quinta-feira, 11 de junho de 2009

O que é rock "progressivo" hoje?

Taí um tema em que eu penso de tempos em tempos. Quem me conhece sabe duas coisas: que eu sou fã de prog rock e que eu não sou apegado ao vintage. Pro pessoal que se diz "purista", a pergunta tem uma resposta simples, já que pra eles prog rock é levada em 7/8 e solos de minimoog: aí então rock progressivo hoje são as bandas que recriam os sons dos anos 70, o chamado "neo-prog", tipo Flower Kings. Eu já vejo a coisa por outro ângulo: a proposta do rock progressivo nos anos 70 era justamente "progredir", avançar o estado da arte e as fronteiras do que era considerado rock.

Como diz o Deleuze, ao invés de repetir o que os antepassados já disseram (ou tocaram), eu acho que o legal mesmo é "fazer o que eles fizeram": criar novos sons e tentar avançar o estado da arte. Olhando por esse prisma, quem está "progredindo" atualemente? O que é o rock verdadeiramente "progressivo" dos dias de hoje? Não tenho respostas, mas olhando em volta dá pra ver alguns candidatos:


Música eletrônica? - Já ouvi de várias pessoas, dito de diferentes formas, que a música eletrônica seria o passo seguinte ao rock no grande andar da música. Eu discordo, até porque acho dizer isso um desserviço à música eletrônica. São dois "grandes gêneros" diferentes, cheios de subgêneros, e com alguma intersecção. Mas o mesmo pode-se dizer entre o rock e o jazz. Aliás, as conversações entre o rock e o jazz são um ingrediente importante do rock progressivo. Da mesma forma, no que eu vejo de mais "progressivo" por aí hoje, sempre há o elemento da música eletrônica, que aliás flerta com o prog desde sempre, sem que necessariamente uma coisa vire a outra.

Radiohead? - Bom, falando de bandas mesmo, taí uma que flerta com o eletrônico e que tem uma natureza bem inovadora. Como já estão aí desde os anos 90, não sei se são o melhor exemplo pra falar do som de "hoje", mas os caras com certeza seguem fazendo algo bem atual (bom, "contemporaneidade" não é necessariamente uma qualidade... mas "soar datado" usualmente é tido como um demérito). A atitude experimental, o status cult e as frequentes comparações onde eles são tidos como "o Pink Floyd dos dias de hoje" permite ver o Radiohead como herdeiros da atitude progressiva, embora eles próprios rejeitem veementemente as comparações com o Floyd.

Porcupine Tree? - Já essa outra banda admite abertamente os paralelos com o Pink Floyd, embora digam que sejam mais apropriados pro começo de carreira. Perdi a conta de quantos amigos meus antenados em prog e em som mais modernos me recomendaram essa banda até que eu finalmente ouvi. Gostei de muita coisa, mas do que eu ouvi acho que eles são mais agentes de síntese (produzindo através da combinação de influências) do que uma banda que, a partir de coisas existentes, gera uma nova, estilisticamente falando.

Dream Theater? - Já estes aqui pegaram coisas à sua volta e produziram uma outra totalmente diferente. Eles pintaram no radar no final dos anos 80 e montaram uma sólida base de fãs nos anos 90 juntando o progressivo mais "roqueiro" do Rush com a pegada metal do Metallica. Acabaram virando os expoentes principais de um novo subgênero, o "prog metal" (iniciado por bandas como Fates Warning e Queensryche) e de certa forma acabaram também se limitando nele. Apesar de achar os primeiros discos geniais, não acho que o DT esteja "progredindo" hoje, artisticamente falando. Pra quem curte metal, é um prato cheio.

The Mars Volta? - Se o Dream Theater começou a ficar previsível, do Mars Volta a única coisa que dá pra prever é que você não sabe de onde pra onde a música está indo. Embora hoje a gente coloque as bandas prog dos anos 70 todas no mesmo balaio, se você parar pra ver elas eram bastante diferentes entre si (e a maioria rejeitava o rótulo de "progressivo"). The Mars Volta tem uma sonoridade que não dá pra classificar direito e uma veia tensa que me remete à sensação de ouvir King Crimson, mesmo não soando nada parecido com eles. Talvez esses caras sejam a prova de que dá pra inovar no rock hoje em dia; ou talvez o Omar Rodríguez-López seja simplesmente doido.

