sábado, 25 de julho de 2009

Acidentes Brasileiros na Fórmula 1: barbeiragens ou azar?

Hoje, com muito esforço, levantei da cama, acometido de poderosa gripe, e fui olhar um pouco de TV. Qual a minha surpresa ao dar de cara com um helicóptero alçando voo em pleno treino de Fórmula 1 do GP da Hungria. Logicamente, alguém tinha se machucado. Em seguida, ecoou a voz de Galvão Bueno (eterno portador de maus agouros), informando que o acidentado era Felipe Massa.

Em seguida, pude ver o quão estapafúrdio foi o acidente: o carro de Rubens Barrichello soltou uma peça no meio da pista e a peça, certeira, foi direto na cabeça de Massa. Atordoado com o impacto, ele passou reto por duas curvas e deixou a Ferrari parar na barreira de pneus. Resultado: uma concussão já operada e algumas semanas sem correr, provavelmente.

O acidente de Felipe Massa encontra eco nos demais acidentes acontecidos com brasileiros na Fórmula 1, que sempre têm uma tendência para o inusitado (ou ridículo mesmo). Fora o acidente que matou Ayrton Senna, o mais famoso e lembrado, temos uma lista invejável de grandes feitos pátrios nas pistas:

• O próprio Rubens Barrichello já teve o seu momento Vídeos Incríveis: nos treinos para o GP de Imola de 1994 (dois dias antes de Senna morrer), a sua Jordan decolou e por pouco não passou por cima da barreira de pneus, acertando a arquibancada próxima;

Maurício Gugelmin (lembram dele?) fez um forrobodó na largada do Grande Prêmio da França de 1989: tentou ganhar o máximo de posições, perdeu o ponto de frenagem e conseguiu bater em dois carros com sua March, a Williams de Thierry Boutsen (lembram dele também?) e a Ferrari de Nigel Mansel (este ninguém esquece...), pousando na caixa de brita de ponta-cabeça. Aliás, graças a este acidente (que envolveu quase todos os carros da corrida), até hoje eu assisto a largada de um GP esperando por uma colisão em massa;

• O mais espetacular, porém, fica com Christian Fittipaldi e sua Minardi: ao chegar em oitavo colocado no GP de Monza de 1993, o sobrinho de Emerson tentou passar o seu próprio companheiro de equipe e acabou fazendo um lindo looping, caindo de volta com as quatro rodas no chão e ultrapassando a linha de chegada;

• Até mesmo quando não estão correndo mais na F1, brasileiros podem ter acidentes incríveis – como é o caso de Nelson Piquet, que, ao sair da categoria, foi correr as 500 Milhas de Indianápolis e teve sorte de sair apenas com as duas pernas quebradas...

O certo é que Massa, agora em coma induzido, deve estar amaldiçoando Rubinho por este não ter se aposentado este ano...

16 comentários:

  1. Nesse mesmo ano de 1994, o da morte do Senna e do acidente do Barrichello, morreu o Rolland Ratzenberger, no treino da corrida fatal do Airton.

    Mas faladno de barbeirangens ou azar, pra mim é claro que foi falha mecânica, tanto no acidente do Senna quanto da peça do carro do Rubens que acertou em cheio o Massa.
    Alguém sabe aqui quanto custa UM carro de F1?

    Nunca vi um Gol soltando peça na estrada...

    ResponderExcluir
  2. E eu nunca vi um Gol correndo "no limite da máquina", da forma como os carros de F1 correm.

    Não acho que seja barbeiragem ou azar. Como essa lista de acidentes com brasileiros ao longo dos anos dá pra fazer uma lista de acidentes com alemães, franceses, ingleses ou qualquer outra nacionalidade. Aposto que estatisticamente os brasileiros estão na mesma média de acidentes impressionantes que todos os outros.

    Mas valeu pelos flashbacks da história do automobilismo, coisa que eu curtia acompanhar nos tempos de criança mas que eu me desiludi totalmente com o passar dos anos.

    ResponderExcluir
  3. Ah, pessoal, não estou xingando os pilotos brasileiros, estava só desenvolvendo um espírito cômico -- se bem que, se olharmos para os compatriotas motoristas que andam por aí, talvez muita coisa se explique.. ;)

    Mas que o Christian Fittipaldi e o Maurício Gugelmin conseguiram umas coisas inusitadas (assim como o Felipe Massa, coitado), isso é fato. E eu sou obrigado a achar que, no caso dos dois primeiros, bem, foi barbeiragem mesmo! :D

    E a ideia era essa: criar uma desculpa para este recapitula de corridas da nossa infância.

