chamado padrão "paulista".

    Mas de qualquer forma, assar carne em churrasqueira de vidro é piada!

    ResponderExcluir
  8. O paulista ofendido deu uma entrevista pra ZH. Aproveitei as respostas dele e fiz uma análise:


    Mas vejo gente aqui em São Borja que fala mal de paulista mesmo sem conhecer São Paulo, mesmo sem nunca ter saído da caverna.

    Nisto ele tem razão. Eu tomo o portoalegrense como exemplo, já que tenho mais contato que com o pessoal da fronteira. Para o "capitalista", Porto Alegre é a melhor capital do país, pois tem um "ar europeu"; o pôr-do-sol do Guaíba é o mais bonito do mundo; a Polar é a melhor cerveja que existe. Mas a maioria nunca passou de Floripa, onde foi passar as férias.

    Porto Alegre é uma das capitais mais desorganizadas do Brasil e posso dizer que não lembra nem de longe uma cidade européia (talvez até pareça um pouco com a Berlim pós-guerra, hehehe). É um horror a malha viária e a sinalização da cidade. O transporte público nem se fala. As ruas são sujas e se vê pichação e depredação por tudo. Estas são observações recorrentes feitas por pessoas de outros estados que vem visitar a nossa capital.

    O pôr-do-sol no Guaíba é realmente bonito, mas existem muitos outros tão ou mais bonitos em outros lugares. Mas para quem nunca saiu da província, realmente deve ser a coisa mais incrível que já viram.

    A Polar (no export para alegria do resto do mundo) nem é mais fabricada aqui no RS e na minha opinião nem deveria ser classificada como cerveja.


    O paulista recebe bem a todos, do nortista ao gaúcho.
    Acho que os nordestinos não compartilham da mesma opinião. Além disso, os imigrantes italianos não foram muito bem tratados lá também. A forma escravista com que trabalhavam nas lavouras de café gerou problemas diplomáticos, fazendo com que o governo italiano proibisse a migração para o Brasil.

    Mas de qualquer forma, sempre que visitei São Paulo, fui muito bem recebido. Tanto na capital quanto no interior. Com relação à hospitalidade paulista, não tenho do que reclamar. Ao contrário de Porto Alegre, que como o Ulisses comentou, tem um povo bem maleducado...


    [No interior do RS é] tudo muito atrasado.
    Não sou um profundo conhecedor do interior gaúcho. Com certeza, alguns colegas blogueiros devem conhecer muito melhor que eu as cidades deste estado. Mas do que já vi e do que ouço falar de pessoas que moraram pra fora, tirando a Região Metropolitana, Vale dos Sinos e a Serra, pouco se salva. Esses dias fui para os lados do noroeste e com poucas exceções, só vi cidades atrasadas e decadentes. A região sul, ali por Pelotas e Bagé, também teve seus momentos de glória no passado. Mas isso foi há tempos... hoje em dia só o que sobrou foram algumas casas antigas e as lembranças nos livros de História.

    ResponderExcluir
  9. Das capitais que eu conheço, realmente Porto Alegre é a mais tenebrosa. Não considero uma cidade feia (acho que tem partes da cidade que são muito bonitas), mas o centro fica horrorosamente aquém até do (pouco que eu conheço do) centro de Floripa. O centro de SP e BH são muito mais organizados. Até mesmo o Rio é infinitamente mais interessante, graças ao sem número de prédios históricos e à paisagem realmente sem igual.

    São Paulo virou uma cidade que aceita todo mundo, porque ela sim é uma cidade cosmopolita na acepção do termo, enquanto Porto Alegre é profundamente provinciana (mesmo nos seus setores a la Bonfa e Cidade Baixa). Quanto às cidades do interior, lembrem do que eu sempre digo quando eu ouço vocês reclamando de São Léo: "vocês não gostam? É porque vocês não nasceram em Montenegro".

    De maneira geral, portanto, as cidades do interior são uma tristeza em termos de desenvolvimento. A maior parte parece ter parado sua estrutura nos anos 60...