Muse? - Se o Mars Volta manda ver na doideira, o Muse consegue fazer a doideira e ainda por cima lotar Wembley. Fazia tempo que não aparecia uma banda, seja no cenário mainstream, seja no alternativo (o que quer que isso signifique) que alie a sensibilidade pop -- isto é, a capacidade de fazer músicas que a gurizada de hoje curta -- à capacidade técnica: os arranjos dos caras não devem nada pra ninguém. Ano após ano eles ganham os BRIT Awards de "Best Live Band" e o Nicky Wire do Manic Street Preachers chamou eles de "o Rush dos dias de hoje" (bom, há quem diga que o Rush é "o Rush dos dias de hoje", mas vocês entenderam o que ele quis dizer). Ah, e tanto o Mars Volta como o Muse têm capas de discos feitas pelo Storm Thorgerson, famoso pelas capas do Led Zeppelin e Pink Floyd. Coincidência?

Coheed and Cambria? - Outro aspecto do progressivo clássico, importante pra uns e ignorado por outros, é a viajandice das letras e temáticas. Se nos anos 70 os caras piravam fazendo odes baseadas no Rei Arthur, Senhor dos Anéis e coisas do tipo, hoje em dia existe uma banda de Nova York cuja série de álbuns é uma grande odisséia futurista baseada numa graphic novel escrita pelo próprio vocalista da banda. Nada tão surpreendente, não fosse o fato de a imprensa não se decidir se classifica a banda como rock progressivo ou como emo! É fazendo essa estranha mistura que os caras conseguem levar riffs em compassos quebrados para o Top 10 da Billboard. O resultado não faz a minha cabeça, mas pelo visto tem muita gente por aí que gosta.

Sigur Rós e o pós-rock? - Se o rock progressivo era considerado pretensioso nos anos 70, o que dizer de um estilo que no próprio nome se coloca como algo além do glorioso rock and roll? Claro que as bandas não têm nada a ver com esses rótulos, mas a esquisitice do tal do pós-rock fez com que os críticos pintassem eles assim. Eu sei que pelo menos uma pessoa vai me odiar por dizer isso, mas uma vez eu falei meio-sério meio-brincando que "Sigur Rós é Pink Floyd em câmera lenta sem as letras inteligentes". Me sinto um pouco "crítico idiota de revista" fazendo uma declaração só-pra-gerar-polêmica dessas, mas tem um fundo de verdade na brincadeira que resume bem o que eu acho dessas bandas. Elas pegaram determinados elementos que se explorou de forma às vezes incipiente no progressivo -- o som atmosférico, o foco na "textura sonora" -- e fizeram disso o plano central da música.

Bandas indie experimentais tipo Battles e Holy Fuck? - Se essas bandas que eu citei antes têm algumas influências meio óbvias de bandas progressivas, tem um pessoal por aí que, à primeira vista, só compartilham com o prog o gosto pelo experimentalismo e as estruturas meio sem pé nem cabeça. Eu me pergunto se essas não são as características mais importantes. O Battles faz um som muito bem sacado, e a proposta do Holy Fuck de tocar música de estilo eletrônico mas de forma orgânica produz um resultado bem peculiar. Tem muita banda por aí com ideias excelentes que soam extremamente originais... o problema é achar!

Pois é, não falta gente por aí testando os limites do rock e fazendo muita música boa no processo. Tem gente chamando bandas como Muse, Coheed and Cambria e Mars Volta de "new prog". Não sei se é um bom rótulo porque elas não soam nada parecidas e definitivamente não formam um "movimento", mas elas estão aí mantendo a viva a tocha da ideia de que rock não precisa ser só música de três acordes. Quem diz que hoje em dia o rock saturou e que a era da inovação já passou, que fique abraçado no seu mellotron dos anos 70!

19 comentários:

  1. Muito bom esse post. Várias bandas que não conheço citadas que vou procurar. Tenho ouvido bastante sons com veia progressiva ultimamente incluindo aí também o Porcupine Tree que considero muito bom. Outra banda que gosto bastante é MindFlowers que é uma banda húngara se não me engano e fazem um rock instrumental com influências das mais diversas. A banda que tenho escutado mais ultimamente é Opeth. O som deles costuma ser chamado de "death metal progressivo" provavelmente por existirem boa parte das músicas tendo vocais guturais mas em alguns albuns essa característica vocal é totalmente inexistente como no álbum Damnation. Os melhores álbuns na minha opinião são o Blackwater Park e Ghost Reveries.

