Há um mês atrás, o Moser escreveu uma curiosidade sobre o município de Montenegro durante o Censo Nacional de 2001. Na ocasião, comentei que a cidade (que, por acaso do destino, é onde eu nasci e me criei) era uma bela duma Sucupira, só que real — ou não.
Para confirmar a minha declarção, eis que Montenegro volta aos noticiários: a primeira morte por vírus da Gripe Suína no Rio Grande do Sul e do Brasil pode ter acontecido dentro dos limites montenegrinos. A vítima seria um engenheiro norte-americano — que teve a infelicidade imbecil de sair do mundo civilizado para morrer logo adivinhem onde.
Só que a cidade é tão estapafúrdia que, quando parece que vai acontecer algo inédito, que Montenegro será conhecida pelo mundo todo, vem alguém e rouba a primazia — no caso, Passo Fundo, outro município onde só acontecem coisas esdrúxulas, como o caso da gata que deu à luz uma ninhada de cachorrinhos.
O que esperar de uma cidade que teve um maníaco estuprador conhecido como Tarado Mascarado à solta por 18 anos e que elegeu um deputado que quer fazer um trem-bala ligando Porto Alegre à praia?
Eu disse: daqui um pouco Montenegro vai precisar de uma seção para si no Sol Desafinado...
domingo, 28 de junho de 2009
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Mas na disputa entre Passo Fundo e Montenegro, a primeira tem um baita trunfo: uma visita extraterreste, que inclusive foi apresentada no filme Sinais...
ResponderExcluirUlisses, tu que trabalhava como repórter investigativo (praticamente um Roberto Cabrini da região), ouviu falar de algum caso desse tipo em Montenegro?
Sim. Eu fiz uma matéria fantástica sobre o Monstro do Morro da Formiga. Foi assim (em formato pulp fiction):
ResponderExcluirEu estava numa tarde de trabalho como todas as outras, na redação do bravo diário interiorano de Montenegro, o Jornal Ibiá. Eis que uma das meninas da recepção me passa a ligação de um homem esbaforido, que afirmava ter encontrado pegadas mosntruosas no pátio dos fundos da sua casa, na encosta do Morro da Formiga.
Para ser mais exato, o local em questão é a zona do meretrício da cidade, onde aglomeram uma série de casinhas suspeitas nas bordas de uma sinuosa estrada não-asfaltada. As tais pegadas estavam no centro de um terreno de barro vermelho, úmido pelas chuvas recentes, nos fundos de uma residência de madeira. Eram apenas duas: uma mais profunda e nítida, e outra mais superficial. Não havia mais sinais além daqueles.
A pegada era de um canídeo -- eu sabia por causa das marcas das garras, o que descartava que fosse um felino (os gatos têm unhas retráteis, e os cães, fixas). No entanto, elas tinham um diâmetro impossível e que eu nunca vi, mesmo em cães grandes. Era um pouco maior do que um punho humano fechado. Fora isso, a distância entre as duas era de pouco mais de um metro, o que indicaria uma passada maior do que a de uma pessoa de alta estatura.
Mais instigante e misterioso que o tamanho colossal das duas pegadas (que teriam que ser feitas pelas patas de um cão de uns 200 quilos, pelo tamanho), era o fato de que o barro em torno delas estava liso, sem nenhuma outra marca. Se o animal tivesse simplesmente atravessado o terreno, teria que ter produzido uma trilha, não duas pegadas esparsas.
Em suma: uma espécie de cachorro, de enorme tamanho, provavelmente bípede, parecia ter pousado e decolado em seguida naquele pátio. Sim, era o que os populares agregados em torno da casa (com um grande número de mulheres cujas roupas indicavam sua honra -- se é que vocês me entendem...) começaram a pensar: o monstro teria que ser alado, e chegado ali voando.
Deixei os populares com suas impressões e relatos pouco precisos e clichezentos de barulhos ouvidos durante a noite. Falavam de chupacabras, de lobisomens, de onças. Voltei à redação do jornal e escrevi a matéria. Meu chefe não teve escrúpulos senão os sensacionalistas e pediu que inventássemos um nome para a estranha criatura.