    ResponderExcluir
  10. Também concordo contigo, Chico. Na verdade, me desculpe se me pareceu uma crítica à tua posição, estava fazendo digressões sobre o texto do cara. ;)

    Concordo contigo em todas as tuas colocações -- exceto na questão da má educação. Isso é umca coisa típica de Porto Alegre. Eu, por exemplo, me considero bastante educado no geral das minhas atitudes (me digam se sou grosso, por favor), mas por ser criado no interior. Há um certo mau humor inerente na capital, que transcende a grossice dos outros lugares que eu conheço (repito: que eu conheço).

    ResponderExcluir
  11. Com certeza a educação do portoalegrense não condiz com a do interior. Dadas algumas exceções, as pessoas de fora do núcleo metropolitano são muito mais atenciosas, hospitaleiras e educadas. Tomemos como exemplo o pessoal de São José dos Ausentes, que nos acolheu incrivelmente bem, como se fossemos da familia, durante as gravações d'O Gritador.

    Sobre a questão da educação, ainda posso repassar as impressões da minha cunhada, cujo pai tem uma churrascaria em Gramado. Segundo ela, as pessoas mais reclamonas e cheias de proa são os portoalegrenses. Eles contrastam com os turistas paulistas, cariocas e nordestinos, que apesar de serem mais ricos e influentes que os provincianos do sul, são muito mais educados e amáveis.

    ResponderExcluir
  12. P.S.: O cara tá falando mal do nosso churrasco porque não provou o costelão do meu aniversário...

    ResponderExcluir
  13. Pessoal, pelo que eu li e entendi, o texto do cara realmente me parece um desabafo.

    Bom, eu já viajei por todo o Brasil e pude constatar ´n´ coisas com relação aos Porto Alegrenses.

    Sim, existem churrascarias boas longe daqui, e muitas. Mas o churrasco é típico gaúcho. Existe churrasco ruim aqui? Sim! E muito! Nem todo mundo sabe assar churrasco, assim como nem todo mundo sabe jogar futebol, fazer um bom chimarrão ou tocar guitarra! Ou vcs acham que basta nascer no Mississipi para ser um baita guita de blues?
    Comi o melhor assado de peixe na minha vida em Manaus (Tambaqui), mas o meu pai faz um salmão dos deuses!

    E sim, já me emocionei muitas vezes cantando o Hino Riograndense! E acho legal o orgulho da terra. Mas o orgulho não pode se confundir com prepotência. Achar que tudo que é daqui é melhor é burrice! É um atraso para a evolução natural do povo! Eu não tomo Polar fazem anos! Na verdade não lembro de alguma vez ter gostado de Polar! Porém, a mídia em cima é forte com o "No sai daqui".

    Sim, a mídia se aproveita disso. Vcs lembram da propaganda da GM para a venda de carros? Totalmente apelativa para o bairrismo gaúcho! E pior! Com uma música do Nenhum de Nós!

    Com relação a educação, já conversei com alguns de vocês sobre isso. A impressão que eu tenho é que as pessoas ao longo dos anos estão cada vez mais mal educadas! Como é dificil ter um bom dia ou com licença nos ouvidos nas ruas de POA ou do RS. Ainda fim de semana eu ouvi um "Sai da frente" em uma padaria de Sapucaia de um senhor que podia ser meu avô. Isso, as coisas pioram quando as pessoas são gaúchas e mais velhas, por que daí se sentem no direito de serem respeitadas. Eu tenho uma coisa que carrego comigo: "Respeite para ser respeitado". E infelizmente o RS não está respeitando ultimamente...

    Mais em um próximo comentario...

    ResponderExcluir
  14. Bom, o cara tá falando de São Paulo Capital, comparando com interior do RS, é como comparar NY com Cos Bay...

    No interior de são Paulo deve ter churrascaria afuuu então, o paulistano é um dos bixos mais bairristas que existem.