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  2. Valeu! Não sou exatamente fã de todas as bandas citadas, mas acho que deixei transparecer o quanto eu gosto ou não de cada uma delas e ainda assim tentar dar indicações boas mesmo pra quem não compartilhar dos meus gostos. :) E os links nos nomes ali são pros myspaces oficiais de cada uma... ninguém melhor que a própria banda pra escolher os sons que elas querem usar como cartão de visita. :)

    E ah, me obriguei a reproduzir aqui um trecho de conversa que ocorreu há alguns segundos no MSN:

    (11:24:19 PM) Chico: mto bom teu post
    (11:24:26 PM) Chico: vou escrever um comment amanhã
    (11:25:58 PM) Hisham: depois que eu escrevi achei muito comprido
    (11:26:11 PM) Chico: nananão
    (11:26:11 PM) Hisham: poderia muito bem ter sido publicado em partes 1, 2 e 3
    (11:26:27 PM) Chico: ESSE É O ESPÍRITO DO PROGRESSIVO
    (11:26:33 PM) Hisham: HAHAHAHAHAHAHAHHAHAHHAHAHA
    (11:26:42 PM) Chico: hehehe
    (11:26:50 PM) Hisham: *EU JURO* que não tinha feito essa associação! :)

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  3. Boa, Hisham! Um post com espírito "prog", longo, sem "radio edit".

    E, BTW, ótimo texto! :) Amanhã postarei um comentário igualmente progressivo, pois tenho bastante a colaborar com o assunto.

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  4. Bom, vamos à odisséia:

    Como alguns já perceberam, eu e o Hisham fechamos quanto à questão "vintage x moderno" (http://soldesafinado.blogspot.com/2009/06/vintage-ou-moderno.html). Portanto, não vou nem me ater ao prólogo que ele criou no início deste texto, pois fecho com o que ele falou. Simples assim.

    Vamos por partes, numa coisa meio polirrítmica em 7/8:

    - Dizer que a música eletrônica é o próximo passo além do rock é associar dois gêneros muito díspares em vários aspectos que, sim, caminham juntos em vários discos (bons) de vários artistas, mas que, em suas bases, são muito diferentes. Vejam bem: não estou dando uma de roqueiro fanático e dizendo que fico ofendido com os que pensam que a música eletrônica é uma evolução do rock. Apenas penso que esta comparação seria como dizer que o jazz é uma evolução da música erudita, por exemplo.

    - O Radiohead eu considero como uma banda progressiva, no melhor sentido deste conceito. Além da questão sonora citada pelo Hisham, eu colocaria no balaio deles toda uma estética audiovisual que vem influenciando inúmeras bandas (desde o "Ok Computer", ao menos), experiências e elementos visuais nos videoclipes e nos shows (o Hisham pode detalhar melhor a questão do show; quem quiser ver, basta procurar pelos shows deles no Brasil este ano, tem muito material no YouTube; quanto a clipes, vejam este: http://www.youtube.com/watch?v=8nTFjVm9sTQ - existe uma versão dele em que a gente pode mexer na perspectiva da "câmera" em tempo real, quando achar, posto aqui. Além disso, tem inúmeros videos no youtube mostrando o making of deste clipe, vale ver).

    CONTINUA...

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  5. - O Porcupine Tree é, de uns tempos pra cá, uma das bandas que eu mais curto ouvir, principalmente pelos climas e dinâmicas nas músicas. Nem que eles quisessem negar a influência de Pink Floyd eles poderiam. Digamos que eles sejam um "Pink Floyd com humbuckers", guardadas as devidas proporções... mas eu (mais uma vez) concordo com o Hisham quanto ao quesito "originalidade": talvez o maior mérito deles seja o de fazer boas canções -o que, pra mim, não é pouca coisa - e emular os melhores aspectos dos antigos progressivos. Sendo assim, não creio que eles sejam "progressivos", ao menos não no sentido em que estamos abordando o conceito até agora.

    - O Dream Theater tem tantos altos e baixos quento uma montanha-russa. Vejamos: no início da carreira, dois grandes discos ("Images and Words" e "Awake"), algumas produções irregulares, um PUTA disco ("Scenes from a memory", que resgata, no melhor estilo rock progressivo setentista, o conceito de "álbum conceitual" - ah, são tantos conceitos...), depois mais produções irregulares... mas o que a banda tem de progressivo HOJE? Ao meu ver, nada, desde o Scenes From a Memory - e, mesmo nesse, fico com minhas dúvidas, já que estamos falando de originalidade...