    Fábio, além do Ratzenberger (que era austríaco), do Senna e do Barrichello, também se acidentaram naquele dia o português Pedro Lamy (lembram dele também?), que se chocou na largada contra o finlandês J.J. Lehto, que não conseguiu arrancar. O pneu do e pedaços do carro de Lamy voaram em direção à arquibancada e feriram nove pessoas.

    Este GP estava feio mesmo...

    ResponderExcluir
  4. Só pra descontrair, tava assistindo agora no sportv ao programa "troca de passes", sobre futebol. Um comentarista saiu com essa : "O inter montou uma ferrari e deu pro barrichello guiar". hahahha. Moser

    ResponderExcluir
  5. HAHAHAHAHAHAHAHAHA! É um excelente comentário! :D

    ResponderExcluir
  6. Hisham, o que eu quis dizer na comparação do gol foi a diferença de valores, equipes e materias usados na fabricação, e tem gol andando no limite sim! um bando de doido no tarumã!

    ResponderExcluir
  7. Hisham, o que eu quis dizer na comparação do gol foi a diferença de valores, equipes e materias usados na fabricação,

    Quanto a essa parte, eu chutaria que a quantidade de grana e pesquisa que vai pra projetar um carro de linha deve ser comparável a fazer um F1! E o F1 é um carro muito mais "experimental", enquanto num carro de linha tudo tem que ser muito mais "garantido"...

    e tem gol andando no limite sim! um bando de doido no tarumã!

    Pior, tens razão!

    ResponderExcluir
  8. Me desculpem, pode ser até inconveniente a minha observação, mas... a peça que acertou o Massa TINHA QUE SER DO CARRO DO RUBINHO...

    Só podia ser ser o Chaves mesmo.

    E o cara agora tá em risco de não poder correr mais. Que situação, tchê...

    ResponderExcluir
  9. Uma das coisas legais da Fórmula 1 é que ela serve exatamente como laboratório de novas tecnologias automobilísticas, para posterior uso dos carros comerciais.

    Tem maluco andando no limite com fuscas, inclusive!

    ResponderExcluir
  10. Experimental sim, mas os custos de projetos são bem maiores, a maior parte dos carros de passeio tem projetos "reciclados", feitos a muito tempo atrás, o próprio gol novo, usa um motor de golf de 1998.

    Quanto a tudo ser "mais garantido", não concordo contigo, mesmo porque um gol não anda a 300km/h, tem que ter uma garantia sim, se vê isso no material usado no cockpit, discos de freio e carenagens, que são de fibra de carbono.

    ResponderExcluir
  11. Interessante o lance da idade dos projetos (e putz, demorei pra me dar conta que 1998 é mais de dez anos atrás)... isso amortiza o custo de projeto bastante!

    E acho que tu tem razão na questão da segurança... eu acredito que os caras se puxam na F1 também, mas de qualquer forma os pilotos lá tão muito mais cientes que estão arriscando a vida do que os motoristas nas ruas.

    Bom, sei lá, não manjo do assunto mesmo, sou meio desiludido com a coisa da F1, essa coisa do carro valer mais que o piloto, da falta de competitividade, dos esquemas da equipe mandando o que os pilotos têm que fazer, etc.

    ResponderExcluir
  12. Considerando o histórico de acidentes graves, a F1 é uma das competições mais tranquilas do automobilismo. A última morte ocorreu com Ayrton Senna, 15 anos atrás. E depois disso, não houve mais nenhum acidente grave que tenha deixado sequelas nos pilotos, pelo que me lembre.
    Por outro lado, tivemos uma morte ano retrasado na Stock Car, onde os carros andam em uma velocidade bem mais baixa. E para dar outro exemplo, o piloto Alex Zanardi que teve suas pernas amputadas em um acidente na Formula Indy.

    De qualquer forma, estes pilotos ganham bons salários e tem consciencia de que estão arriscando suas vidas, mesmo que se pense muito na segurança. Foda são os debilóides que fazem esse tipo de coisa com um carro na rua...

    ResponderExcluir
  13. Atualmente, a F1 parece ser mesmo a modalidade de corrida mais segura. Mas entre os anos 50 e 70, era coisa normal a média de um piloto morrendo por ano.

    Isso sem contar acidentes com fiscais de prova, membros de equipe, e com o público mesmo.

    ResponderExcluir
  14. Bah, Indianápolis era praticamente um moedor de carne humana!

    Para quem se interessar sobre segurança na F1, no G1 tem uma matéria sobre o capacete dos pilotos...

    ResponderExcluir
  15. Quero saber se o Roberto aprovou a seleção de acidentes que eu escolhi -- afinal, o entendido em automobilística aqui é ele. ;)

    ResponderExcluir