    No fim do texto o babaca ainda vem falar que se o RS se separar do resto do Brasil tem que levar o paraná junto pra não passar fome, MEU AMIGO PAULISTA, QUEM SUSTENTA A PORRA DO TEU ESTADO SÃO OS NORDESTINOS!!

    E falando em educação, Brasilia foi o lugar que mais me impressionou...

    ResponderExcluir
  15. "Eu tenho uma coisa que carrego comigo: "Respeite para ser respeitado"."

    Beleza Jean, to esperando o *"modelo" do brasil respeitar....

    *modelo = paulistano

    ResponderExcluir
  16. O que não justifica tu ser mal educado com todo mundo ;)

    A coisa tem duas vias, e são mútuas. Se vc quer respeito, respeite!

    É só ver a reação das pessoas desse blog, provavelmente iam querer matar esse cara se vissem ele na frente! O que é justificável dado o "ataque" dele.

    Ou seja, não é maltratando todos os Paulistas que vamos ganhar algum respeito, é bem ao contrário. Temos que nos dar o respeito!

    ResponderExcluir
  17. Por mim manda este cara embora daqui com uma tatuagem da Tramontina nas costas.
    Não tenho nada contra o pessoal de fora (afinal os caras não tem culpa de não ter tido a alegria de nascer no Rio Grande - brincadeira). Acho que ele confundiu o orgulho pela terra que se nasce - independente de onde ela for - com um bairrismo revanchista que a gente brinca mas sabemos muito bem que não é realidade.

    ResponderExcluir
  18. Jackson, explica pros demais o que é "uma tatuagem da Tramontina nas costas", que é piada muito da interna. :D

    ResponderExcluir
  19. As vezes o jeito que se expressa conta muito mais do que o que se expressa. E esse deve ter sido o caso do cidadão. Nem li o texto, mas lendo todos os comentários, já imagino boa parte. Eu diria que é o mesmo que alguém fazer uma excelente crítica, mas gritando. A forma de expressar (que vem do sentimento acumulado até dito momento) as vezes (ou sempre) é levada muito mais em conta.
    Sobre a cultura do gaúcho, realmente se comenta em todos os lados que, provavelmente, é o único estado que sabe seu hino e o canta com mais "empolgação" que o nacional. Comentam que cultivamos nossa cultura por todos os lados, com orgulho (as vezes em demasia) e alegria. E acho essa parte muito legal.
    O que não me parece tão bom é o bairrismo exagerado. Por sinal, a primeira coisa que me veio a cabeça foi justamente a Polar. Acho que é uma das piores cervejas vendidas no estado, mas a mais exaltada. É muito comum (e foi a vida inteira) ouvir comentários de vários amigos dizendo "de brincadeira" que o que é de fora não presta. Tudo bem que temos muitas coisas boas, mas a maioria nunca nem saiu pra comparar isso. Mesmo em viagens que fiz com amigos, ao invés de buscarem aprender a cultura local, preferiam comparar com o RS e dizer o quanto era pior.
    E, por fim, todo mundo acha que o RS tem uma cultura quase particular e ainda fala mal da Argentina, por exemplo, mas se esquecem que somos produto de várias disputas entre Portugal (na figura do Brasil) e Espanha (já em território argentino), assim como também é o Uruguai. O mate, por exemplo, é típico da Argentina e também do sul da Espanha e nós herdamos desses "hermanos". As músicas, tem total influência das "rancheras" espanholas e alguma vez na vida se ouviu falar disso na nossa mídia local?
    Eu particularmente divulgo e sou adepto de nossas tradições, mas acho que o nosso orgulho na maioria das vezes se transforma em uma xenofobia desnecessária e talvez isso tenha gerado tantos sentimentos adversos no escritor que, por não ter argumentos suficientes, resolveu tomar como exemplo as churrascarias.

    ResponderExcluir
  20. Só uma correção, Miguel: o hábito do chimarrão é guarani, não hispânico. ;)

    ResponderExcluir
  21. Uuuhm.. verdade Ulisses! Deslize cultural. Hehe.

    ResponderExcluir