    CONTINUA...

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  6. - O "The Mars Volta" eu me dignei a ouvir com calma ontem, depois de ler este post. Tinha uma birra com eles por conta de serem infinitamente citados em diversos sites que leio, por críticos que adoram um hype, e cujos gostos nunca fecharam com os meus. Pois bem. Ontem ouvi com mais atenção algumas musicas no MySpace deles. Resultado: fui correndo baixar a discografia deles, e não consigo parar de ouvir. Essa dá pra carimbar: PROGRESSIVO. Pq? Porque junta os elementos mais loucos da música pop ao longo dos anos em uma mesma banda, formada por 8 (OITO!!!) cidadãos, e comandada por um guitarrista/compositor/produtor que já tem uma discografia extensa e invejável no currículo. Só ouvindo pra entender. Recomendo.

    - O MUSE É A MINHA BANDA PREDILETA HOJE EM DIA. Como não admirar um power trio que lota estádios tocando rock... PROGRESSIVO? NOS DIAS DE HOJE? É uma banda que alia elementos tão pouco "palatáveis" no som, como baixos com fuzz, guitarras pesadíssimas, loops eletrônicos e virtuosismo, com um senso pop invejável, que te faz querer cantar junto as letras a plenos pulmões. PROGRESSIVO AO QUADRADO.

    CONTINUA...

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  7. - EU
    NÃO
    GOSTO
    DE
    SIGUR
    RÓS

    OK?

    - Battles e Holy Fuck são duas bandas muito legais, com propostas que à primeira vista - ou audição... os dois, na verdade - parecem bem originais e progressivas. Mas é o tipo de som que corre o risco de esgotar a fórmula em pouco tempo. Talvez, se eles toparem o desafio de não se apegar às fórmulas que criaram, essas bandas possam apontar os mais novos caminhos da música pop experimental, de qualidade, e progressiva...

    THE END.

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  8. Aqui o link do vídeo interativo do Radiohead que fiquei devendo:

    http://code.google.com/intl/pt-BR/creative/radiohead/viewer.html

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  9. Minha história com Opeth foi curiosa. Quando ouvi a primeira vez não curti, pois não sou lá muito fã de vocal gutural. Maaaas... todavia entretanto não mais que porém, ouvi The Drapery Falls (Blackwater Park) e gostei de ouvir um trecho "a la Dream Theater", lá pelos 05:50. E, paralelamente, a bateria absurda de Porcelain Heart (Watershed) aos 02:10.

    Desde então me viciei na banda, do "My Arms, Your Hearse" até hoje. Tanto nos momentos de olaria como no cafofo. :D

    É a típica banda que tu precisa abrir mão de pré-conceitos antes de conhecê-la. Há letras que se tu não está legal, não é recomendado lê-las. Mas vale e muito a pena, eles mandam muito bem. :)

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  10. Concordo com o fato de o DT ter altos e baixos mas realmente gosto muito do álbum Systematic Chaos.

    Outra banda que escuto volta e meia e que faz um prog rock mais tradicional é o Spock's Beard. Gosto dos álbuns feitos na época do Neal Morse especialmente o V e o Snow.

    Falando de prog metal outra banda que gosto muito é o Pain of Salvation. Todos os álbuns são excelentes!

    E ainda tem o Symphony X que tem mais altos e baixos que o DT, tendo alguns álbuns horríveis e outros magníficos. Tem o Divine Wings of Tragedy que é muito bom e o Odyssey que vale principalmente pela faixa título.

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  11. Já tentei ouvir o Damnation do Opeth, mas não me apeteceu muito. Dessas bandas de prog metal/metal influenciado com prog, tem algumas músicas do Symphony X que eu gosto bastante. Pain of Salvation é outra banda que já cansaram de me recomendar, mas tudo que eu ouvi eu achei pretensioso demais (até pra mim, fã de prog) e, sei lá, não "clicou" comigo. Acho que é uma banda que eu teria curtido bastante há anos atrás, mas hoje eu ando remando por outras praias.