O meu ceticismo, aliado ao meu rigor jornalístico, porém, fez-me entrar ir a fundo nesta história inexplicada. Entrei em contato com o curso de Biologia da Unisinos e pedi que um professor fizesse a análise das fotos que eu mesmo tirei das pegadas. A resposta demorou para vir, pois estávamos no período de férias. Duas semanas depois, veio a resposta: as pegadas não pertenciam a nenhum animal conhecido da fauna rio-grandense...
Não tivemos mais notícia do monstro depois disso. Talvez estivesse apenas de passagem, procurando chegar em Passo Fundo, quem sabe?
Ou, como eu acho, alguém inventou esta bobagem e forjou as pegadas para chamar a atenção, hehehe.
Ou talvez o ser estivesse de passagem vindo de Passo Fundo. Isto explica a origem do nome da cidade...
ResponderExcluirHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!
ResponderExcluirTchê... eu já contei pra você que trabalhei durante UMA SEMANA em Montenegro?
ResponderExcluirSim, na gloriosa TV CULTURA CANAL 53!
ResponderExcluirHAAAAAAAAAAAAAAA HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!
UMA SEMANA.
ResponderExcluirGravei um grupo de crianças FANTASIADAS que foi visitar a TV (!), o material FOI AO AR (!!), me deram a chave da TV, que tinha que deixar todo final do dia escondida numa moita do pátio da casa do diretor da TV (!!!), bati um carro da TV indo de Montenegro a São José (não foi culpa minha, mas isso não exclui a bizarrice do acontecido) - (!!!!), e fui resgatado por um colega da TV que me levou à casa do ex-jogador de vôlei Gilson "mão de pilão" (um dos donos da TV Cultura de Montenegro na época ((!!!!!!))), que me ofereceu um farto café da tarde em sua mansão montenegrina (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!).
É muita bizarrice pra uma semana. E ainda por cima me pagavam R$ 100,00 - CEM REAIS - pelo trabalho.
Logicamente eu desisti do estágio.
TV Cultura tinha um gênio da reportagem, Júlio Moraes, o cara que chegava da rua com as matérias já montadas na câmera. Merece um post um dia desses. :D
ResponderExcluirCAAAAAAARALHO! Tava tentando lembrar o nome dele! Esse louco me deu uma "aula" de videorreportagem no primeiro dia do meu estágio relâmpago. Tinha um colega meu que tinha em DVDs vários "bloopers" dele e de outros colegas gravados - inclusive gafes que foram ao ar, coisa não muito rara na emissora.
ResponderExcluirConta aí, Chico, qual foi a aula?
ResponderExcluirO cara que registrou esses bloopers, se eu não me engano, se chama Émerson. Esse tem material para pôr no YouTube!
Roberto, lembrei de um evento que faz Montenegro ganhar de passo fundo: o tornado que atingiu a cidade no passado! :D
ResponderExcluirTalvez causado pelo bater de asas do Monstro do Morro da Formiga...
O que eu mais gostei foi que o slogan do jornal "O Progresso" é "a tradição que permanece".
ResponderExcluirHAHAHAHAHA!
ResponderExcluirO Progresso é um dos jornais mais antigos em circulação no estado. Foi fundado em 1901 e tem uma edição semanal. E, quando eu trabalhava na concorrência, o Jornal Ibiá, O Progresso era vítima de muitas chacotas -- por ser pavorosamente ruim, lógico...
Mas pelo menos O Progresso tem um nome mais pomposo. Dá mais aquele ar de "credibilidade austera"... Ibiá parece nome de uma das 398725938102 emissoras que formam a Rede GauchaSat.
ResponderExcluir(Cara, um dia alguém tinha que gravar uma transmissão de jogo na Gaúcha e contabilizar o tempo gasto (a) em propagandas e (b) elencando as emissoras da Rede GauchaSat.)
HAAAAAAAAAAAAAAA HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! Rede GauchaSat!
ResponderExcluirHisham, na próxima vez que eu for a Montenegro, vou comprar um "O Progresso" pra ti. Tem razão, há que se respeitar um jornal cujo site oficial é um blog. :D
Ele é "antenado nas novas tendências". E o Ibiá, já tem Twitter?
ResponderExcluirMal e mal tem comunidade no Orkut, o que dirá Twitter...
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