sábado, 20 de junho de 2009

Os filmes-catástrofe chegam ao Brasil!

Apenas para não deixar a semana sem um post sobre cinema:

Foi divulgado nesta quinta-feira o trailer do novo filme do diretor Roland Emmerich, "2012". É mais um exemplar da fórmula mágica descoberta por ele, a de juntar as histórias de um subgênero muito popular na década de 1970, os filmes-catástrofe, com tramas de sci-fi e portentosos efeitos especiais.

"2012" se baseia no que podemos chamar de uma "lenda urbana arqueológica" sobre o calendário maia, que diria que o mundo sofreria uma grande hecatombe em 21 de dezembro de 2012 -- o famoso apocalipse maia.

O engraçado do trailer é que, finalmente, estas destruições globais chegaram à América do Sul. Aos 36 segundos do trailer, vemos o Cristo Redentor entrando em colapso! É Hollywood dando bola para o Terceiro Mundo.

(O trailer termina com o que vai ser provavelmente a cena mais legal do filme, em que Emmerich conseguiu imaginar um jeito totalmente novo de destruir a Casa Branca. Vale a pena!)

O diretor Emmerich sempre tentou ser um novo Mestre da Fantasia. Citou Spielberg ao fazer filmes sobre ETs bonzinhos, ainda quando morava na Alemanha, criou sua prórpia mitologia guerreira antes mesmo de Peter Jackson, inspirou-se em George Lucas ao dar início a sua franquia de histórias intergaláticas. Até mesmo reproduziu em Hollywood um famoso subgênero cinematográfico estrangeiro -- no caso, o daikaiju japonês ao refilmar um clássico. E, no melhor estilo Stanley Kubrick, investiu em diferentes estilos, incluindo o drama histórico. Mas fez virou marca registrada ao destruir o mundo em Independence Day e O Dia Depois de Amanhã.

Tchê, que inveja desse sujeito... Esse pode dizer que se diverte!

22 comentários:

  1. Provavelme o Cristo deve ter sido citado pelo fato de ele ter se tornado a mais votada maravilha do mundo dos tempos modernos ;)

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  2. O filme do hulk do ano passado começa no Rio, mostra o cristo e as favelas

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  3. Mais uma coisa, os hollywoodianos tem que aprender que aqui se fala português, não portunhol. Os diálogos do filme do Hulk na parte que se passa no brasil são horríveis.

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  4. Este descuido dos realizadores é irritante. Outros filmes passados supostamente no Brasil sofrem do mesmo mal: figurantes falando um português tão mal que, aqui, precisa de legenda (tais como "Stigmata" e o ma-ra-vi-lho-so "Anaconda").

    Mas este desleixo -- ou preconceito mesmo -- não é exclusividade em relação ao português. Lembro que o público na Finlândia ficou furioso ao ver um personagem finlandês em "A Senha - Swordfish" (2001), que, ao pretensamente se expressar em sua língua pátria, falava outra língua qualquer.

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  5. E o Cristo era um dos monumentos mundiais que faltavam ser destruídos nos últimos tempos. Em "Indepence Day", vemos as naves extraterrestres sobre Sidney e sobre as Pirâmides; em "Armaggedon", Paris é destruída -- fora as infindáveis vezes que Nova York foi para o saco.

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  6. Nova Iorque foi pro saco em 2001, desculpa a cretinice, mas o WTC caindo foi melhor que quaquer filme.

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  7. Bin Laden é um gênio desacreditado da arte de dramatizar, com certeza -- porque o impacto visual dos atentados foi muito mais superlativo do que as mortes ou o prejuízo financeiro.

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  8. Voltando um pouquinho a historia, lembrei de uma cena do filme Sinais, com o Mel Gibson, onde a aparicao de um dos ETs eh mostrada como uma filmagem amadora feita em uma festa de aniversario infantil, em Passo Fundo, e nesta gravacao as criancas gritam: "Tah ali, ali atras, ali atras, BEHIND...". Eh muuuuita falta de nocao!
    ... e o pior que estas cenas onde o Brasil eh citado (cena do tal aniversario) foram gravadas no Mexico.

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  9. uauahahuahu, cenas no méxico! não sabia disso!

    E no hulk mostra na legenda (em inglês) - Rocinha - Brazil, como se fosse uma cidade ou municipio.

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  10. Sobre o ano de 2012... bom, é uma boa possibilidade que os maias apenas tenham calculado o calendário até certo tanto e depois encheram o saco e pensaram "bom, quando chegar mais perto a gente continua".