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  12. H,
    extremos parabéns pelo post. Muita coisa que gostaria de dizer já foi escrito nos replys. Bem, adoro Mars Volta pela coragem em colocar nos elementos de composiçao coisas absolutamente fora das regras harmônicas digamos "oficiais", mas não classificaria suas influências como progressivas, mas sim psicodélicas. O Muse tornou-se atualmente uma das minhas bandas preferidas por saber mesclar suas influências progs com pitadas pop's muito bem dosadas e conseguirem com isso lotarem estádios nos dias de hoje. Quero indicar uma banda chamada RPWL, a qual tenho escutado muito. Muito, mas muito mesmo influenciado pelo Floyd pós Waters. Gostaria de comentários de vocês sobre eles. Eles tem 3 discos. No primeiro (God Has Failed) fico óbvio a influência Floydiana, inclusive a voz do cara confunde-se com Gilmour. No Segundo,(Trying to kiss the sun) que eu não gosto muito, parece que estavam meio perdidos, tentando encontrar um identidade, o que parece que conseguiram no seu terceiro (World through my eyes). Esse parece seguir a fórmula do Floyd de discos conceituais, mas escutem "Roses". Indico.
    Moser

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  13. RPWL eu ouvi, achei bacana, mas parecido *demais* com PF. Os caras chegaram a ser uma banda cover de PF no início, não? Não lembro qual disco eu ouvi, mas deve ter sido o primeiro. Talvez eu devesse dar uma chance pro terceiro disco.

    De qualquer forma, o contato com o RPWL reforçou em mim a noção do "risco" de se prender nas influências. O Dream Theater é outra banda que tem esse problema, mas que curiosamente começou a manifestá-lo mais do meio da carreira (fazer músicas que tu ouve e consegue apontar "de que outra banda saiu a ideia"). É relativamente fácil dissecar o estilo de uma banda e produzir algo naquela veia, mas eu tenho muito consciente a vontade de tentar não soar "como alguém", então eu tomo o caso dessas bandas como alertas.

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  14. Linkin Park tem um DJ como integrante da banda. Acho que isso diz muito :)

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  15. Ou nada, de acordo com essa análise aqui:

    http://www.hometracked.com/2007/05/29/all-linkin-park-songs-look-the-same/

    Devo dizer que concordo com a análise.

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  16. Eu acho que daqui a 20 anos o Linkin Park vai ser lembrado como uma das grandes bandas da primeira década do século XXI. E digo isso sem ser fã de Linkin Park.

    Eles têm uma sonoridade muito própria, e esse foi o grande trunfo deles. Se como compositores eles são "formulaicos", são outros 500, mas muitas bandas de sucesso também são. Como disse o artigo, é o que torna a música deles familiar e com apelo pop. É também o que torna eles diferentes das bandas que eu listei no post, cujo desapego às estruturas comuns fazem delas um som mais "desafiador" ao ouvinte.

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  17. Mas e não são justamente as bandas que fazem um som mais desafiador ao ouvinte as que ficam na história? ;)

    Como disse, concordo plenamente com o artigo, tanto com os prós quanto com os contras apontados. Mas acho que, no caso do Linkin Park, os contras superam muito os prós. Uma coisa é se utilizar de fórmulas para atingir o público, isso até as bandas "desafiadoras" fazem. Outra é padronizar praticamente TODAS as músicas do próprio catálogo.

    Eu conheço a maioria dos singles do Linkin Park, os nomes de algumas dessas músicas. Mas eu só sei dizer qual é qual quando o vocalista berra o título da música no refrão. Do contrário, é sempre "Numb" pros meus ouvidos.

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  18. Mas e não são justamente as bandas que fazem um som mais desafiador ao ouvinte as que ficam na história? ;)

    Não necessariamente. O que os Stones trouxeram de desafiador a um mundo que já conhecia Beatles e Kinks?

    Tem um zilhão de bandas que entraram pra história sem serem particularmente desafiadoras. E acho que, a seu jeito, Linkin Park foi inovador, não em composição mas em arranjo/sonoridade (tá, claro que vai pintar alguém pra apontar alguma banda obscura que fazia algo parecido anos antes).

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  19. Pra não parecer que eu só dei uma chinelada gratuita nos Stones, eu acho que a "inovação" que fez o sucesso deles de início de carreira foi mais de atitude do que de sonoridade. E isso, dentro do Grande Esquema das Coisas do rock, também tem seu valor (e como).

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