terça-feira, 16 de junho de 2009
Rock x Drugs
Postado por
Silvio Moser
às
23:50
Quem de vocês já teve, como eu, associações na sua vida, principalmente profissional, entre curtir rock x uso de drogas? Eu tive, sobretudo quando sabiam da minha fissura por Pink Floyd, pois parece que para os leigos, quem curte PF é drogado. "Viajando hein?" foi um dos comentários que ouvi quando ouvia PF enquanto trabalhava.
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Em tom de brincadeira, mas sim, já passei por essa situação.
ResponderExcluirIh... várias vezes... nunca em casa pela família, ainda bem - pelo contrário, sempre fui incentivado a entrar no mundo da música e do rock, quando viram que eu tinha o interesse. Mas em outros lugares já ouvi isso, sim.
ResponderExcluirEu nunca.
ResponderExcluirMas vamos combinar: a associação existe. Obviamente "nem todo roqueiro é drogado", blablabla. Mas a intersecção entre o mundo do rock e o mundo das drogas é enorme.
Na relação entre rock e drogas, por um bom tempo, especialmente na fase seminal dos anos 60, o "culto às drogas" fez parte, sim, da subcultura do rock. "Sexo, drogas e rock'n'roll", não era esse o "lema" afinal? Isso ficou estigmatizado. E o consumo de drogas continua fazendo parte significativa no mundo do rock até hoje. E continua sendo glorificado, com o culto ao estilo "junkie" que se vê nas constantes notícias sobre Amy Winehouse e a nas eternas e divertidas lendas do Keith Richards.
De qualquer forma, preconceito é preconceito.
O pior é usar drogas e todo mundo achar que tu é roqueiro, ou músico e tal... Esses roqueiros...
ResponderExcluirSou só um agente de viagens mas constantemente sou confundido e sofro um grande preconceito.
HAHAHAHAHAHAHAHAHA
ResponderExcluirGenial. :)
Bom, e no campo das relações musicais-psicoativas, o que falar do reggae? :)
Sou fã incondicional do Pink Floyd e já ouvi esse tipo de piadinha. Não faz mal, eu sei que o PF me basta para fazer uma viagem.
ResponderExcluirÉ como o Hisham falou, no momento em que o rock começou a se desvincular da música pop, teve aquele monte de músicos se drogando. Depois começou a morrer uma galera, a coisa deu uma aliviada, mas enfim: a associação ficou.
ResponderExcluirPreconceito é foda!
E quanto ao reggae... bem... er...
no momento em que o rock começou a se desvincular da música pop, teve aquele monte de músicos se drogando
ResponderExcluirE em que momento foi esse? 195x? Lá em Hamburgo os Beatles já se acabavam nas boletas. Antes disso, na galera do jazz já tinha um monte de junkies e o alcoolismo rolava solto no blues, que é o pai do rock. Acho que o rock meio que já nasceu sob o estigma da podreira...
Sim, o jazz sempre teve seus viciados em heroína, incluindo grandes divas. Mas o jazz e o blues nunca foram um gênero de grandes massas, so to speak.
ResponderExcluirO momento ao qual me referia é a segunda metade dos 1960's, quando o rock deixou de ser um subgênero do pop pra se popularizar de vez. Teve também a descoberta do LSD pela gurizada. Penso que tudo isso influenciou na associação que o Sílvio trouxe no post.
E quanto ao reggae... er... preconceito é foda!
Se tu pensar em jazz do tipo Glenn Miller e Frank Sinatra, era música de massa sim!
ResponderExcluirE eu acho que o rock pré-segunda-metade-dos-1960s não tinha tanta inocência assim. A música sim, mas os músicos...
Droga e arte em geral sempre vão andar juntos, o artista é um inquieto, geralmente sem preconceito(pelo menos com drogas, hehe. Aqui na grande POA se fuma maconha como se toma chimarrão no resto do estado, os queridinhos e galãs da TV Rio estão todos "caindo".
ResponderExcluirIsso deve acontecer comigo até hoje, já que eu ainda tenho associado ao fato de gostar de rock o cabelo comprido e o guarda-roupas de camisetas pretas -- fora que o envolvimento com cinema, aquela coisa de gente louca.
ResponderExcluirConsumo de drogas envolvendo artistas (e não só músicos em si) é notório desde sei lá eu quando.
Eu acho que essa relação entre drogas e artistas tem mais a ver com o papel "marginal, outcast, alternativo" a que o artista é designado dentro da estrutura social do que com a natureza do artista em si (isto é, o ímpeto que o fez pegar um lápis, um pincel, uma guitarra ou uma câmera a primeira vez).
ResponderExcluirVide o monte de junkies que "andam junto" nesse meio alternativo e nunca fizeram nada artístico que o valha, e de outro lado os artistas que nunca se envolveram com drogas e são largamente alheios a essa cena toda.
Fato, Hisham, é a associação que é antiga, não o consumo em si.
ResponderExcluirAcho interessante que os criadores do estilo "sexo, drogas e rock 'n' roll" são anteriores ao rock em pelo menos um século -- aqueles poetas do Romantismo, que curtiam uma orgia, adoravam o macabro, se chapavam com o que tinha à epoca e curtiam uma polêmica no século XIX.
Mas Hisham, voltemos à associação... se eu disser pra alguém que eu toco numa banda de jazz (ainda mais de óculos e com roupas do trampo), tu acha que haveria associação com droga? Muito pelo contrário...
ResponderExcluirA palavra chave aqui é juventude, que deixava de ser submissa aos pais nos 60's. O Rock foi coadjuvante nesse processo, assim como as drogas, o sexo cada vez mais liberal... - ah, tem essa outra associação, muitas vezes que eu comentei que toco em banda, me disseram "Bah, tu deve pegar um monte de mulher né?"
Pfffff...
Enfim, são associações... e aqui estamos tentando adivinhar de onde elas vieram.
Hoje um músico de jazz não parece mais drogado do que um músico erudito, porque -- atualmente -- jazz e música "clássica" são considerados Altas Artes, coisas de gente muito culta.
ResponderExcluirAcho que não é rock em si, simplesmente, mas aquelas formas de arte que têm maior aproach popular e que tem toda uma outra cultura em torno. Se um ator, por exemplo, se dedicar a peças marginais durante a sua carreira, pode ser associado a coisas proibidas -- portanto, às drogas. Se ele, do contrário, só encenar Sófocles e Eurípedes, por mais que fume, sei lá, crack, o seu público não acreditará nesta associação.
Eo cara que passa por ti na rua de farol baixo e camiseta do planet hemp?
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