    O pessoal do Clock of the Long Now tem o projeto de construir um mega-relógio que dure até o ano 10000, que fique como legado pras gerações futuras. O problema é se lá no ano 10000 eles interpretarem o "odômetro" do relógio zerando como sendo um alerta apocalíptico da nossa geração...

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  11. A maior parte dos filmes norte-americanos são gravados no México ou no Havaí -- como é o caso do último Indiana Jones, onde as cenas de floresta amazônica foram todas feiras nas ilhas do Pacífico.

    Foi o pessoal do filme "Bem-vindo à Selva", com o The Rock, que afirmou que se pensava em, de fato, gravar na Amazônia (aliás, este também é uma coleção de absurdos de lesa-geografia). Porém, ao virem para o país procurarem por locações, foram assaltados. Resolveram fazer mesmo no Havaí.

    Por isso que foda mesmo é o Stallone... ;D

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  12. Já sobre o Calendário Maia, a explicação é menos prosaica do que cansar de calcular (já que alguns cálculos para o passado chegaram aos milhões de anos).

    Na verdade, os maias desenvolveram um sistema de dois calendários, um de 365 dias e outro de 260, o primeiro para a vida cotidiana e o segundo para a vida religiosa -- por assim dizer, um calendário secular e um calendário sagrado. Os dois corriam juntos e o momento em que se juntavam (o que acontecia a cada 52 anos) era o início de um novo período, um novo "século", por assim dizer.

    Através de intrincadas elaborações, os maias tentavam prever quando terminaria a sua era, o momento em que a sua civlização passaria por uma espécie de holocausto.

    Aí é preciso saber que as culturas mesoamericanas (maias, olmecas, astecas e os hipotecas) tinham uma fortíssima cultura apocalíptica. Elas criam que o mundo vivia em delicado equilíbrio, que poderia ser rompido a qualquer segundo. Elas acreditavam que viviam em eras - ou Sol. Ao final de cada Sol, aconteceria uma hecatombe de algum tipo e o mundo se renovaria. Os maias acreditavam, através de sofisticadas convergências de seus dois calendários, que o seu fim aconteceria no dia equivalente ao nosso 21 de dezembro de 2012.

    Acabou acontecendo bem antes, pelo jeito.

    Os astecas (civilização posterior aos maias), por exemplo, acreditavam estarem vivendo no Quinto Sol, que começou depois da derrocada dos maias e que teria terminado com a invasão espanhola.

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  13. maias, olmecas, astecas e os hipotecas

    Isso foi pra conferir se os alunos estavam prestando atenção? :)

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  14. Mas é claro! Já ouviste falar do conceito de "Citação à Obra Culta"? :D

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  15. Não, do que se trata? (Pelo smiley, eu devo ter perdido a piada.)

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  16. Quer uma resposta mais elaborada ou serve uma mais sumária? Foi algo que eu aprendi há dez anos atrás e eu não lembro direito do nome da teoria e nem do autor... Para a mais elaborada, portanto, preciso catar os meus alfarrábios publicitescos.

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  17. A suméria me falta agora... :D

    Quando eu fiz a excelente (e extinta) disciplina de Cultura e Estética de Massa, estudamos um cara que fez a teoria do bestseller (ou nome do gênero), em que o conceito se ampliaria da literatura para outras formas narrativas de grande sucesso popular. Todo o bestseller precisaria de quatro elementos (base mítica, moral da história e citação à obra culta -- e um quarto elemento que eu não lembro).

    A citação à obra culta é fazer uma relação direta, dentro da narrativa, a algo considerado de Alta Arte. "Tubarão", por exemplo, encontra ecos óbvios em "Moby Dick".

    E como para certa parcela de nossa população Chaves é uma obra clássica, portanto culta. ;D

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  18. Hisham, não sei se eles vão interpretar o ano 10.000 como apocalíptico. Acho que eles vão estar muito preocupados com o bug do ano 10.000!

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  19. Tem também o Planeta X (Nibiru,Marduk) que os Sumérios relatavam existir. Este planeta passaria muito perto da Terra e segundo os menos céticos isso deverá acontecer em 2012.

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  20. Uau, essa é tão bizarra que eu confesso que cheguei a botar no Google pra ver se era piada ou era sério! E não é que é mesmo???

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  21. É engraçado, aliás, que a história do Planeta X não tenha sido utilizada recentemente, com a facilidade de se fazer efeitos especiais, para alguma produção cataclísmica.

    (Até foi tema de uma ficção-científica da década de 50, "When Worlds Collide")

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