terça-feira, 16 de junho de 2009

Rock x Drugs

Quem de vocês já teve, como eu, associações na sua vida, principalmente profissional, entre curtir rock x uso de drogas? Eu tive, sobretudo quando sabiam da minha fissura por Pink Floyd, pois parece que para os leigos, quem curte PF é drogado. "Viajando hein?" foi um dos comentários que ouvi quando ouvia PF enquanto trabalhava.

17 comentários:

  1. Em tom de brincadeira, mas sim, já passei por essa situação.

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  2. Ih... várias vezes... nunca em casa pela família, ainda bem - pelo contrário, sempre fui incentivado a entrar no mundo da música e do rock, quando viram que eu tinha o interesse. Mas em outros lugares já ouvi isso, sim.

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  3. Eu nunca.

    Mas vamos combinar: a associação existe. Obviamente "nem todo roqueiro é drogado", blablabla. Mas a intersecção entre o mundo do rock e o mundo das drogas é enorme.

    Na relação entre rock e drogas, por um bom tempo, especialmente na fase seminal dos anos 60, o "culto às drogas" fez parte, sim, da subcultura do rock. "Sexo, drogas e rock'n'roll", não era esse o "lema" afinal? Isso ficou estigmatizado. E o consumo de drogas continua fazendo parte significativa no mundo do rock até hoje. E continua sendo glorificado, com o culto ao estilo "junkie" que se vê nas constantes notícias sobre Amy Winehouse e a nas eternas e divertidas lendas do Keith Richards.

    De qualquer forma, preconceito é preconceito.

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  4. Jorginho, de Curitiba.17 de junho de 2009 às 15:22

    O pior é usar drogas e todo mundo achar que tu é roqueiro, ou músico e tal... Esses roqueiros...
    Sou só um agente de viagens mas constantemente sou confundido e sofro um grande preconceito.

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  5. HAHAHAHAHAHAHAHAHA

    Genial. :)

    Bom, e no campo das relações musicais-psicoativas, o que falar do reggae? :)

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  6. Sou fã incondicional do Pink Floyd e já ouvi esse tipo de piadinha. Não faz mal, eu sei que o PF me basta para fazer uma viagem.

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  7. É como o Hisham falou, no momento em que o rock começou a se desvincular da música pop, teve aquele monte de músicos se drogando. Depois começou a morrer uma galera, a coisa deu uma aliviada, mas enfim: a associação ficou.

    Preconceito é foda!
    E quanto ao reggae... bem... er...

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  8. no momento em que o rock começou a se desvincular da música pop, teve aquele monte de músicos se drogando

    E em que momento foi esse? 195x? Lá em Hamburgo os Beatles já se acabavam nas boletas. Antes disso, na galera do jazz já tinha um monte de junkies e o alcoolismo rolava solto no blues, que é o pai do rock. Acho que o rock meio que já nasceu sob o estigma da podreira...

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  9. Sim, o jazz sempre teve seus viciados em heroína, incluindo grandes divas. Mas o jazz e o blues nunca foram um gênero de grandes massas, so to speak.

    O momento ao qual me referia é a segunda metade dos 1960's, quando o rock deixou de ser um subgênero do pop pra se popularizar de vez. Teve também a descoberta do LSD pela gurizada. Penso que tudo isso influenciou na associação que o Sílvio trouxe no post.

    E quanto ao reggae... er... preconceito é foda!

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  10. Se tu pensar em jazz do tipo Glenn Miller e Frank Sinatra, era música de massa sim!

    E eu acho que o rock pré-segunda-metade-dos-1960s não tinha tanta inocência assim. A música sim, mas os músicos...

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  11. Droga e arte em geral sempre vão andar juntos, o artista é um inquieto, geralmente sem preconceito(pelo menos com drogas, hehe. Aqui na grande POA se fuma maconha como se toma chimarrão no resto do estado, os queridinhos e galãs da TV Rio estão todos "caindo".

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  12. Isso deve acontecer comigo até hoje, já que eu ainda tenho associado ao fato de gostar de rock o cabelo comprido e o guarda-roupas de camisetas pretas -- fora que o envolvimento com cinema, aquela coisa de gente louca.

    Consumo de drogas envolvendo artistas (e não só músicos em si) é notório desde sei lá eu quando.

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  13. Eu acho que essa relação entre drogas e artistas tem mais a ver com o papel "marginal, outcast, alternativo" a que o artista é designado dentro da estrutura social do que com a natureza do artista em si (isto é, o ímpeto que o fez pegar um lápis, um pincel, uma guitarra ou uma câmera a primeira vez).

    Vide o monte de junkies que "andam junto" nesse meio alternativo e nunca fizeram nada artístico que o valha, e de outro lado os artistas que nunca se envolveram com drogas e são largamente alheios a essa cena toda.

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  14. Fato, Hisham, é a associação que é antiga, não o consumo em si.

    Acho interessante que os criadores do estilo "sexo, drogas e rock 'n' roll" são anteriores ao rock em pelo menos um século -- aqueles poetas do Romantismo, que curtiam uma orgia, adoravam o macabro, se chapavam com o que tinha à epoca e curtiam uma polêmica no século XIX.

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  15. Mas Hisham, voltemos à associação... se eu disser pra alguém que eu toco numa banda de jazz (ainda mais de óculos e com roupas do trampo), tu acha que haveria associação com droga? Muito pelo contrário...

    A palavra chave aqui é juventude, que deixava de ser submissa aos pais nos 60's. O Rock foi coadjuvante nesse processo, assim como as drogas, o sexo cada vez mais liberal... - ah, tem essa outra associação, muitas vezes que eu comentei que toco em banda, me disseram "Bah, tu deve pegar um monte de mulher né?"

    Pfffff...

    Enfim, são associações... e aqui estamos tentando adivinhar de onde elas vieram.

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  16. Hoje um músico de jazz não parece mais drogado do que um músico erudito, porque -- atualmente -- jazz e música "clássica" são considerados Altas Artes, coisas de gente muito culta.

    Acho que não é rock em si, simplesmente, mas aquelas formas de arte que têm maior aproach popular e que tem toda uma outra cultura em torno. Se um ator, por exemplo, se dedicar a peças marginais durante a sua carreira, pode ser associado a coisas proibidas -- portanto, às drogas. Se ele, do contrário, só encenar Sófocles e Eurípedes, por mais que fume, sei lá, crack, o seu público não acreditará nesta associação.

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  17. Eo cara que passa por ti na rua de farol baixo e camiseta do planet hemp?

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