sexta-feira, 12 de março de 2010

Top Seven: clássicos que ficariam fantásticos em 3D


O cinema pós-Avatar será totalmente em 3D? Esta "revolução" seria tão impactante como a do som, como alguns apregoam? Saberemos no devido tempo. Enquanto quase todo o blockbuster daqui por diante será lançado/realizado no formato de 3D estereoscópico, fiquei imaginando que filmes do passado ficariam fenomenais se fosse fossem exibidos nesta nova tecnologia.

Não me preocupei, ao fazer a lista, em dificuldades técnicas e nem estou propondo que estas obras deveriam ser refilmadas, que fique claro. É só um exercício de imaginação, usando como base os filmes exatamente como eles são, sem mudar nada.

7. Tubarão (Jaws, EUA, 1977, direção de Steven Spielberg): imagine o trabalho de câmera bolado por Spielberg para este filme com a profundidade de campo que o novo 3D proporciona. As câmeras subaquáticas que se aproximam por baixo dos banhistas teriam um efeito dramático estupendo. Fora que o tubarão propriamente dito ficaria mais aterrador.
Cena que valeria a pena em 3D: todas em que a câmera fica no nível da água. Fariam o espectador ter uma verdadeira "imersão" no filme (sacaram o trocadilho infame?).

6. Jasão e os Argonautas (Jason and the Argonauts, Inglaterra, 1963, direção de Don Chaffey e efeitos criados por Ray Harryhausen): está na lista só para ver as criaturas elaboradas pelo maior mago da sétima arte, Harryhausen, ganharem vida em três dimensões.
Cena que valeria a pena em 3D: quem conhece o filme sabe muito bem qual é.

5. Ben-Hur (idem, EUA, 1959, direção de William Wyler): a duração seria um especilho, mas a grandiosidade do filme seria acentuada com o 3D. E quem não ia querer ver a antológica disputa de quadrigas com os cavalos saltando da tela?
Cena que valeria a pena em 3D: a já citada corrida no circo.

4. Fantasia (idem, EUA, 1940, produção de Walt Disney): o trabalho mais ambicioso de Disney tem delírios visuais que ficaram impressionantes com a tecnologia -- como os segmentos dos dinossauros, dos demônios ou mesmo o dos jacarés e hipopótamos bailarinos.
Cena que valeria a pena em 3D: a tomada no episódio O Aprendiz de Feiticeiro em que o mago dispersa as águas do alto das escadas.

3. Guerra nas Estrelas (Star Wars, EUA, 1977, direção de George Lucas): ainda bem que a fraca trilogia recente (Ameaça Fantasma, Ataque dos Clones e A Vingança dos Sith) foram feitos antes de Avatar, senão teríamos que aturá-los em 3D. Já a trilogia original ficaria incrível.
Cena que valeria a pena em 3D: a batalha em torno da primeira Estrela da Morte ficaria ainda mais aluncinante (com destaque também para o combate que abre O Império Contra-ataca).

2. Cidadão Kane (Citzen Kane, EUA, 1941, direção de Orson Welles): se esta obra-prima não oferece o espetáculo que os anteriores propõem, tem um visual tão ou mais refinado que qualquer um deles. O trabalho genial do diretor de fotografia Gregg Toland, em buscar profundidades de campo inéditas, como toda a extensão da cena em foco, iria se ressaltar de maneira magnífica no 3D.
Cena que valeria a pena em 3D: todas que exploram a profundidade de campo.

1. 2001 - Uma Odisseia no Espaço (2001, A Space Odissey, EUA e Inglaterra, 1968, direção de Stanley Kubrick): não poderia faltar Kubrick à lista -- um diretor que, se estivesse vivo, teria estado à frente do pioneirismo de James Cameron na área. Ver as naves e os astronautas de fato flutuando à nossa frente, ou ter a impressão de poder tocar a superfície do monolito (naquela tomada de câmera icônica, em que o vemos de baixo para cima) seria algo que me deixaria simplesmente enlouquecido.
Cena que valeria a pena em 3D: cinco palavras: Júpiter e Além do Infinito.

E então, galera, o que eu esqueci?

14 comentários:

  1. Ainda não sei o que tu esqueceu.
    Vou pensar melhor.
    Mas gostaria de comentar que não achei a ultima trilogia do Star Wars fraca, a única ressalva é o Ataque dos Clones, que realmente não fez a minha cabeça.
    Os outros dois eu me diverti tanto quanto a trilogia inciada nos anos 70.

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  2. "Os outros dois eu me diverti tanto quanto a trilogia inciada nos anos 70".

    O que prova a minha teoria que a única maneira de tu gostar da nova trilogia Star Wars é se tu tiver um histórico com a antiga. Sozinhos, estes três filmes não se sustentam.

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  3. Ao que parece tem uma técnica pra "converter filmes pra 3D" que andam empregando por aí, com alguns filmes sendo convertidos e relançados. Não sei como funciona, nem quão bem. Em 2011 vai sair a conversão 3D de Titanic. Fico com aquela sensação de quando começaram a "colorizar" filmes preto-e-branco. Não sei se vai prestar...

    Já pra filmes feitos em computação gráfica, a conversão basicamente consiste em re-renderizar o filme, o que em geral não é problema. Foi o que fizeram com Toy Story 1 e 2. Mas fico imaginando os caras tendo que revisitar a tecnologia da época pra gerar os frames de novo...

    O interessante do link acima é que surgiu um novo "job description" no mundo do cinema: "lead stereographer".

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  4. Puta que pariu, tu tá inspirado, hein? Até se deu ao trabalho de estimar o número de quadros pela duração do filme. :D

    De fato, tem sim um processo de conversão. Aliás, a primeira experiência importante com o 3D estereoscópico foi um The Nightmare Before Christmas, originalmente feito em stop-motion e, portanto, filmado com cenários, iluminação, câmera de 35 mm.

    Mas tu suscita uma questão interessante, se isso não seria semelhante à colorização dos filmes preto-e-branco. Isso me faz lembrar que, no advento do som, alguns filmes mudos lançados previamente receberam faixas de narração em off. O próprio Chaplin, considerado um purista do cinema mudo, fez isso com o seu A Corrida do Ouro. Algo análogo aconteceu com Spielrberg e Lucas, que usaram a teconologia de CGI para "melhorar" E.T e os antigos Star Wars.

    Me parece algo inevitável toda que vez que uma "revolução" começa no cinema. Se melhora a experiência com o filme, bem, parece que não. Pelo menos no caso de uma significativa parcela dos filmes preto-e-branco, podemos argumentar que eles não deviam ser colorizados porque o uso do monocromatismo foi uma decisão artística, já que existiam películas coloridas de qualidade à disposição (não está se levando em conta a questão econômica).

    O caso do Titanic, aliás, me parece vergonhosamente um caçaníqueis descarado.

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  5. "O caso do Titanic, aliás, me parece vergonhosamente um caçaníqueis descarado."

    Mais ainda porque é obra do diretor que declarou isto:

    “Os filmes convertidos nunca serão tão bons quanto os que são filmados em 3D. É meio um 2,8D. Eles estão convertendo ‘Fúria de Titãs’ em oito semanas mas, eu acho, para que fique bom esse processo precisa de seis meses a um ano. Sabe, do dia para a noite todos viraram um expert em 3D. Eles pensam ‘o que podemos aprender com ‘Avatar’? Que você pode ganhar mais dinheiro com 3D’, e ignoram o fato que pensamos esse filme desde o início em 3D. Eles querem conquistar em algumas semanas coisas que conquistamos com anos de produção” - James Cameron, em entrevista no lançamento das primeiras TVs 3D.

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  6. Bom, pelo menos ele está tomando o tempo que ele diz necessário pra fazer a tal conversão. E tem a vantagem de que, em grande parte, Titanic é um filme de CGI à moda de Toy Story. Todas as tomadas externas do navio poderiam ser re-renderizadas em 3D (se eles fizeram backups dos projetos ;o) ) e as internas não têm grande profundidade.

    Estávamos conversando sobre isso no almoço hoje e nos perguntamos se eles vão usar o material das outras câmeras que filmam uma tomada como fonte de informação extra para a imagem 3D (supondo que as cenas do filme são filmadas com mais de uma câmera e o material raw de cada câmera está guardado)...

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  7. supondo que as cenas do filme são filmadas com mais de uma câmera e o material raw de cada câmera está guardado

    Um filme é sempre gravado com apenas uma câmera, fora determinadas cenas que só podem ser realizadas uma única vez (explosões, capotagens, etc).

    Teoricamente, todos ou quase todos os filmes de Hollywood das últimas duas ou três décadas têm todas a película utilizada para eles guardada, como forma de preservação cultural (é como preservar os estudos de uma pintura ou os rascunhos de uma partitura).

    Talvez eles utilizem este conceito de usar outras tomadas como fonte de informação, com base em outras angulações filmadas para a mesma cena.

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  8. Wow? Mesmo quando é um diálogo entre dois personagens e eles estão no bate-bola com closes alternando entre um e outro??

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  9. O Ulisses me corrige se eu estiver errado, mas a resposta pra tua pergunta é sim, Hisham, mesmo nos casos de plano/contraplano é uma só câmera utilizada em quase 100% dos filmes. Aí entra o valor da direção, da montagem, dos atores e do som (entre outras coisas, mas penso que, neste caso, principalmente estes quesitos estão em ação pra fazer a coisa toda verossímil).

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  10. É isso aí mesmo.

    Pode não parecer, mas é mais prático, mais fácil, mais econômico e mais sofisticado usar apenas uma câmera. Primeiro que a equipe pode monitorar melhorar o que está sendo filmado; segundo, que a iluminação fica centrada num plano e fica, portanto, mais refinada; terceiro, que o custo que uma segunda câmera acarreta (aluguel do equipamento, cachê do operador e assistentes, compra e posterior revelação da película) faz preferível se demorar mais para realizar uma cena com uma câmera só.

    Um bom exemplo de cena feita com duas câmeras é em Alien, o 8o Passageiro, quando a criatura sai do peito da primeira vítima. A escolha por duas câmeras para filmar a reação dos atores era pertinente, já que o elenco não fazia ideia do design da criatura -- além do fato sacana que o Ridley Scott mandou os contrarregras espirrarem sangue falso diretamente nos atores. Ou seja, eles iam mais reagir do que atuar e se queria pegar o máximo de detalhes. É o exemplo de como essa situação é rara.

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  11. The Movie Studios' Big 3D Scam

    Interessante -- li até o ponto onde ele deu um minor spoiler sobre Alice...

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  12. No matrix não foram usadas mais de uma câmera também? Lembro do lançamento na época que o filme tinha inovado as técnicas de filmagem, com mais de uma câmera, camera que gira 360º e varios outros "ha ha has" que eu nem lembro

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  13. Fábio, as várias câmeras de Matrix eram, na verdade, câmeras fotográficas e eram usadas para fazer o efeito de "bullet time" (aquelas cenas que os atores ficavam estáticos e a câmera parecia estar girando em torno deles -- este "giro" na verdade era uma sequência de fotografias).

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